A Polícia Civil de Mato Grosso em conjunto com a policiais de Goiás prenderam na noite desta quinta-feira (9), o casal, de 23 anos, que matou e jogou o corpo da filha de seis meses em um córrego em Tabaporã (MT). O corpo do bebê foi encontrado ainda na noite de ontem após a dupla revelar onde estaria o cadáver.
De acordo com a Polícia Civil, a prisão ocorreu por volta das 19h após investigações da polícia apontarem que os pais estariam escondidos em Jataí (GO). Pai e mãe revelaram que jogaram a criança morta em um poço, localizado a cerca de 3km do município de Tabaporã (MT), e depois desfizeram do carrinho no Rio Sereno.
As guarnições do Corpo de Bombeiro Militar deslocaram até o local informado e realizaram as buscas. Ao chegar a cinco metros do poço encontraram os restos mortais da criança.
A Polícia Civil não revelou detalhes de como a criança foi morta e qual o motivo. Os pais estão sendo encaminhados à Mato Grosso na manhã desta sexta-feira (10) e o caso continuará sendo investigado pela Polícia Civil de Sorriso.
O caso
Em agosto do ano passado pai e mãe foram presos por maus-tratos contra a menina, que na época tinha apenas 28 dias de nascida. Eles levaram a criança até o hospital da cidade por causa de um machucado no pé e foi constatado que a criança tinha sinais de agressão.
A equipe da unidade acionou o Conselho Tutelar, que recolheu a menina e acionou a polícia. O casal foi preso, mas foi solto no dia seguinte. O bebê ficou na Casa de Passagem, mas em novembro do ano passado a Justiça devolveu a guarda aos pais.
Marlene Sieber da Silva, conselheira tutelar, contou que na época da primeira ocorrência ficou constatado que a criança era vítima de maus-tratos.
Segundo ela, na última quarta-feira, uma denúncia anônima foi feita ao conselho, de que os dois foram vistos com um carrinho de bebê próximo ao rio da cidade, mas que não foi possível perceber se a criança estava nele.
Momentos depois, o casal foi visto com mochilas pedindo carona na saída da cidade e sem a criança. De acordo com a denúncia feita, a situação aconteceu no fim de dezembro e, desde então, eles não foram mais vistos, até que o pai teria telefonado e afirmado que teve que sair às pressas da cidade e pediu para que fosse colocado fogo nas coisas do bebê.
Segundo a conselheira, foi feito contato com alguns parentes do casal que moram na cidade, mas ninguém sabe nada sobre os dois. A mulher teria outros filhos que vivem com a mãe dela em Paranatinga. Ela também foi acionada e informou não saber sobre o paradeiro da filha. O casal teria chegado na cidade poucos dias antes da primeira ocorrência e, segundo comentários, eram usuários de drogas.
Prisão por maus-tratos durou um dia
Os pais do bebê foram presos no dia 19 de agosto do ano passado, por volta das 20h. A polícia foi acionada pelo Conselho Tutelar após o bebê, de 28 dias, ser levado pelo casal ao hospital municipal.
De acordo com decisão da Justiça, que concedeu a liberdade aos acusados de maus-tratos no dia seguinte, a criança tinha traumas em dois dedos. Questionados, os pais não souberam explicar a origem das lesões, oportunidade em que foram encaminhadas à Delegacia. A Polícia arbitrou fiança, mas o casal argumentou não ter condições financeiras para pagar. O valor não foi revelado.
O Ministério Público Estadual se manifestou pela homologação do auto de prisão em flagrante e pela concessão de liberdade provisória, sem pagamento de fiança, o que foi seguido pela Justiça.
Além disso, a Justiça considerou que a menor estava sob tutela do Estado, entendendo que a liberdade dos acusados não colocaria em risco a integridade física da menor. Apontou que se condenados ou pais teriam pena de detenção de dois meses a um ano, ou multa, e cumpririam em liberdade.
Eles foram soltos com medidas restritivas, como não frequentar bares e boates, não deixar a comarca e não se aproximar da criança.
