No segundo dia de provas do Enem 2023 destacou-se uma das questões que abordou a TPM
A segunda etapa da prova do Enem, realizada no domingo (12) destacou uma questão sobre tensão pré-menstrual (TPM) na prova de biologia. A pergunta falava da influência dos hormônios no período de TPM (tensão pré-menstrual). É um alerta também para que as mulheres conheçam seu ciclo menstrual, entendendo um pouco sobre esse fluxo de hormônios e o que acontece. Mariana Betioli, obstetriz especialista em saúde íntima e CEO da Inciclo, esclarece que a TPM atinge mais ou menos 80% das mulheres. “Na verdade, isso é uma coisa natural do nosso ciclo, que pode ser patológica ou não.”
A mulher é cíclica e cada fase do ciclo tem algumas características que influenciam nas nossas emoções, na nossa disposição, na nossa energia. “Na primeira fase do ciclo, por exemplo, a mulher tem mais energia, mais disposição, uma libido aumentada – justamente por conta da ovulação que tá por vir-. Essa fase vai desde a menstruação até o dia da ovulação”, explica.
Na segunda fase, continua Mariana, há uma mudança hormonal muito grande, que pode acarretar alguns sintomas. “Então, emocionalmente a mulher pode ficar mais irritada, mais chorosa e esses sintomas são mais agravados quando ela não percebe ou não pode atender aquilo que o corpo tá pedindo. Nessa segunda fase, como é um momento de baixa energia, que a mulher tem uma vontade maior de se isolar, de ficar mais quietinha. O sintoma físico muito comum nessa fase é a constipação. Algumas mulheres ficam com seios muito sensíveis, a barriguinha mais inchada, têm mais gases, isso tudo é normal. Esses sintomas aparecem normalmente por volta de sete dias antes da menstruação, é a famosa TPM.””
Se esses sintomas ultrapassam de 10 dias, a indicação é de procurar um médico para investigar; quando os sintomas permanecem por muito tempo podem indicar alguma outra causa que não seja só uma simples TPM. “Se essa irritabilidade está muito exagerada ou a tristeza está muito profunda, isso pode ser uma outra coisa que não é TPM, que é a TDPM, Transtorno Disfórico que aí é uma doença, sim, que precisa de tratamento e muitas vezes é confundida com a TPM”, alerta a especialista.
As mulheres têm muito o hábito por conta da nossa cultura de negligenciar os sintomas que sentem. “Então às vezes muitas dessas TDPMs não são diagnosticadas, porque todo mundo acha que ficar irritada é normal, que ficar chorosa é normal, que ficar triste é normal, é normal um pouco, uma mudança muito sutil no comportamento da mulher. Não pode ser uma mudança muito brusca, tem mulheres que ficam realmente bem deprimidas, muito ansiosas e muito sem paciência nessa fase, mas fora daquilo que a gente entende como normal, então precisa ser avaliado por um médico, pode ser endocrinologista, ginecologista ou mesmo psiquiatra.”
Há algumas coisas que podem ser feitas ao longo do ciclo para diminuir as chances de ter esses sintomas muito agravados e outras atitudes que podem ser tomadas durante a própria fase que se está enfrentando. “Dieta, exercício, alimentação adequada é sempre uma boa pedida. O equilíbrio vai ajudar para que a mulher não tenha os sintomas muito fortes. E, durante aquela semaninha de TPM, quando dá muita vontade de comer doces, carboidratos, massas, tentar manter o equilíbrio. É claro que a mulher deve se permitir e respeitar seu corpo e suas vontades, mas deve entender que o consumo exagerado desse tipo de alimento vai agravar os sintomas”, explica Mariana.
Voltando ao exercício físico, sabemos que na TPM a mulher tem menos disposição, menos energia, mas parar totalmente com a atividade física também não é uma boa. “Então, fazer uma caminhada, alongamento, yoga, pode ajudar a melhorar os sintomas de depressão, de tristeza, de ansiedade, e vai ajudar também no sono e na disposição por conta dessa liberação hormonal do próprio exercício físico”, recomenda.
Aos 37 anos, nem sempre é fácil conciliar trabalho e maternidade, garantindo qualidade de vida e resultados expressivos no escritório. Mas, hoje, esse já é um desafio superado por Natália Simony, CEO do grupo Alta Performance e do APN – treinamento criado pelo empresário Marcos Freitas que vem impulsionando negócios no Brasil. Prova disso é a expectativa de faturamento da holding, que prevê dobrar a receita ainda este ano, chegando aos R$ 30 milhões.
Com um mindset empreendedor e inato, os mil e um talentos da mulher executiva se desdobram dentro e fora de casa. Em meio aos cuidados e às atividades dos três filhos, Natália agrega uma parceria de peso ao lado do marido no mundo dos negócios.
Juntos desde (antes) da criação da empresa e de braços de operação, alcançam mais de meio bilhão de receita. Talvez os 23 anos de relacionamento também instiguem esse match de sucesso, além dos aprendizados que a vida lhe proporcionou.
Desde 2016, o APN se baseia em um treinamento de três dias voltado a empreendedores, líderes e executivos que trabalha quatro pilares: vendas, gestão, finanças e pessoas. Com metodologia patenteada, já formou mais de 90 mil empresários e obtém mais de 98% de aprovação no mercado.
