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Saúde

SBPC: Brasil tem estrutura e conhecimento para enfrentar pandemias

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A possibilidade de uma nova pandemia, ou mesmo de uma nova onda de covid-19, preocupa a todos: população, autoridades e especialistas. A fim de saber se o país está preparado para uma outra pandemia, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) teve hoje (27), como conferencista na 74ª reunião anual, em Brasília, o professor e epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (RS).

Segundo o especialista, em termos de infraestrutura e de produção de conhecimento, o país está, sim, preparado. Ele, no entanto, faz um alerta: “Criamos uma fantasia coletiva de que o melhor jeito de enfrentar pandemias é com tratamento. Isso é insuficiente. O que se deve fazer nesse tipo de situação é evitar que as pessoas fiquem doentes”, disse ele, ao afirmar que, no caso de pandemias, o olhar epidemiológico deve ser priorizado em um primeiro momento, em vez do olhar clínico.

“O Brasil tinha capacidade e inteligência para enfrentar a pandemia, mas não o fez de forma adequada. Quando se tem uma cardiopatia, busca-se um cardiologista. Se o problema está nos olhos, busca-se um oftalmologista. No caso de uma pandemia, é o epidemiologista a pessoa natural para ser ouvida, mas infelizmente não foi o que ocorreu no Brasil”, argumentou.

Para ele, foi um erro adotar inicialmente um “olhar clínico, individualizado, em vez de epidemiológico, que é coletivo”, acrescentou.

Varíola dos macaco

A demora do poder público para tomar decisões pode, segundo ele, facilitar o avanço da varíola dos macacos, que já registra quase 900 casos no Brasil. A doença já foi classificada como “muito preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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“Não tenho dúvida da gravidade. Faço, no entanto, uma ressalva: pelo nosso histórico, temos mais capacidade de saber o que fazer do que tínhamos no começo da covid-19. Mas é algo que deve ser feito rapidamente. Se demorarmos, a coisa pode complicar”, sugere o epidemiologista.

Nesta semana, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o Brasil “fez o dever de casa” diante do surto de varíola dos macacos desde o início da epidemia. Durante a abertura de um workshop sobre vigilância em saúde promovido pelo ministério, Queiroga disse que o Brasil se preparou para lidar com o vírus, providenciando laboratórios para diagnóstico, identificação dos casos e isolamento dos pacientes.

Conhecimento e infraestrutura

Hallal elogiou a produção de conhecimento desenvolvida no país para lidar com situações de pandemia. “Temos quase 100 projetos de pós-graduação em saúde coletiva, sendo 55 acadêmicos e 41 profissionais”, disse ele, ao destacar o fato de o país ter “uma rede de universidades públicas que concentra mais de 90% da produção científica nacional”.

A fim de manter a qualidade das pesquisas brasileiras, o professor alerta sobre a questão da “fuga de cérebros” que tem se intensificado no meio acadêmico nacional, com “muitos bons alunos deixando o país para desenvolver pesquisas no exterior”.

Na avaliação de Hallal, o país conta com “o maior sistema de saúde pública do mundo” – no caso, o Sistema Único de Saúde (SUS). “Temos também UBSs [unidades básicas de saúde] perto da casa de cada brasileiro e somos referência mundial em vacinação”, argumentou.

Pandemia e questões sociais

Segundo Hallal, o primeiro desafio a ser encarado para evitar que novas pandemias se espalhem pelo território nacional está relacionado à questão da desigualdade social. “O Brasil já foi o segundo ou o terceiro país mais desigual do mundo. Isso está diretamente relacionado ao potencial [de avanço] das pandemias”, disse.

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Ainda na abordagem sobre a relação entre questões sociais e pandemia, o epidemiologista lembrou que a covid-19 chegou ao Brasil via aeroportos, trazida por pessoas que fizeram turismo no exterior. “Nos primeiros meses, os 20% mais ricos do país eram os que corriam maior risco. Mas logo em seguida a pandemia passou a matar mais pobres do que ricos. Tivemos então um cenário de desigualdades ainda mais acirradas”, destacou.

Comunicação científica

Hallal, na condição de cientista, fez um mea culpa ao falar sobre as dificuldades do meio acadêmico para falar de forma acessível com os cidadãos. Segundo ele, o uso de linguagem simples sobre estudos científicos evitaria que a população fosse convencida tão facilmente pelas notícias falsas veiculadas na internet.

“Temos de ser menos arrogantes para que a população tenha acesso e entenda o que estamos produzindo. É impressionante a dificuldade que vejo até mesmo em meus doutorandos para explicar, sem linguagem acadêmica, o que estão fazendo. É um exercício muito importante inclusive para falarmos com a mídia”, disse.

A opinião de Hallal foi corroborada pela coordenadora do Laboratório de Gases de Efeito Estufa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Luciana Gatti, que também estava presente na conferência. “Precisamos socializar o conhecimento e a ciência para evitarmos que terraplanistas e negacionistas ocupem esse espaço”.

