Isa Pecini teve anorexia e se curou com os treinos
“Comecei a treinar aos 16 anos após me recuperar da anorexia, época em que fui internada com 36 kg . Comecei a praticar academia e me alimentar buscando um corpo que eu me sentisse bem, porém de uma maneira saudável. Competi pela primeira vez aos 18 anos. Amei e quis continuar competindo. Aos 19 anos me tornei atleta profissional e não parei mais até hoje. Amo competir e estar nos palcos isso me traz uma sensação de frio na barriga que me faz se sentir viva.”
O relato é de Isa Pecini, que hoje acumula títulos em sua categoria no fisiculturismo. Foi Campeã Olympia 2019, Campeã Arnold Ohio Profissional 2020, Campeã Pittsburgh 2019 e duas vezes Campeã Tampa pro. Do time Integralmedica, a atleta é solteira, não tem filhos e reside em São Paulo, capital. Acredita que ainda há preconceito contra o esporte, pois as pessoas às vezes banalizam o uso de
alguns recursos sem acompanhamento e isso acaba tirando o mérito do básico que é dedicação aos treinos e dieta.
Em entrevista ao iG Delas , ela contou sua história e falou de seus planos para a temporada de competições.
iG Delas: Você disse que sofreu de anorexia e chegou a pesar 36 quilos. Como o esporte ajudou na sua recuperação?
Divulgação
Isa Pecini treina 5 vezes por semana
Isa Pecini : Quando sai da internação disse que queria começar a treinar para ter um corpo bonito e que me sentisse bem mas de maneira saudável dessa vez. Então os médicos disseram que eu só começaria quando atingisse um peso saudável, sai da internação com 41kg e precisaria chegar a 50kg então fiz isso e comecei a treinar, aos poucos fui conhecendo o esporte e entendendo mais sobre os alimentos e quanto melhor eu me alimentasse mais energia e disposição eu teria para poder treinar, fazer atividade, e então isso foi me motivando cada vez mais.
Como é a alimentação de uma fisiculturista? É só à base de proteína ou vc se permite alguns deslizes?
Hoje em dia minha alimentação é bem diversificada mas há fases, eu como 6x ao dia e atualmente minhas fontes de proteínas são: peixe magro (tilápia ou bacalhau dessalgado), salmão, frango, clara de ovo e whey protein. Carboidratos uso arroz branco (basmati) e aveia, e salada simples de folhas, cogumelos, aspargos. Há fases que tem um pouco mais de gordura como pasta de amendoim sem açúcar, amêndoas, avocado, filé mignon, isso tudo vai variando de acordo com o que preciso para competir e chegar em um bom condicionamento. Há também fruta em algumas fases e as que mais uso são: morango, mamão e abacaxi. Os alimentos não mudam muito, mas a quantidade que varia bastante.
E a rotina de treinos? Você malha todos os dias? Quantas horas por dia?
Atualmente eu treino musculação 5x na semana com 2 descansos na semana. O treino de musculação dura em média 1 hora e 20 e + 1 hora de cardio (atualmente esteira inclinada) que faço. 6x na semana em outro horário diferente do treino.
Qual o seu maior desafio?
Ter que fazer menos do que preciso, como gosto de fazer o meu máximo em tudo às vezes ter que me segurar um pouco mais para não entrar muito condicionada pois minha categoria não exige condicionamento extremo, mas em relação ao treino, dieta, já virou um lifestyle e independe de competir ou não eu sempre faço pois me sinto bem e virou parte da minha rotina.
21 Dias de Ativismo não são suficientes para um país que estupra mulheres e crianças a cada oito minutos
Até o final desse texto, ao menos uma menina ou mulher terá sido estuprada no Brasil. Isso não é sensacionalismo, mas sim, estatística. E das mais alarmantes. Só no primeiro semestre de 2023, foram 34 mil casos registrados de estupro, o que representa um aumento de 15% em comparação com o mesmo período de 2022. E hoje, até o final do dia, aproximadamente quatro mulheres serão mortas em casos de feminicídio — o maior índice desde 2019.
Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e reforçam o inegável: o Brasil tem questões estruturais de ódio às mulheres e às meninas. Misoginia e estruturas machistas permeiam historicamente a nossa formação como país e perpetuam cada vez mais rápido em tempos de hiperconexão, exposição digital acelerada e sentimento de impunidade. A situação se agrava quando falamos das pessoas mais vulneráveis. Mulheres negras representam cerca de 62% dos feminicídios, enquanto as crianças são estupradas principalmente dentro de casa, muitas vezes por seus familiares.
