Eduardo Bartolomeo, presidente interino da Vale, tem 10 anos de experiência na empresa
Eduardo Bartolomeo é o novo presidente interino da Vale. Com dez anos de experiência na mineradora, o executivo foi escolhido para o cargo após o afastamento de Fábio Scharvtsman
no último sábado (2). O comunicado foi divulgado nesta segunda-feira (4).
De acordo com a empresa, Bartolomeo, “reconhecido por acumular experiências distintas e ao mesmo tempo conhecer o negócio da Vale
, manterá um diálogo aberto e transparente com os diversos stakeholders (gestores) da companhia”. Em seus dez anos de experiência, o novo presidente já passou por diferentes áreas na mineradora.
A escolha do executivo, segundo a Vale, seguiu o processo sucessório da empresa, dsegundo o plano de interinidade previamente discutido pelo Conselho de Administração. “Sua escolha está alinhada com o objetivo de trazer um executivo sênior para garantir estabilidade às operações da Vale, continuidade do processo de indenização, reparação e mitigação dos efeitos do rompimento da Barragem I da Mina do Córrego do Feijão [em Brumadinho
]”, apresentou o comunicado oficial.
Dentro da empresa, Eduardo Bartolomeo
já foi diretor-executivo de Logística, Operações Integradas de Bulk Commodities (minério de ferro, carvão e manganês) e como diretor-executivo de Metais Básicos, seu último cargo. Foi também membro do Conselho de Administração, do Comitê Financeiro e do Comitê de Governança, Conformidade e Risco da empresa entre 2016 e 2017.
De acordo com o comunicado, o presidente interino “possui experiência em liderar operações complexas e estabelecer uma cultura de excelência operacional” e “é um executivo sênior com sólida experiência em operações integradas de bulk commodities, supply chain, e turnaround de negócios”.
Bartolomeo trabalhou, entre 1994 e 2003, na Ambev, “tendo exercido funções executivas, sendo a última como diretor de Operações” e, segundo o comunicado da Vale, ele possui também experiência como diretor-presidente e conselheiro em outras companhias.
Na mineradora, sua trajetória se iniciou em 2004, quando foi diretor do departamento de operações logísticas. Em 2007, foi promovido e passou a ser diretor executivo, gerenciando operações e minas, ferrovias e portos e liderando uma equipe de 60 mil funcionários. Em 2011, após a saída de Roger Agnelli, que foi gestor da companhia por dez anos (e foi afastado por pressão do governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, do PT), Bartolomeo deixou as funções executivas da companhia durante a gestão de Murilo Ferreira, que durou até 2017.
Já no fim da gestão de Ferreira, em setembro de 2016, o hoje presidente interino foi escolhido para representar o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDES) no conselho da empresa, e permaneceu na posição até dezembro de 2017. Em janeiro do ano passado, assumiu a diretoria executiva de metais básicos da Vale.
Agora, como novo presidente interino da mineradora, precisará focar garantir estabilidade às operações, dar continuidade ao processo de indenização às famílias de vítimas, reparação e mitigação dos efeitos do rompimento da Barragem I da Mina do Córrego do Feijão, como comunicado na nota oficial da empresa.
Além do ex-presidente Fábio Scharvtsman
, outros três diretores da Vale
pediram afastamento da companhia: Gerd Peter Poppinga, Diretor-Executivo de Ferrosos e Carvão; Lucio Flavio Gallon Cavalli, Diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão; e Silmar Magalhães Silva, Diretor de Operações do Corredor Sudeste.
O governo brasileiro anunciou que quitou R$ 3,8 bilhões em dívidas com organismos internacionais ao longo de 2023. Desse total, R$ 2,4 bilhões são referentes a anos anteriores, e R$ 1,4 bilhão são relativos ao exercício de 2023. Nesta quarta-feira (6) foi feito o pagamento de R$ 14,6 milhões ao Instituto Social do Mercosul (ISM).
A regularização dos débitos foi um dos assuntos da 63ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercosul, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O encontro reúne autoridades dos países membros do bloco econômico.
