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Agronegócio

Cenário de produção de etanol de milho e DDG

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Cenário de produção de etanol de milho e DDGCom área plantada em torno de 17,5 milhões de hectares na safra 2018/19, a estimativa de produção é de 99,9 milhões de toneladas, representando um crescimento de 23,9% em relação à safra 2017/18, que fechou em 80,7 milhões de toneladas (Conab, 2019).

Oferta e projeção de etanol

Estima-se que nesta safra, serão produzidos 30,3 bilhões de litros de etanol, dos quais 1,4 bilhão será fabricado a partir do milho, frente a 880 milhões de litros produzidos em 2018.

Essa produção representa de 4% a 5% do total e, poderá alcançar 8% em 2020, e 20% nos próximos 10 anos. (Datagro – 19ª Conferência Internacional Sobre Açúcar e Etanol).

A produção de etanol a partir do milho tem sido vista positivamente pelo potencial de crescimento em termos de mercado, e também por ser uma opção de escoamento da produção em regiões onde notoriamente, por falta de estradas e armazéns, os preços são relativamente baixos.

Mato Grosso

O estado com maior potencial de produção de etanol de milho é o Mato Grosso. Em 2018 a produção foi de 660 milhões de litros (75% da produção nacional).

A produtividade das lavouras de milho está aumentando, saindo de 99,6 sacas/ha para os atuais 110,68 sacas/ha.

A expectativa é de que a produção mato-grossense alcance 32,26 milhões de toneladas, incremento de 14,15% em relação à safra passada (IMEA).

A projeção é que o estado produza 1,1 bilhão de litros na próxima safra (CONAB).

Outro dado importante, segundo o presidente do SindAlcool/MT, é que o etanol de milho deve superar o de etanol de cana em função do tamanho da produção do grão.

Para sustentar esse crescimento, novas usinas estão em construção, em Sorriso e Campo Novo do Parecis, que devem entrar em operação no ano que vem.

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Para 2021, mais cinco novas plantas começarão a operar no estado.

Com o sucesso das primeiras usinas, ficou evidente a viabilidade da produção de etanol a partir do milho como matéria prima.

O grão pode ser armazenado, é fácil de transportar e fornece, em seu processo industrial, derivados comercializáveis como o DDG (grão de milho seco), o WDG (grão de milho úmido) e o óleo de milho.

Outro ponto importante é a possibilidade das usinas flex utilizarem o milho na entressafra da cana-de-açúcar, assim é possível diminuir a ociosidade e reduzir os custos fixos, diluídos devido a otimização da utilização do maquinário e da mão-de-obra.

A produção de etanol a partir do milho é mais uma opção no mercado.

Um dos gargalos é a dificuldade de logística, já que o combustível precisa chegar com preço competitivo na bomba.

Segundo a União Nacional do Etanol de Milho, tendo em vista o crescimento da produção, a entidade espera que os investimentos em infraestrutura, como na BR-163 e em ferrovias, principalmente no Eixo Norte, se concretizem para consolidar o escoamento da produção, para o mercado interno e externo.

Em longo prazo, a expectativa é de que, com o aumento crescente na produção de milho, o setor até 2028, processe de 17 a 20 milhões de toneladas de cereal, chegando a uma produção em torno de 7 a 8 bilhões de litros.

DDG e WDG

Os resíduos da produção do etanol de milho, DDG e WDG, podem ser utilizados como fonte de energia e proteína para bovinos, podendo ser um substituto do farelo da soja, farelo de algodão e caroço de algodão na dieta dos animais, dependendo dos níveis de inclusão.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, na primeira quinzena de novembro, o DDG foi comercializado entre R$546,88 e R$875,00 por tonelada, sem o frete, considerando os preços convertidos para uma média de 35% de proteína bruta (PB) no caso do DDG e 30% de PB para o WDG ( as concentrações encontradas variaram entre 32 e 40% de PB) .