É por tudo isso que iniciativas como os 21 dias de Ativismo são mais que necessárias para conscientizar, mobilizar e, potencialmente, combater todos os tipos de agressões que mulheres e meninas sofrem hora após hora, minuto a minuto. A campanha, que globalmente se chama 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, começou em 1991 com o Instituto de Liderança Global das Mulheres. Atualmente, cerca de 150 países aderem ao movimento com ações nas ruas e nas redes. Por aqui, iniciamos as mobilizações no dia 20 de novembro, como homenagem ao Dia da Consciência Negra, e seguimos até 10 de dezembro, que marca o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Nós, da Think Olga, somamos aos 21 Dias de Ativismo trazendo mensagens, relatos e ferramentas que podem apoiar as mulheres, o Estado, o setor privado e a sociedade como um todo. Recentemente, por exemplo, mostramos como o medo da violência afeta outras esferas da vida das mulheres.
Em nosso Lab Think Olga Esgotadas, o medo constante de sofrer violência é citado por uma em cada seis entrevistadas como fator de impacto em sua saúde mental. Também trabalhamos com cartilhas de combate ao assédio e à violência e damos visibilidade a espaços de acolhimento e denúncia.
Infelizmente, toda mulher já sofreu, teme sofrer ou conhece alguma outra que já sofreu violência. Andar na rua sozinha de dia e de noite, cortar laços com um parceiro abusivo, ser assediada no transporte público ou ao caminhar em qualquer lugar, não poder deixar sua criança próxima de uma figura masculina… Essas são as realidades que já não podemos tolerar. Esse é o compromisso de mudança que precisamos assumir todos os dias, ativa e profundamente. Porque é sobre mudar uma sociedade cheia de ódio em relação às mulheres. É sobre fortalecer mulheres cheias de traumas. É sobre a vida e a sobrevivência. É sobre vivermos.
Bubble hair: Quais são os riscos e os danos para o cabelo?
Geralmente, usa-se muitas ferramentas para manter o cabelo em ordem, principalmente equipamentos que emitem calor, como secador, chapinha e babyliss. Porém, quando não se é usado um protetor térmico, as madeixas ficam expostas a altas temperaturas durante o uso desses equipamentos, surgindo assim o efeito do “bubble hair”, que acaba formando bolhas de ar que ficam no cabelo por danos térmicos.
Para isso, a cientista e especialista em cabelos, Jackeline Alecrim explica que as fibras capilares contém espaços cheios de ar, chamados vacúolos, e quando as madeixas são lavadas e ficam molhadas e esses espaços acabam sendo preenchidos pela água. “Se secarmos os fios encharcados e sem proteção térmica, isso faz com que a água vaporize e expanda esses vacúolos, formando bolhas de ar dentro dos fios. Dessa forma, os cabelos acabam se tornando mais frágeis, favorecendo a quebra capilar, deixando as madeixas mais ásperas e ressecadas. Ademais, a longo prazo, a saúde do cabelo vai sofrer com muita intensidade.”, explica Jackeline.
Além disso, de acordo com a cientista, nenhum tipo de cabelo escapa dos danos causados pelo calor, e para diminuir o efeito, basta usar protetores térmicos. “Cabelos danificados, quebradiços, com frizz, sem brilho e sem maciez podem ter sido agredidos pelo ‘bubble hair’ sem a pessoa nem ter noção disso”, afirma.
Segundo Jackeline, se o ‘bubble hair’ se forma no fio, não há tratamento. Ou seja, ele é irreversível. Dessa forma, as madeixas irão quebrar sempre que as bolhas se formarem. “Através de uma avaliação capilar, identificamos essa disfunção e elaboramos um cronograma de mudança de hábitos de cuidados capilares que podem ajudar”, aponta.
Porém, a ciência aponta que existem formas eficazes de previnir o efeito. “Quando for usar secador, por exemplo, mantenha-o a uma distância razoável do couro cabeludo e dos fios com uma temperatura não tão elevada. Ainda é essencial investir em protetores térmicos, pois eles formam uma barreira ao redor do fio, permitindo uma secagem externa e protegendo a estrutura interna dos fios”, destaca a especialista.