O que um Volkswagen Gol
, um Chevrolet Onix
, um Jeep Compass
e uma perua Volvo V60 podem ter em comum? Muita coisa. Todos esses carros são produtos à venda no mercado brasileiro e estão avaliados no Guia do Carro, o novo parceiro editorial do portal iG. Claro que o comprador do Gol e do Onix podem ser a mesma pessoa, mas não seria o mesmo comprador de um Compass ou de um V60. Por isso, existe uma razão para o critério do Guia do Carro ser assim.
O Guia do Carro
pretende falar com o público que busca uma leitura sobre automóveis com o olhar de consumidor, e não de apaixonado por carros. Por isso, ele não é um site noticioso e tampouco uma revista eletrônica. O Guia do Carro é um organizador dos modelos que estão à venda no mercado brasileiro. Para isso, ele foi criado priorizando o que é mais caro para os consumidores. Nenhum equipamento opcional é considerado nas notas, pois eles custam dinheiro extra.
Todos os carros são avaliados em apenas seis critérios: Desempenho, Consumo, Segurança, Conectividade, Conforto e Itens de Série. Eles podem receber de zero a cinco estrelas, conforme os equipamentos ou características que oferecem. Nenhuma nota é subjetiva. A média desses seis itens é a nota geral de cada versão. Até 0.9 estrela o carro é considerado ruim. De 1.0 a 1.9 é básico. De 2.0 a 2.9 é médio. De 3.0 a 4.9 é bom. A partir de 4.0 seu status é ótimo. Veja como os modelos são “estrelados” no Guia do Carro.
Categorias unificadas porque um Gol não pode ter a nota de um Volvo
DESEMPENHO
– O Guia do Carro não dá notas para aceleração de 0 a 100 ou velocidade máxima. O que conta é a relação peso/potência do carro. Até 4,9 kg/cv o carro ganha cinco estrelas. De 5,0 a 7,9 kg/cv são quatro estrelas. De 8,0 a 9,9 são três estrelas. De 10,0 a 11,9 kg/cv são duas estrelas.
E a partir de 12,0 kg/cv é apenas uma estrela. Isso evita, por exemplo, que um Golf 1.4 tenha, digamos, quatro estrelas, e um Porsche 911 receba as mesmas quatro estrelas. Quando Fe faz o julgamento somente dentro da categoria, o resultado fica confuso para o consumidor, pois carro de alto padrão pode ter média 3.5, por exemplo, e um carro médio pode ter 4.0. O Guia do Carro pretende acabar com essa distorção. Assim, é preciso realmente ter um grande conteúdo para ganhar muitas estrelas.
CONSUMO
– Nada mais é do que a nota geral do Inmetro (e não a nota na categoria, como querem algumas montadoras). Assim, nota A vale cinco estrelas, nota B vale quatro, nota C vale três, nota D vale duas e nota E vale uma estrela. Se o carro não faz parte da classificação do Inmetro, o Guia do Carro analisa vários aspectos para decidir se ele fica com a mesma nota de um modelo similar ou se recebe apenas uma estrela.
SEGURANÇA
– De que adianta o carro ter assistente de permanência em faixa, travamento central das portas e monitoramento da pressão dos pneus se num acidente ele é frágil demais? Por isso, as notas de segurança são dadas de acordo com o resultado nos testes de impacto.
O Guia do Carro usa como base o Latin NCAP, mas também se baseia no NHTSA (dos EUA), no Euro NCAP e nos seus similares do Japão e do restante da Ásia, dependendo de cada caso. A quantidade de estrelas no Guia do Carro é a quantidade que o carro tem nos crash-tests mais rigorosos do mundo.
CONECTIVIDADE
– É um item muito importante para o consumidor brasileiro. Por isso, é preciso reunir cinco itens para ganhar as cinco estrelas. Cada item vale uma estrela: a) espelhamento do celular; b) bluetooth; c) GPS; d) DVD ou TV digital; e) Wi-Fi a bordo.
O Guia do Carro não perde tempo com coisas que são normais se o modelo já tiver esses itens. Espelhamento do celular não elimina o GPS porque, eventualmente, o carro pode estar numa zona sem conexão de internet e precisar do navegador.
CONFORTO
– Cada um desses itens vale uma estrela: ar-condicionado de duas zonas (só se for de duas zonas), câmbio automático (hoje em dia é item essencial de conforto), direção assistida (hidráulica ou elétrica), vidros elétricos e 2,7 metros de distância entre-eixos (o mínimo para ter espaço interno digno de nota). Esportivos já vêm com rodas de liga leve; não precisam dessa nota.
ITENS DE SÉRIE
– Finalmente, nos itens de série, fica ainda mais evidente a diferença entre carros básicos e carros médios ou bons, além da diferença entre as versões. Cada item vale meia estrela: ar-condicionado, assistente de partida em rampa, controle de estabilidade, faróis de neblina, modo de condução (no mínimo três), piloto automático, rodas de liga leve, sensor ou câmera de ré, borboletas para trocas de marcha, ajuste de profundidade no volante. Esses itens valem para todos os hatches, sedãs, peruas e monovolumes.
No caso dos SUVs e picapes, entram seletor de terreno e tração 4×4 ou integral e saem ar-condicionado e borboletas para trocas de marcha. No caso dos esportivos, volta o modo de condução, permanece a tração 4×4 ou integram e entram ajuste de suspensão e head-up display, ficando de fora ar-condicionado e assistente de partida em rampa. Por que o Guia do Carro não dá nota para ar-condicionado e rodas de liga leve nos SUVs e nos esportivos? Porque todos os modelos já vêm com ele.