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Para o WDG, a cotação média variou de R$120,00 a R$200,00 por tonelada, seu valor mais baixo de mercado é devido à concentração de água no produto, resultando em menor tempo de armazenamento, impactando assim no transporte, sendo inviável o seu uso em propriedades distantes das usinas.

Em relação às outras fontes de proteínas, o DDG e o WDG são alternativas para diminuir o custo da alimentação dos bovinos.

Em uma comparação do preço do quilo de proteína bruta (PB) na matéria seca, o DDG está custando 29,8% a menos em relação ao farelo de soja. Lembrando que estamos falando de dietas de bovinos de corte, onde para essa substituição pode ser de até 100% na dieta, sem efeitos negativos.

Na tabela 1, presentamos os preços do DDG e WDG (preços médios de Mato Grosso e Goiás), e um comparativo com outros alimentos concentrados proteicos.

Tabela 1.
Preços médios de DDG e WDG em Mato Grosso e Goiás, e um comparativo com outros alimentos concentrados proteicos . Referência: 2a. Quinzena de novembro/19.

*Preços referentes a MT e GO, sem o frete.

Obs.: Para fora do estado o ICMS é de 4,8%
Os preços foram convertidos para uma média de 35% de PB no caso do DDG e 30% para o WDG.

Com relação a disponibilidade, a oferta de DDG até a primeira quinzena dezembro já está comprometida, podendo ser realizada compras ou contratos para entrega a partir dessa data. Já para o WDG, há disponibilidade no mercado.

Os subprodutos de destilaria utilizados como fonte de alimentos para os bovinos são uma excelente estratégia para diminuição de custos no confinamento, visto que podem ser inclusos na dieta.

A Scot Consultoria monitora esse mercado rotineiramente.

Fonte: Grupo IDEA

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Agronegócio

FPA diz que programa Terra da Gente, do governo, aumenta a insegurança no campo

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O governo federal lançou um decreto polêmico, que tem levado insegurança ao campo. O objetivo, segundo o governo, é revitalizar a política de reforma agrária no Brasil. O Decreto nº 11.995, de 15 de abril de 2024, introduz o programa “Terra da Gente”, que pretende agilizar a aquisição de terras para distribuição aos beneficiários de políticas públicas de regularização fundiária, incluindo comunidades quilombolas e outros grupos tradicionais. No entanto, a medida suscitou debates acalorados e críticas por parte de representantes do setor agropecuário, que veem a ação como uma ameaça à segurança jurídica e ao direito de propriedade.

O programa delineia várias formas de obtenção de terras, como desapropriação por interesse social, expropriação em casos de trabalho análogo à escravidão e arrematação judicial de imóveis rurais. Essas modalidades estão alinhadas com esforços anteriores do governo para garantir o cumprimento da função social da propriedade.

Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), destacou a necessidade de proteção ao direito de propriedade e expressou preocupação com o recente aumento das invasões de terras, principalmente durante o período conhecido como “Abril Vermelho”. Lupion criticou o que ele descreve como uma conivência entre membros do governo e grupos de movimentos sociais rurais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que têm participado ativamente de tais invasões.

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Em resposta, o governo argumenta que o “Terra da Gente” é uma ferramenta crucial para combater a desigualdade no acesso à terra no Brasil. O programa também contempla diretrizes específicas para garantir que apenas terras que não cumprem sua função social sejam consideradas para desapropriação, conforme determinado por recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além disso, a legislação em torno das desapropriações gerou um debate legal significativo. Especialistas apontam que o decreto pode estar em desacordo com a Constituição Federal, que exige que desapropriações sejam regulamentadas por lei, não por decreto. Esse ponto é particularmente sensível, uma vez que envolve a interpretação de cláusulas pétreas da Constituição relacionadas à propriedade produtiva e sua função social.

