Preço da gasolina nas refinarias foi elevado pela Petrobras nesta sexta-feira (1ª)
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (1ª) o aumento de 1,98% no preço da gasolina nas refinarias. Com a elevação, o valor do litro do combustível passa a ser de R$ 1,6865, após estabilidade desde 21 de fevereiro com o preço em R$ 1,6538. Já o diesel segue em R$ 2,1224, maior nível em quase três meses.
A Petrobras
adota, desde 3 de julho de 2017, novo formato na política de ajuste de preços. Pela nova metodologia, os reajustes acontecem com maior periodicidade, podendo ser até mesmo diários. Desde março de 2018, a forma de divulgação também mudou: a estatal deixou de divulgar os percentuais de reajustes, passando a informar o valor do litro do combustível nas refinarias.
No ano passado, o governo instituiu o programa de subvenção do diesel como forma de controlar os preços e atender as demandas da greve dos caminhoneiros
, que paralisou o País por 11 dias e trouxe uma série de impactos à economia brasileira. Ao final de 2018, no entanto, o programa foi encerrado.
De acordo com o levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana até o dia 23 de fevereiro, o preço médio da gasolina caiu 0,02%, flutuando de R$ 4,173 para R$ 4,172. Já o valor do diesel subiu 0,1% no período, de R$ 3,442 para R$ 3,444.
Na mesma semana em que eleva o preço do litro da gasolina
nas refinarias, a Petrobras anunciou mudanças estruturais e divulgou o balanço do ano passado, que revela um lucro anual de R$ 25,8 bilhões, após quatro anos de perdas consecutivamente.
Segundo a estatal
, o bom desempenho é justificado pelo aumento do preço dos combustíveis no Brasil e do preço do petróleo no mercado internacional. A melhora do lucro operacional e do resultado financeiro, aliada ao crescimento das receitas originárias da renegociação de dívidas do setor elétrico, também colaboraram.
Em mensagem divulgada nesta quarta-feira (27) ao lado do balanço da empresa, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco , comemorou o resultado obtido em 2018. “A performance da Petrobras no ano que passou foi indiscutivelmente a melhor em muitos anos, o que inclui a obtenção de alguns recordes históricos […] e da interrupção de quatro anos seguidos de prejuízos”, escreveu.
Também nesta semana, a Petrobras
anunciou que irá fechar escritórios no exterior, além de desocupar sete andares do prédio ocupado pela empresa na Avenida Paulista, em São Paulo, que é o mais caro de todos, segundo comunicado. A estatal estuda ainda realizar um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) e um Programa de Desligamento por Acordo Individual para reduzir custos na unidade paulistana.
O governo brasileiro anunciou que quitou R$ 3,8 bilhões em dívidas com organismos internacionais ao longo de 2023. Desse total, R$ 2,4 bilhões são referentes a anos anteriores, e R$ 1,4 bilhão são relativos ao exercício de 2023. Nesta quarta-feira (6) foi feito o pagamento de R$ 14,6 milhões ao Instituto Social do Mercosul (ISM).
A regularização dos débitos foi um dos assuntos da 63ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercosul, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O encontro reúne autoridades dos países membros do bloco econômico.
Ao fazer um balanço da presidência pro tempore (rotatividade semestral entre os países) do Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou a quitação, em abril, de quase US$ 100 milhões (cerca de R$ 500 milhões) ao Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem).
O Focem é o primeiro mecanismo solidário de financiamento próprio dos países do bloco e tem por objetivo reduzir as assimetrias entre os países integrantes.
“Buscamos, com isso, contribuir para que esses órgãos possam ter suas capacidades renovadas para o bom desempenho de suas atividades e possam, assim, seguir apoiando nossos países. Valorizamos o trabalho desses órgãos na troca de experiências e na cooperação em programas para melhoria de políticas públicas e da qualidade de vida das nossas populações”, discursou o chanceler.
Outras dívidas quitadas este ano foram de R$ 17,6 milhões com o Parlamento do Mercosul (Parlasul) e de R$ 4,2 milhões com a Secretaria do Mercosul.
“O esforço para quitar dívidas atrasadas reflete a compreensão e o compromisso do governo do presidente Lula com soluções negociadas e maior integração com nossos vizinhos”, disse a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Dívidas acumuladas
De acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento, o Brasil chegou a acumular uma dívida de cerca de R$ 5 bilhões com aproximadamente 120 organismos e fundos internacionais. A maior parte dos atrasos se concentrou nos últimos seis anos. Ainda resta pagar até o final do ano cerca de R$ 1,2 bilhão.
Apesar de envolver relações exteriores, a responsabilidade para pagamentos de contribuições dos organismos internacionais é do Ministério do Planejamento e Orçamento.
A reunião de cúpula com autoridades do Mercosul começou nesta quarta-feira e terminará na quinta-feira (7), quando estarão presentes os presidentes dos países-membros. Neste primeiro dia, que concentra ministros das Relações Exteriores e de áreas econômicas, foram discutidos assuntos como acordos de livre comércio e integração regional.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse nesta quarta-feira (6) que negocia com a equipe econômica mais R$ 500 milhões para o programa de subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). A declaração foi dada durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
De acordo com o ministro, em 2023, o valor reservado no Orçamento, de R$ 933 milhões, já foi consumido, mas há necessidade de mais recursos devido às dificuldades climáticas enfrentadas pelos produtores rurais e ao aumento do preço das apólices. “Não podemos fechar o ano sem aportar, pelo menos, mais R$ 500 milhões para o seguro rural. É prioridade total e não há nenhuma insensibilidade do governo com relação a isso”, disse.
O seguro rural é um auxílio fornecido pelo governo federal para que o produtor possa contratar uma apólice para cobrir riscos à safra, como estiagens. O orçamento para essa ação tem girado em torno de R$ 1 bilhão desde 2020.
O deputado Afonso Hamm (PP-RS) defendeu o fim do contingenciamento dos recursos reservados no Orçamento para o ao Prêmio do Seguro Rural. Ele é autor de um projeto de lei nesse sentido que tramita na Câmara, o PL 1511/23. “É muito importantes evoluirmos para que não possa haver cortes. Hoje, o seguro agrícola é um faz-de-conta”, disse.
Leite
Durante a audiência, deputados pediram apoio do ministro à cadeia do leite, que enfrenta crise devido à alta das importações e à queda do preço aos produtores brasileiros. Em outubro, um decreto passou a conceder benefício fiscal às empresas de laticínios ou cooperativas que comprarem leite no Brasil. O texto, entretanto, prevê um prazo de 90 dias para que mudança tributária entre em vigor e os efeitos do decreto só entram em vigor no fim de janeiro.
O deputado Domingos Sávio (PL-MG) lamentou que o decreto editado para ajudar o segmento só vá produzir efeitos a partir de janeiro. Para o parlamentar, a existência do prazo incentivou os importadores a fazerem estoques de leite, prejudicando ainda mais o segmento nacional. “Isso agravou o problema, porque aí aumenta a importação”, disse.
O ministro da Agricultura reconheceu que houve aumento nas importações após o decreto. Outros deputados, como Welter (PT-PR) e Zé Trovão (PL-SC), também criticaram a chamada noventena e pediram mais apoio à cadeia leiteira.