VW Voyage automático e Toyota Etios Sedan 1.5 estão entre as melhores e poucas opções do segmento no Brasil
Os sedãs compactos continuam sendo uma boa alternativa com preço relativamente baixo, mas com espaço considerável para levar bagagem. E com a chegada do VW Voyage automático no segmento, consegue-se incluir uma certa dose de conforto para enfrentar o anda e para do trânsito caótico das grandes cidades.
Entre as melhores opções do segmento que temos hoje no mercado, estão o Toyota Etios Sedan (parte de R$ 59.990) e o VW Voyage automático
(R$ 62.900), ambos disponíveis com caixa com conversor de torque, nada de automatizado, algo que está fadado a sumir das lojas em breve. Se você pensou que o modelo da marca alemã irá superar fácil o rival, saiba que não é bem assim.
Tudo bem, o Voyage acaba sendo um pouco melhor que o Etios no cômputo geral, mas a briga entre os dois é mais acirrada do que se imagina. Mesmo com câmbio de quatro marchas, ante o de seis do VW, o Toyota consegue manter diferenças menores de desempenho e consumo do que se pensa, ajudado pela cilindrada (1.5 contra 1.6) e peso ligeiramente menores (965 kg ante 1.058 kg).
O motor 1.5 do Etios rende até 107 cv e 14,7 kgfm de torque a 3.100 rpm, contra 120 cv e 16,8 kgfm a 4.000 rpm do Voyage. Mas apenas o Toyota tem variador de fase não apenas na admissão mais no escape também. Sobe de giro rápido e funciona com suavidade. Entretanto, o VW ainda conta com mais potência específica: 75,1 cv/l ante 71,5 cv/l.
VW Voyage automático ao lado do rival Toyota Etios Sedan, seu principal rival além do Ford Ka Sedan 1.5
Acelere e verá que o Voyage é um pouco mais bem disposto, indo de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos, ante 12 s do Etios, que mostra que tem bom isolamento acústico e de vibrações, mesmo em rotações mais altas, o qiue deixa claro que o Toyota evoluiu bastante desde o lançamento no Brasil, em 2012. Um dos grandes avanços fica por conta da inclusão dos controles eletrônicos de estabilidade e tração entre os itens de série, o que o VW não tem.
VW Voyage automático tem interior um pouco mais moderno e ergonômico que do rival…
Nas curvas, o Voyage tem como aliado o conjunto de rodas de aro 15 montadas em pneus mais largos e de perfil mais baixo que os do Etios (195/55R15 ante 175/65 R 14). Em ambos, a susoensão consegue absorver bem as irregularidades do piso e, ao mesmo tempo, manter certa estabilidade.
Em contrapartida, por ter assistência elétrica e não hidráulica, como a do VW, o Toyota é mais fácil de manobrar por exigir menos esforço para girar o volante. E em velocidades mais altas, o sistema da marca japonesa mantém a sensação de segurança ao aumentar o peso da direção conforme o ponteiro do velocímetro vai ganhando altitude, mas sem prejudicar o conforto.
Mas apesar de ter recebido várias melhorias ao longo dos útimos 6 anos, o Etios Sedan
não deixa de ter um projeto de baixo custo e continua com itens como painel de plastico duro e quadro de instrumentos no centro que não tem informacões como temperatura externa, por exemplo. No Voyage, o nível de simplicidade é menor. A economia feita no VW é notada por detalhes como os botões dos vidros elétricos traseiros no painel e não nas portas, onde deveriam estar.
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…que vem com mostrador no centro do painel de plástico duro, ao contrário do VW Voyage automático
Na questão do espaço interno, porém, o Etios fica na frente do Voyage. Não apenas pelo entre-eixos (2,55 metros, ante 2,47 metros), o que ajuda a ter maior distância entre as costas dos bancos dianteiros e os joelhos de que vai sentado atrás. O porta-malas do Toyota também fica na frente do concorrente, com cavernosos 562 litros, ante 480 litros do VW.
Quando o assunto é estilo, o Voyage também fica um passo a frente do Etios Sedan, mas com certa discrição. O sedã da VW
recebeu frente renovada na linha 2019 com detalhes vindos da Saveiro, o que inclui faróis maiores, bem como grade e para-choque redesenhados, mudanças que acabam transmitindo uma ideia de robustez ao carro. De qualquer forma, a versão três volumes do Gol ainda se mantém atual, mas não por muito tempo, uma vez que uma nova geração de compactos da VW está sendo esperada para 2021.
Conclusão
Os dois sedãs compactos automáticos são recomendáveis. Mas o VW Voyage automático
fica um na frente do rival nesse comparativo, embora com uma diferença menor do que se pode imaginar num primeiro momento. Mesmo com câmbio de quatro marchas, o Etios consegue supreender quando o assunto é economia de combustível e desempenho, além de ter mostrado que evoluiu ao longo dos anos no Brasil.
