O Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (Nugjur) do Poder Judiciário de Mato Grosso realizou vários círculos de construção da paz em Barra do Bugres (168 km a médio-norte de Cuiabá), com diferentes vivências e públicos.

No dia 23 de julho, o círculo foi realizado com profissionais da chamada rede de apoio, isto é, pessoas que trabalham nas unidades dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Conselho Tutelar e educação municipal. A intenção foi apresentar o trabalho aos profissionais para que, aqueles que tiverem interesse, possam buscar a capacitação futuramente e se tornarem facilitadores vinculados ao Poder Judiciário.

No dia 24, mulheres que são partes de processos, inclusive algumas vítimas de violência doméstica e familiar, participaram do círculo, que foi direcionado ao empoderamento, desenvolvimento da autoestima e o autoconhecimento das participantes.

O último dia de trabalho em Barra do Bugres, 25 de julho, foi feito com 15 reeducandos que se encontram na Cadeia Pública do município. Dessa vez, o foco foi a autorreflexão sobre a convivência e o respeito na situação de apenado.

“O círculo de paz é uma das ferramentas do Nugjur para que diminuam os conflitos, para trabalhar a pacificação social e os bons relacionamentos nas comarcas. As pessoas que participam aprendem a respeitar umas as outras, aprendem valores e melhoram a convivência”, explica Ana Teresa Pereira Luz, facilitadora e instrutora círculo de paz do Nugjur.

Na avaliação do juiz-coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Barra do Bugres, Pierro de Faria Mendes, o trabalho foi bastante positivo, de modo que foi plantada a semente para um novo olhar sobre a solução de conflitos e a pacificação social.

“Mais do que resolver um caso concreto, temos que resolver a origem desse problema, que é algo muito mais profundo. As pessoas têm a ideia de que isso acontece por meio de um processo, só que o olhar do Tribunal de Justiça está se ampliando e estamos aplicando outros institutos, um deles é o círculo de paz. Esses institutos ajudam muito nisso, para que possamos conquistar aquilo que é a razão do Judiciário existir, para solucionar conflitos e trazer pacificação social. É uma mudança gradativa e nós demos o primeiro passo”, destacou o magistrado.