Edição: Bruna Saniele

Fonte: EBC Saúde

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Saúde

Com doses próximas do vencimento, Saúde amplia vacinação contra dengue

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O Ministério da Saúde ampliou o público-alvo de vacinação contra a dengue para evitar perdas de estoques de vacinas que estão próximas do vencimento. Doses com validade até 30 de abril poderão ser aplicadas, preferencialmente, em crianças e adolescente de 6 a 16 anos.

A critério dos gestores municipais, a imunização poderá ser estendida a pessoas de 4 a 59 anos, que é limite etário especificado na bula da vacina Qdenga, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Os municípios que tiverem muitas vacinas contra dengue com validade até 30/04, representando um risco de perda física, poderão aplicá-las em faixa etária ampliada, de seis a 16 anos. Em caso de necessidade, municípios poderão ampliar a estratégia para a faixa etária aprovada pela Anvisa, entre quatro a 59 anos, conforme disponibilidade de doses que vencerão até 30 de abril de 2024”, escreveu a Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, em publicação nas redes sociais nesta quinta-feira (18).

Ela destacou que a modificação da estratégia é temporária, em razão da data de vencimento das vacinas. Mas quem se vacinar nesse cenário, terá sua segunda dose garantida.

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“Lembrando que cada município está em uma situação em relação ao estoque e busca pelas vacinas, então é importante verificar junto ao município a faixa etária liberada. Neste momento é de extrema importância levar as crianças para a atualização da caderneta vacinal, para protegê-las e reduzir os riscos de dengue”, acrescentou.

A campanha de vacinação contra dengue teve início em fevereiro, com a distribuição de doses a 521 municípios selecionados pelo Ministério da Saúde. O público-alvo prioritário são crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde.

“Embora exista a vacina contra a dengue, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas (como chikungunya e Zika), seja pelo manejo integrado de vetores ou pela prevenção pessoal dentro dos domicílios”, alerta o Ministério da Saúde.

Vacinação no DF

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal já confirmou a ampliação da vacinação nas unidades de saúde. “Essa expansão da faixa etária será válida até o fim do estoque de vacinas contra dengue ainda disponíveis na rede. Ainda há cerca de 2,8 mil disponíveis”, informou.

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De acordo com a pasta, já foram aplicadas 54.214 doses, cerca de 92% do total distribuído no DF.

Fonte: EBC SAÚDE

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Saúde

Fiocruz aprova 56 projetos para ações de saúde em favelas do Rio

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, nesta quarta-feira (17), o resultado da chamada pública para Apoio a Ações de Saúde Integral nas Favelas do Rio de Janeiro. A instituição recebeu 143 proposições de diversos municípios do estado do Rio de Janeiro.

Foram aprovados 56 projetos que vão receber aproximadamente R$ 5,6 milhões. Dentre as propostas selecionadas, 55% foram elaboradas por organizações sociais que ainda não tinham efetuado ações no âmbito do primeiro edital, realizado em 2021, pelo Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro.

O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, disse que a ação representa marco significativo na promoção da saúde integral da população das favelas do estado do Rio de Janeiro. “Com essa iniciativa, reconhecemos o trabalho das organizações que atuam nas comunidades e, sobretudo, a importância da participação social na formulação das soluções para esses territórios”, avaliou.

Moreira disse não ter dúvida de que os projetos selecionados terão impacto positivo e transformador não apenas nas comunidades diretamente beneficiadas, mas também servirão de exemplo inspirador para todo o país.

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O plano integrado foi criado durante a pandemia de covid-19, com objetivo de apoiar respostas sociais às questões emergenciais nas favelas e contribuir para a ampliar a participação social nas ações de saúde, auxiliando no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em 2024, a abrangência territorial do plano será ampliada dos atuais 18 para 33 municípios: Angra dos Reis, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Itaperuna, Magé, Mangaratiba, Maricá, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Paraty, Petrópolis, Queimados, Rio de Janeiro, Seropédica, São Gonçalo, São João de Meriti, Volta Redonda, e organizações sociais que atuam nas cidades de Barra Mansa, Belford Roxo, Cabo Frio, Cachoeira de Macacu, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Nilópolis, Paracambi, Rio Bonito, Rio Claro, São Pedro da Aldeia, Tanguá e Teresópolis. 

Favelas contempladas

Dos novos 56 projetos selecionados, 15  incluem ações em favelas de Niterói, oito em São Gonçalo, sete em de Duque de Caxias, cinco em Mesquita e quatro em Itaguaí e Belford Roxo. Na cidade do Rio de Janeiro, serão apoiados 25 projetos nas favelas da zona norte, 15 nas comunidades da zona oeste, nove nas favelas da zona sul e cinco na região central da capital fluminense.

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As propostas  apresentam foco na construção e manutenção de cozinhas comunitárias e segurança alimentar, atividades de educação em saúde, treinamento profissional em saúde com foco nas comunidades, ações ligadas à saúde mental, agroecologia, comunicação e informação em saúde por meio de arte e cultura 

O resultado final pode ser acessado no Portal Fiocruz. Orientações e dúvidas podem ser remetidas por e-mail: [email protected].

Fonte: EBC SAÚDE

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