Ao fazer um balanço da presidência pro tempore (rotatividade semestral entre os países) do Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou a quitação, em abril, de quase US$ 100 milhões (cerca de R$ 500 milhões) ao Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem).
O Focem é o primeiro mecanismo solidário de financiamento próprio dos países do bloco e tem por objetivo reduzir as assimetrias entre os países integrantes.
“Buscamos, com isso, contribuir para que esses órgãos possam ter suas capacidades renovadas para o bom desempenho de suas atividades e possam, assim, seguir apoiando nossos países. Valorizamos o trabalho desses órgãos na troca de experiências e na cooperação em programas para melhoria de políticas públicas e da qualidade de vida das nossas populações”, discursou o chanceler.
Outras dívidas quitadas este ano foram de R$ 17,6 milhões com o Parlamento do Mercosul (Parlasul) e de R$ 4,2 milhões com a Secretaria do Mercosul.
“O esforço para quitar dívidas atrasadas reflete a compreensão e o compromisso do governo do presidente Lula com soluções negociadas e maior integração com nossos vizinhos”, disse a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Dívidas acumuladas
De acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento, o Brasil chegou a acumular uma dívida de cerca de R$ 5 bilhões com aproximadamente 120 organismos e fundos internacionais. A maior parte dos atrasos se concentrou nos últimos seis anos. Ainda resta pagar até o final do ano cerca de R$ 1,2 bilhão.
Apesar de envolver relações exteriores, a responsabilidade para pagamentos de contribuições dos organismos internacionais é do Ministério do Planejamento e Orçamento.
A reunião de cúpula com autoridades do Mercosul começou nesta quarta-feira e terminará na quinta-feira (7), quando estarão presentes os presidentes dos países-membros. Neste primeiro dia, que concentra ministros das Relações Exteriores e de áreas econômicas, foram discutidos assuntos como acordos de livre comércio e integração regional.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse nesta quarta-feira (6) que negocia com a equipe econômica mais R$ 500 milhões para o programa de subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). A declaração foi dada durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
De acordo com o ministro, em 2023, o valor reservado no Orçamento, de R$ 933 milhões, já foi consumido, mas há necessidade de mais recursos devido às dificuldades climáticas enfrentadas pelos produtores rurais e ao aumento do preço das apólices. “Não podemos fechar o ano sem aportar, pelo menos, mais R$ 500 milhões para o seguro rural. É prioridade total e não há nenhuma insensibilidade do governo com relação a isso”, disse.
O seguro rural é um auxílio fornecido pelo governo federal para que o produtor possa contratar uma apólice para cobrir riscos à safra, como estiagens. O orçamento para essa ação tem girado em torno de R$ 1 bilhão desde 2020.
O deputado Afonso Hamm (PP-RS) defendeu o fim do contingenciamento dos recursos reservados no Orçamento para o ao Prêmio do Seguro Rural. Ele é autor de um projeto de lei nesse sentido que tramita na Câmara, o PL 1511/23. “É muito importantes evoluirmos para que não possa haver cortes. Hoje, o seguro agrícola é um faz-de-conta”, disse.
Leite
Durante a audiência, deputados pediram apoio do ministro à cadeia do leite, que enfrenta crise devido à alta das importações e à queda do preço aos produtores brasileiros. Em outubro, um decreto passou a conceder benefício fiscal às empresas de laticínios ou cooperativas que comprarem leite no Brasil. O texto, entretanto, prevê um prazo de 90 dias para que mudança tributária entre em vigor e os efeitos do decreto só entram em vigor no fim de janeiro.
O deputado Domingos Sávio (PL-MG) lamentou que o decreto editado para ajudar o segmento só vá produzir efeitos a partir de janeiro. Para o parlamentar, a existência do prazo incentivou os importadores a fazerem estoques de leite, prejudicando ainda mais o segmento nacional. “Isso agravou o problema, porque aí aumenta a importação”, disse.
O ministro da Agricultura reconheceu que houve aumento nas importações após o decreto. Outros deputados, como Welter (PT-PR) e Zé Trovão (PL-SC), também criticaram a chamada noventena e pediram mais apoio à cadeia leiteira.