Mas as coisas não eram bem assim antes de alcançar esse equilíbrio pessoal e profissional. Formada em direito, Natália sempre foi uma profissional liberal e o desejo de empreender esteve muito claro em sua jornada desde o início. Inclusive, o ponto de virada se deu quando era empresária no ramo de alimentação e comandava cinco operações em shopping centers. “O meu dia a dia era muito corrido e eu não conseguia conciliar o trabalho e a rotina em casa. Quando cheguei ao meu limite, optei pela família; recuei e vendi as operações. Hoje, no entanto, encontrei uma forma de harmonizar tudo isso graças à alta performance que desenvolvi ao longo do tempo. A vida que levo atualmente representa uma grande vitória e mostra que estou no caminho certo”, destaca.
Nesse processo, a executiva também afirma que aprendeu a pedir ajuda e não mais abraçar o mundo, ou seja, fazer o que dá para ser feito, entregando o seu melhor. “Não sou uma supermulher, sou de carne e osso com as minhas limitações. Mas quando temos humildade e coragem de pedir ajuda é incrível como descobrimos o quanto somos rodeados de pessoas fantásticas. Parei de tentar fazer tudo e comecei a chamar o time para atuar junto: de casa, do trabalho e da minha rede de apoio”, diz.
Na empresa, Natália faz questão de motivar a equipe. O lema é que todos são eternos aprendizes. “Estamos sempre em obra”, diz. Nesse sentido, ressalta o quanto é imprescindível acompanhar as inovações do mercado e instigar o time a se capacitar continuamente, buscando melhorar enquanto pessoas e profissionais.
Metas claras e consonância nos negócios
Agora para alcançar a solidificação no mercado, seja em qual for, a executiva fala sobre a importância de ter clareza de objetivos e saber para onde ir. “A empresa precisa ter um alvo, compreender quais benefícios traz à sociedade e onde quer chegar. O time todo deve pensar na mesma direção. Nesse contexto, instigamos nossos colaboradores, fomentamos a questão de ser um profissional de alta performance. Isso favorece nosso bom posicionamento frente à concorrência e, consequentemente, o sucesso.
Ela conta que faz encontros com mulheres e também oferece treinamento para seus colaboradores, como forma de estarem todos preparados e ter qualificação, tanto quanto seus clientes.
Pílula do Dia Seguinte: Pesquisa aponta uso exacerbado do medicamento com riscos e falta de informação entre jovens
Tabus e dúvidas surgem quando o assunto é o uso da pílula do dia seguinte. Estudantes de Enfermagem do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Daniela Diniz e Isabela do Carmo realizaram pesquisa sobre o uso indiscriminado de pílulas contraceptivas de emergência entre estudantes universitárias, apontando os riscos associados à prática frequente do seu uso e a falta de informação. Os resultados enfatizam a importância de ações educacionais sobre o uso criterioso da contracepção de emergência, promovendo uma abordagem mais consciente em relação à saúde sexual e reprodutiva.
A pesquisa analisou a frequência do uso de contraceptivos orais de emergência por 120 universitárias, entre 18 e 25 anos e os motivos por trás dessa escolha. Dos dados coletados, 27% das entrevistadas admitiram ter utilizado a pílula do dia seguinte, no mínimo uma ou duas vezes no período de 12 meses. Destas, 84% fizeram uso do medicamento dentro das primeiras 24 horas após uma relação sexual desprotegida, sendo que 65% delas relataram alterações em seus ciclos menstruais após o uso e efeitos colaterais.
Como razão para prevenir a gravidez após o envolvimento em relações sexuais desprotegidas, 66,5% das estudantes afirmaram recorrer aos contraceptivos de emergência com frequência. Em relação ao acesso, os dados indicam que tanto a pesquisa online quanto a recomendação dos contraceptivos por familiares representam a maioria, compreendendo 35,2% das respostas, seguidos por 27,2% que adquiriram o contraceptivo por iniciativa própria. Apenas 1,13% das mulheres obtiveram o método mediante prescrição médica, segundo os resultados analisados.
“Percebemos uma lacuna na orientação profissional sobre o uso frequente de anticoncepcionais de emergência entre jovens universitárias. Há uma clara carência de conhecimento embasado e confiável sobre os riscos associados ao uso frequente dos métodos contraceptivos de emergência”, afirmam Daniela e Isabela, que sugerem a implementação de estratégias de educação em saúde a fim de reduzir as gestações não planejadas e os riscos decorrentes do uso corriqueiro da contracepção de emergência.
“É essencial orientar essas jovens para um planejamento familiar consciente, permitindo uma reflexão sobre seus direitos sexuais e reprodutivos”, destacam as pesquisadoras. As alunas do CEUB enxergam o cenário também como uma oportunidade:”Essa pode ser uma oportunidade para promover uma abordagem mais reflexiva sobre a saúde sexual, possibilitando escolhas informadas e responsáveis”.
Para a orientadora da pesquisa, Julliane Messias, professora de Enfermagem do CEUB, a mostra ressalta a necessidade de conscientização sobre o uso racional de tais métodos contraceptivos – com iniciativas de rápida disseminação junto ao público-alvo, além de um espaço de escuta ativa e acolhimento, liderado por profissionais com expertise na área. “As redes sociais podem ser ferramentas fundamentais para chamar a atenção dessas jovens, utilizando vídeos curtos e informativos, com linguagem acessível e clara”, propõe.
Ministério da Saúde O uso irrestrito das pílulas orais para contracepção de emergência pode trazer consequências graves. De acordo com levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, 40 a 50% das mulheres sofrem efeitos colaterais como náuseas, vômitos, cefaleia, dor mamária, alterações no ciclo menstrua e vertigem. O relatório aponta ainda que o medicamento é contraindicado para mulheres com antecedentes de acidente vascular cerebral, tromboembolismo, enxaqueca severa ou diabetes com complicações vasculares.