Ainda bem cedo, os competidores se dirigem à largada. A temperatura esteve próxima do zero
Neste último fim de semana fui até o Rio Grande do Sul acompanhar a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica , promovido pela Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. A etapa chama-se Rally dos Vinhedos e é organizada pelo Veteran Car Club dos Vinhedos , sediado no município de Bento Gonçalves , na Serra Gaúcha.
Só o fato de estar em uma região tão bela, tão bem dotada pela natureza, já vale qualquer dificuldade em chegar, visto que fica no extremo sul do país, região que é bem conhecida pelas baixas temperaturas , especialmente no inverno. Mas é justamente isso que faz do lugar um destino tão desejado.
O Rally dos Vinhedos está comemorando sua décima edição, reunindo 129 veículos antigos e clássicos para um passeio cronometrado pelas estradas da região, passando por municípios como Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O mais interessante foi a participação de 13 intrépidos pilotos de motonetas clássicas , que enfrentaram a temperatura de quase zero grau no momento da largada.
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As motonetas cruzaram alguns centros urbanos durante o percurso
E mais, diferentemente dos automóveis, que têm um piloto e um navegador, que além de lhe fornecer a velocidade ideal para cada trecho também indica o caminho a ser seguido, no scooter o piloto faz sozinho todos os trabalhos.
Claro, sendo um rally de veículos antigos , essas motonetas, que atualmente são conhecidas por scooters , são de época, de um tempo quando ainda não tinham esse apelido.
Dos 13 participantes, 11 deles pilotavam Vespa nacionais dos anos 80, que eram fabricadas em Manaus, AM, pela Piaggio . Os outros dois pilotavam Lambretta Li 150 , fabricadas nos anos 60. Vespa e Lambretta eram (e são) eternos rivais nesse segmento dos veículos de duas rodas.
Um rally de regularidade , que também pode ser chamado de passeio cronometrado, avalia a capacidade do piloto em manter as médias de velocidade pré-estabelecidas, que figuram na planilha com o roteiro. Quanto mais próximo o tempo de passagem pelos vários pontos de controle distribuídos pelo percurso, menos pontos o participante perde. No final, quem perder menos pontos, de acordo com um regulamento complexo, vence a prova.
Entre as motonetas, o vencedor foi André Sain, de Bento Gonçalves, pilotando (e navegando) a Vespa PX 200 1986 de número 21. André teve 78 pontos perdidos nessa etapa.
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O vencedor André Sain, com sua Vespa PX 200 1986
Em segundo lugar chegou Daniel Orso, também de Bento Gonçalves, com a Vespa PX 200 Elestart 1987 de número 24, com 84 pontos perdidos. Em terceiro lugar ficou Rodrigo Nenini, de Garibaldi, com a Vespa PX 200 1986 de número 22, com 123 pontos perdidos.
Brasília LS 1980 é um dos modelos históricos da Volkswagen no Brasil
A Volkswagen tem uma história muito interessante. Como sabemos, ela começou na Alemanha da década de 30 produzindo aquele que seria um dos carros mais icônicos do planeta: o Fusca. Naquela época, Ferdinand Porsche criou a ideia de um motor boxer com refrigeração a óleo e manutenção muito simples.
Após o final da Segunda Guerra Mundial, a marca retomou a produção do besouro e, na década seguinte, percebeu que o seu público consumidor buscava algo diferente. Na metade dos anos 50, nasceu o Karmann-Ghia , o modelo com linhas clássicas e esportivas utilizando a mesma mecânica confiável.
Na década seguinte, a Volkswagen ampliou a sua gama de modelos com versões diferentes. No Brasil, a grande mudança ocorreu nos anos 70 quando a matriz deu liberdade para que as suas filiais criassem modelos diferentes de acordo com o público consumidor. O Brasil foi um deles e a genialidade e capacidade de nossos projetistas marcou a história.
Nesse sentido, nasceu o Brasília, em 1973. O projeto da equipe de Márcio Piancastelli conseguiu sanar os problemas clássicos do Fusca e aprimorar a ideia desse projeto tão versátil. Nascia ali um modelo que agradou em cheio o consumidor, trazendo resistência e um estilo muito marcante para as famílias brasileiras.
O modelo comemorou 50 anos este ano com muita festa por parte da montadora. Algumas de suas versões chamaram atenção, trazendo mais acessórios e mais equipamentos. É o caso desse exemplar LS , de 1980, que pertence a Leandro Coelho , mecânico e que também possui um canal popular no YouTube .
O exemplar está extremamente bem conservado com todas as características originais da época. Os destaques vão para o lavador elétrico do vidro, frisos laterais e o interior monocromático. Os bancos com encosto de cabeça também fazem parte desse pacote juntamente com o motor de 1.584 cm³ cilindrada.
Dirigir o Brasília é uma grande satisfação. Realmente o acerto do projeto em relação ao Fusca é notável. Vale destacar a sua estabilidade, o conforto dos assentos e a mesma simplicidade mecânica que acompanhou toda essa história fantástica desses 70 anos da Volkswagen no Brasil .