Indicada para uma variedade de condições, incluindo pós-operatório de cirurgias plásticas, edemas, celulites, retenção de líquido e inchaços, a drenagem linfática vem se destacando – não é de hoje – como uma aliada valiosa na busca pelo bem-estar.
Ela visa, através de técnicas de massagem, estimular o sistema linfático do corpo. Este sistema é responsável por remover toxinas e resíduos do organismo, sendo essencial para o bom funcionamento do sistema imunológico.
Mas, de acordo com o biomédico mineiro e mestre em Medicina Estética, Thiago Martins, para que ela seja realmente eficaz, é importante ser realizada sobre o trajeto dos vasos linfáticos, no sentido da drenagem para os gânglios.
“Esses movimentos devem ser leves e com pressão em bracelete e antes do procedimento, porém, é necessário preparar o corpo com o esvaziamento dos gânglios linfáticos, realizando movimentos circulares no sentido horário, antes de drenar a linfa em sua direção. De nada adianta fazer a drenagem se não passar por esse processo inicialmente.”
A prática deve ser realizada por profissionais que tenham experiência e formação compatível. Quanto à frequência, Thiago Martins sugere que a periodicidade do procedimento deve ser determinada caso a caso, com base nas necessidades individuais do paciente e nas orientações do profissional de saúde.
Contraindicações
Martins enfatiza que, embora a drenagem linfática seja benéfica para muitos, existem contraindicações essenciais a considerar. Pacientes com insuficiência cardíaca ou renal, pois o aumento da circulação de fluidos pode colocar mais pressão sobre esses órgãos comprometidos.
Aqueles que estão com infecções agudas devem evitá-la, pois o procedimento, segundo o especialista, pode espalhar a infecção pelo corpo, assim como aqueles que estão em tratamento ativo para câncer. Os que sofrem com trombose venosa profunda ou tromboflebite também devem descartar tal procedimento, já que os movimentos suaves podem desalojar coágulos sanguíneos e levar a complicações graves, bem como pessoas com hipertireoidismo não tratado, asma brônquica grave e não tratada e febre.
“É crucial que os pacientes compartilhem seu histórico médico completo com o especialista antes de iniciar o tratamento para evitar complicações.
Como a drenagem age em cada caso
– Celulites : Ela é frequentemente utilizada como parte de um tratamento multidisciplinar para reduzir sua aparência. Através dos movimentos suaves e rítmicos que estimulam o sistema linfático e a circulação sanguínea, a drenagem melhora o fluxo de sangue e, consequentemente, as áreas afetadas pela celulite, ajudando a diminuir seu aparecimento e favorecendo a oxigenação dos tecidos.
“A celulite está frequentemente associada ao acúmulo de proteínas e resíduos no tecido adiposo. A massagem ajuda a remover essas toxinas, promovendo a desintoxicação do corpo e contribuindo para a redução da inflamação”, ressalta Thiago.
Ela reduz também a retenção de líquidos e melhora a elasticidade da pele. “Apesar disso, vale ressaltar que ela é uma técnica complementar que pode ser eficaz na redução temporária da celulite e na melhoria da textura da pele, mas seu impacto pode variar de pessoa para pessoa, dependendo da gravidade da celulite e de outros fatores individuais.”
– Cirurgias plásticas : amplamente utilizada devido aos seus benefícios, ela ajuda a drenar o excesso de líquido acumulado nos tecidos, acelerando o processo de cicatrização.
“Ela também estimula a circulação sanguínea e linfática, ajudando a reduzir a formação de hematomas (equimoses) e promovendo a absorção daquelas já existentes.
A cicatrização, o alívio do desconforto causado pela cirurgia e a prevenção da fibrose são outros pontos destacados pelo biomédico.
– Retenção de líquidos e inchaço : de acordo com Thiago Martins, ao estimular o fluxo linfático, a drenagem também melhora a circulação sanguínea. Isso significa que o sangue oxigenado e os nutrientes podem chegar a tecidos de forma mais eficazes, enquanto os resíduos são removidos mais rapidamente. Uma boa circulação contribui para a redução do inchaço.
“Já nos edemas, que são áreas de ocorrência causadas pelo acúmulo excessivo de líquidos nos tecidos, que ocorrem após lesões ou cirurgias, podem reduzir a inflamação através da técnica, promovendo uma recuperação mais rápida.”
Ritual pode custar caro
A drenagem linfática foi criada no início do século passado para ajudar na cura de enfermidades. Hoje, virou ritual de beleza e um procedimento de rotina para muitas mulheres que sofrem com a retenção de líquido. A drenagem ajuda o sistema linfático a funcionar, eliminando as toxinas presentes no corpo mais facilmente.