De acordo com o presidente da FPA, o setor produtivo está preocupado com o decreto que pode trazer insegurança jurídica e promover a relativização do direito de propriedade, enfatizando que a regulamentação de procedimentos para desapropriação deve ser feita por lei, não por decreto.

O presidente da FPA destacou a importância de proteger a população rural e o direito de propriedade, salientando que o decreto recentemente publicado apresenta pontos que acentuam a insegurança jurídica e afrontam garantias fundamentais asseguradas pela Constituição Federal. Nesse sentido, a Frente Parlamentar busca soluções para garantir a segurança e o desenvolvimento do campo brasileiro, enfrentando os desafios decorrentes das invasões de terras e das mudanças nos programas de apoio à agricultura.

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Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Levantamento mostra que acesso precário à internet limita o potencial do campo

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Mesmo em polos agrícolas de grande relevância nacional, como Sorriso (MT), Uberaba (MG) e Rio Bananal (ES), a conectividade rural ainda apresenta índices preocupantes. Segundo o Indicador de Conectividade Rural (ICR), elaborado pela ConectarAgro em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), esses municípios apresentam ICRs de 0,2190, 0,4877 e 0,5725, respectivamente, demonstrando a necessidade urgente de ampliar o acesso à internet no campo.

O ICR, que teve sua primeira atualização em abril de 2024, é resultado do cruzamento de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) com o Índice Brasileiro de Conectividade (IBC) da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Através dessa análise, o estudo identificou que apenas 18,79% da área agrícola nacional possui cobertura 4G e 5G, concentrando-se principalmente nas regiões Sul e Sudeste.

As disparidades no acesso à internet no campo também se manifestam entre diferentes grupos de produtores. Enquanto 39% dos pequenos agricultores possuem cobertura 4G e 5G em toda a área de produção, essa proporção cai para 16,2% entre os médios produtores e 6,4% entre os grandes. Nos assentamentos da reforma agrária e comunidades tradicionais, a situação é ainda mais crítica, com apenas 10,4% e 26,1% de cobertura, respectivamente.

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A internet se configura como uma ferramenta essencial para o aumento da produtividade no campo. Através dela, os agricultores podem monitorar em tempo real o funcionamento de máquinas agrícolas, otimizar o manejo das lavouras, acessar informações de mercado e se conectar com compradores. A falta de conectividade, portanto, limita o potencial do agronegócio brasileiro de alcançar sua máxima eficiência.

Auxílio-internet – Para combater essa realidade, a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que cria o auxílio-internet para famílias de baixa renda e agricultores familiares. O projeto, que ainda precisa ser aprovado pelo Senado e sancionado pelo Presidente da República, prevê a concessão de um valor mensal para a compra de dispositivos móveis e acesso à internet.

Além do auxílio-internet, o projeto também cria a Política Nacional de Conectividade da Agricultura Familiar (PNCAF), com o objetivo de promover a inclusão digital nesse segmento populacional e fomentar o uso de tecnologias digitais no campo. A PNCAF prevê a priorização da compra de equipamentos nacionais, a oferta de cursos de capacitação e a criação de mecanismos para facilitar a comercialização da produção por meio de plataformas online.

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Desafios – Apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a ser percorrido para garantir o acesso universal à internet no campo brasileiro. A universalização da conectividade rural exigirá investimentos em infraestrutura, políticas públicas direcionadas e ações de conscientização sobre os benefícios da internet para o agronegócio.

Superar os desafios da conectividade rural é fundamental para impulsionar o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, aumentar a produtividade, reduzir custos e ampliar as oportunidades para os agricultores familiares.

Imagem e informações da ConectarAgro

Este mapa radiográfico da conectividade rural no Brasil, apresentado pelo ICR, serve como um alerta para a necessidade de ações urgentes e coordenadas para garantir que o campo brasileiro esteja conectado ao mundo digital e possa alcançar todo o seu potencial.

Fonte: Pensar Agro

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