Os textos do Guia do Carro também são diferenciados. A parte analítica é dividida em apenas três intertítulos: “o que é novo”, “o que nós gostamos” e “o que pode melhorar”. Para além disso, os textos são apresentados em forma de tópicos, para permitir uma leitura rápida e confortável.
A ficha técnica é resumida apenas em números, para não afastar os leitores que não querem saber da descrição técnica do motor ou da suspensão. E todos os leitores também podem avaliar os modelos, dando a sua opinião (uma vez por cada carro), com sua nota contribuindo para a média geral. Outro diferencial é que cada versão tem sua própria avaliação.
O Guia do Carro
estreou com 110 avaliações, cobrindo primeiramente os modelos mais vendidos do mercado. Aos poucos, vai adquirindo novos conteúdos até cobrir o máximo de carros possível. Para quem quiser conhecer, o Guia do Carro pode ser acessado pelo endereço www.guiadocarro.net ou www.guiadocarro.ig.com.br
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Neste último fim de semana fui até o Rio Grande do Sul acompanhar a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica , promovido pela Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. A etapa chama-se Rally dos Vinhedos e é organizada pelo Veteran Car Club dos Vinhedos , sediado no município de Bento Gonçalves , na Serra Gaúcha.
Só o fato de estar em uma região tão bela, tão bem dotada pela natureza, já vale qualquer dificuldade em chegar, visto que fica no extremo sul do país, região que é bem conhecida pelas baixas temperaturas , especialmente no inverno. Mas é justamente isso que faz do lugar um destino tão desejado.
O Rally dos Vinhedos está comemorando sua décima edição, reunindo 129 veículos antigos e clássicos para um passeio cronometrado pelas estradas da região, passando por municípios como Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O mais interessante foi a participação de 13 intrépidos pilotos de motonetas clássicas , que enfrentaram a temperatura de quase zero grau no momento da largada.
E mais, diferentemente dos automóveis, que têm um piloto e um navegador, que além de lhe fornecer a velocidade ideal para cada trecho também indica o caminho a ser seguido, no scooter o piloto faz sozinho todos os trabalhos.
Claro, sendo um rally de veículos antigos , essas motonetas, que atualmente são conhecidas por scooters , são de época, de um tempo quando ainda não tinham esse apelido.
Dos 13 participantes, 11 deles pilotavam Vespa nacionais dos anos 80, que eram fabricadas em Manaus, AM, pela Piaggio . Os outros dois pilotavam Lambretta Li 150 , fabricadas nos anos 60. Vespa e Lambretta eram (e são) eternos rivais nesse segmento dos veículos de duas rodas.
Um rally de regularidade , que também pode ser chamado de passeio cronometrado, avalia a capacidade do piloto em manter as médias de velocidade pré-estabelecidas, que figuram na planilha com o roteiro. Quanto mais próximo o tempo de passagem pelos vários pontos de controle distribuídos pelo percurso, menos pontos o participante perde. No final, quem perder menos pontos, de acordo com um regulamento complexo, vence a prova.
Entre as motonetas, o vencedor foi André Sain, de Bento Gonçalves, pilotando (e navegando) a Vespa PX 200 1986 de número 21. André teve 78 pontos perdidos nessa etapa.
Em segundo lugar chegou Daniel Orso, também de Bento Gonçalves, com a Vespa PX 200 Elestart 1987 de número 24, com 84 pontos perdidos. Em terceiro lugar ficou Rodrigo Nenini, de Garibaldi, com a Vespa PX 200 1986 de número 22, com 123 pontos perdidos.
A Volkswagen tem uma história muito interessante. Como sabemos, ela começou na Alemanha da década de 30 produzindo aquele que seria um dos carros mais icônicos do planeta: o Fusca. Naquela época, Ferdinand Porsche criou a ideia de um motor boxer com refrigeração a óleo e manutenção muito simples.
Após o final da Segunda Guerra Mundial, a marca retomou a produção do besouro e, na década seguinte, percebeu que o seu público consumidor buscava algo diferente. Na metade dos anos 50, nasceu o Karmann-Ghia , o modelo com linhas clássicas e esportivas utilizando a mesma mecânica confiável.
Na década seguinte, a Volkswagen ampliou a sua gama de modelos com versões diferentes. No Brasil, a grande mudança ocorreu nos anos 70 quando a matriz deu liberdade para que as suas filiais criassem modelos diferentes de acordo com o público consumidor. O Brasil foi um deles e a genialidade e capacidade de nossos projetistas marcou a história.
Nesse sentido, nasceu o Brasília, em 1973. O projeto da equipe de Márcio Piancastelli conseguiu sanar os problemas clássicos do Fusca e aprimorar a ideia desse projeto tão versátil. Nascia ali um modelo que agradou em cheio o consumidor, trazendo resistência e um estilo muito marcante para as famílias brasileiras.
O modelo comemorou 50 anos este ano com muita festa por parte da montadora. Algumas de suas versões chamaram atenção, trazendo mais acessórios e mais equipamentos. É o caso desse exemplar LS , de 1980, que pertence a Leandro Coelho , mecânico e que também possui um canal popular no YouTube .
O exemplar está extremamente bem conservado com todas as características originais da época. Os destaques vão para o lavador elétrico do vidro, frisos laterais e o interior monocromático. Os bancos com encosto de cabeça também fazem parte desse pacote juntamente com o motor de 1.584 cm³ cilindrada.
Dirigir o Brasília é uma grande satisfação. Realmente o acerto do projeto em relação ao Fusca é notável. Vale destacar a sua estabilidade, o conforto dos assentos e a mesma simplicidade mecânica que acompanhou toda essa história fantástica desses 70 anos da Volkswagen no Brasil .