A tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps teve sua promoção para o posto de capitã barrada pela Comissão de Promoção de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar.
A justificativa é de que ela não se enquadra aos critérios exigidos por estar envolvida na morte do soldado Rodrigo Patrício de Lima Claro, de 21 anos, durante treinamento na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.
A decisão foi publicada no dia 24 deste mês, na ata do Corpo de Bombeiros Militar (CBM).
A ata que traz a exclusão do nome da oficial do Quadro de Acesso e Proposta de Promoção, explica que a ré não preenche o requisito “conceito moral” descrito no artigo 24, inciso 3°, da Lei 10.076 de 2014.
“O conceito moral é o conjunto de qualidade e atributos, caracterizados pela honra, dignidade, honestidade, e seriedade que o militar estadual deve possuir no desempenho de sua função e no convívio social”, diz trecho do documento do CMB.
Sendo assim, a comissão, por unanimidade, retirou a hipótese de Ledur receber o mérito, levando ainda em consideração o relatório da Corregedoria Geral do Corpo de Bombeiros e as certidões de antecedentes criminais apresentadas.
Ledur foi denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPE) por excessos na função. A ação penal que corre contra ela na Justiça desde julho de 2017 chegou a provocar seu afastamento da corporação e a determinação para o uso de tornozeleira eletrônica. O julgamento sobre o caso não tem data marcada para ocorrer.
Relembre o caso Rodrigo era aluno do 16º Curso de Formação de Soldado Bombeiro do Estado de Mato Grosso e morreu no dia 15 de novembro. Ele passou mal durante aula prática de primeiros socorros aquáticos na Lagoa Trevisan em que a tenente atuava como instrutora.
De acordo com a denúncia do MPE, a vítima demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre e outros exercícios e diante da situação, a tenente utilizava de métodos abusivos nos treinamentos para puni-lo.
Depoimentos colhidos durante a investigação indicam que Rodrigo foi submetido a intenso sofrimento físico e mental.
“Os métodos abusivos praticados pela instrutora consistiram tanto de natureza física, por meio de caldos com afogamento, como de natureza mental utilizando ameaças de desligamento do curso”, diz a denúncia do MPE.
Fonte: Repórter MT