A massagem de origem brasileira conquista simpatia de estrangeiros, um tratamento desintoxicante e de contorno com a massoterapeuta Josie Rushing. “Massagens linfáticas são uma maneira suave de estimular ou encorajar o movimento natural do fluido linfático no corpo, que transporta o fluido residual para longe dos tecidos” diz.
Formada em massoterapia nos EUA, a empreendedora brasileira de apenas 38 anos, desenvolveu uma técnica inédita e exclusiva de massagem para esculpir o rosto e corpo de centenas de mulheres. Ela associou a drenagem linfática típica brasileira com a necessidade da mulher Americana (massoterapia) e a partir daí desenvolveu um procedimento estético inovador, que tem feito muito sucesso, inclusive com celebridades internacionais. Ela cobra R$ 2.500 uma massagem e tem fila de espera.
“A linfática brasileira funciona em três níveis distintos: dentro, fora e com relaxamento”, diz Rushing. “Ele tem como alvo todos esses tecidos com apenas uma sessão, e as sessões são personalizadas para atender ao tipo de corpo, problemas e necessidades de cada cliente”. Idealmente, você seria capaz de fazer uma massagem linfática semanalmente, mas um objetivo mais realista seria uma vez por mês.
Confira 10 motivos para fazer uma drenagem linfática
1. impurezas : o sistema linfático tem a função de eliminar do corpo as impurezas rejeitadas pelas células. Fazendo ele funcionar melhor, ajudará o corpo a eliminar tudo “o que não presta”.
2. Sem inflamações : quando há problemas no sistema linfático, aparece o acúmulo de líquido, inimigo das mulheres. Esse líquido não fui normalmente, causando inflamação nos tecidos ao redor. É aí que surgem as celulites e as varizes.
3. Celulite controlada : como a drenagem funciona como um processo de desintoxicação, ela diminui o aspecto da celulite.
4. Dois em um : quando você investe nesse tipo de tratamento, tende a ficar mais atenta em outros hábitos que potencializam o resultado. Para a drenagem realmente funcionar, você deve controlar a alimentação e colocar o corpo em movimento.
5. Adeus, conservantes : os descuidos com a alimentação sobrecarregam o sistema linfático. Mas quem consegue viver sem comer corantes, conservantes e agrotóxicos uma vez ou outra? Não tem jeito: toda essa impureza precisa ser eliminada, e a drenagem ajuda a mandar esses acúmulos embora.
6. Mais água : em qualquer clínica que você vá, será aconselhada a beber ainda mais água antes e depois de cada sessão. Adote esse hábito, que ajudará o seu corpo a eliminar mais rapidamente as toxinas.
7. Relaxamento extra : engana-se quem pensa que a drenagem é uma massagem forte e modeladora. Ela é suave e relaxante, e não deve deixar hematomas na sua pele. Roxinhos pelo corpo geram inchaço, o que a drenagem combate.
8. Fora, gordura : macromocélulas como a gordura também são eliminadas durante a drenagem, mas isso não significa que a massagem queima calorias. Você pode perceber que ficará mais fininha, mas isso acontece devido o aumento da circulação e o fim do inchaço corporal.
9. Pernas cansadas : se você fica muito tempo sentada ou em pé durante o dia, sem se movimentar, sabe o quanto é desagradável a sensação de pernas cansadas. Isso prejudica o sistema vascular, dá varizes e vazinhos, e a drenagem ajuda a ativar a circulação dessa área.
10. Alívio para gestantes : se você está grávida, investir na drenagem vai além do luxo. Como ela ajuda a desinchar e relaxar, é ótima para fazer no final da tarde, fazendo você dormir melhor e sentir menos o inchaço gestacional.
21 Dias de Ativismo não são suficientes para um país que estupra mulheres e crianças a cada oito minutos
Até o final desse texto, ao menos uma menina ou mulher terá sido estuprada no Brasil. Isso não é sensacionalismo, mas sim, estatística. E das mais alarmantes. Só no primeiro semestre de 2023, foram 34 mil casos registrados de estupro, o que representa um aumento de 15% em comparação com o mesmo período de 2022. E hoje, até o final do dia, aproximadamente quatro mulheres serão mortas em casos de feminicídio — o maior índice desde 2019.
Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e reforçam o inegável: o Brasil tem questões estruturais de ódio às mulheres e às meninas. Misoginia e estruturas machistas permeiam historicamente a nossa formação como país e perpetuam cada vez mais rápido em tempos de hiperconexão, exposição digital acelerada e sentimento de impunidade. A situação se agrava quando falamos das pessoas mais vulneráveis. Mulheres negras representam cerca de 62% dos feminicídios, enquanto as crianças são estupradas principalmente dentro de casa, muitas vezes por seus familiares.
É por tudo isso que iniciativas como os 21 dias de Ativismo são mais que necessárias para conscientizar, mobilizar e, potencialmente, combater todos os tipos de agressões que mulheres e meninas sofrem hora após hora, minuto a minuto. A campanha, que globalmente se chama 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, começou em 1991 com o Instituto de Liderança Global das Mulheres. Atualmente, cerca de 150 países aderem ao movimento com ações nas ruas e nas redes. Por aqui, iniciamos as mobilizações no dia 20 de novembro, como homenagem ao Dia da Consciência Negra, e seguimos até 10 de dezembro, que marca o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Nós, da Think Olga, somamos aos 21 Dias de Ativismo trazendo mensagens, relatos e ferramentas que podem apoiar as mulheres, o Estado, o setor privado e a sociedade como um todo. Recentemente, por exemplo, mostramos como o medo da violência afeta outras esferas da vida das mulheres.
Em nosso Lab Think Olga Esgotadas, o medo constante de sofrer violência é citado por uma em cada seis entrevistadas como fator de impacto em sua saúde mental. Também trabalhamos com cartilhas de combate ao assédio e à violência e damos visibilidade a espaços de acolhimento e denúncia.
Infelizmente, toda mulher já sofreu, teme sofrer ou conhece alguma outra que já sofreu violência. Andar na rua sozinha de dia e de noite, cortar laços com um parceiro abusivo, ser assediada no transporte público ou ao caminhar em qualquer lugar, não poder deixar sua criança próxima de uma figura masculina… Essas são as realidades que já não podemos tolerar. Esse é o compromisso de mudança que precisamos assumir todos os dias, ativa e profundamente. Porque é sobre mudar uma sociedade cheia de ódio em relação às mulheres. É sobre fortalecer mulheres cheias de traumas. É sobre a vida e a sobrevivência. É sobre vivermos.
Bubble hair: Quais são os riscos e os danos para o cabelo?
Geralmente, usa-se muitas ferramentas para manter o cabelo em ordem, principalmente equipamentos que emitem calor, como secador, chapinha e babyliss. Porém, quando não se é usado um protetor térmico, as madeixas ficam expostas a altas temperaturas durante o uso desses equipamentos, surgindo assim o efeito do “bubble hair”, que acaba formando bolhas de ar que ficam no cabelo por danos térmicos.
Para isso, a cientista e especialista em cabelos, Jackeline Alecrim explica que as fibras capilares contém espaços cheios de ar, chamados vacúolos, e quando as madeixas são lavadas e ficam molhadas e esses espaços acabam sendo preenchidos pela água. “Se secarmos os fios encharcados e sem proteção térmica, isso faz com que a água vaporize e expanda esses vacúolos, formando bolhas de ar dentro dos fios. Dessa forma, os cabelos acabam se tornando mais frágeis, favorecendo a quebra capilar, deixando as madeixas mais ásperas e ressecadas. Ademais, a longo prazo, a saúde do cabelo vai sofrer com muita intensidade.”, explica Jackeline.
Além disso, de acordo com a cientista, nenhum tipo de cabelo escapa dos danos causados pelo calor, e para diminuir o efeito, basta usar protetores térmicos. “Cabelos danificados, quebradiços, com frizz, sem brilho e sem maciez podem ter sido agredidos pelo ‘bubble hair’ sem a pessoa nem ter noção disso”, afirma.
Segundo Jackeline, se o ‘bubble hair’ se forma no fio, não há tratamento. Ou seja, ele é irreversível. Dessa forma, as madeixas irão quebrar sempre que as bolhas se formarem. “Através de uma avaliação capilar, identificamos essa disfunção e elaboramos um cronograma de mudança de hábitos de cuidados capilares que podem ajudar”, aponta.
Porém, a ciência aponta que existem formas eficazes de previnir o efeito. “Quando for usar secador, por exemplo, mantenha-o a uma distância razoável do couro cabeludo e dos fios com uma temperatura não tão elevada. Ainda é essencial investir em protetores térmicos, pois eles formam uma barreira ao redor do fio, permitindo uma secagem externa e protegendo a estrutura interna dos fios”, destaca a especialista.