João Arcanjo Ribeiro no momento em que foi preso na casa dele. — Foto: Polícia Civil
Conhecido por comandar o jogo do bicho em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, preso na quarta-feira (29) durante uma operação para coibir a contravenção penal enviou mais de R$ 100 mil para o filho e a ex-mulher em contas no exterior.
O dinheiro, segundo a decisão que determinou a prisão de Arcanjo, é de orgiem ilícita.
Os recibos das transferências foram encontrados no celular de um dos funcionários de Arcanjo, que também integra a organização criminosa.
Segundo a decisão, ao analisar as informações do aparelho os investigadores identificaram as transferências financeiras feitas através de uma casa de câmbio para o filho e a ex-mulher de Arcanjo, que moram no Uruguai.
Em contato com o estabelecimento, verificou-se que entre 2014 e 2018 pouco mais de R$ 108 mil foram transferidos para o Uruguai a mando de Arcanjo.
“Desta informação, conclui-se que, de forma induvidosa, o investigado Arcanjo utiliza os demais integrantes de sua organização criminosa para remeter dinheiro aos seus familiares, no exterior, dinheiro obtido ilicitamente com o jogo do bicho”, diz trecho da decisão do juiz Jorge Luiz Tadeu, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
Arcanjo ficou conhecido por comandar o jogo do bicho em Mato Grosso nas décadas de 80 e 90.
Ele foi preso em 2003, no Uruguai. Desde fevereiro, Arcanjo estava no regime semiaberto e era monitorado por tornozeleira eletrônica.
Prisão
Arcanjo foi preso na casa dele, no Bairro Boa Esperança, em Cuiabá. Segundo o delegado Flávio Stringueta, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), ele recebeu as equipes policiais “com cordialidade e demonstrou que sabia da prisão”.
Mais de R$ 200 mil foram encontrados na casa dele durante a prisão dele.
Policiais cumprem mandados na casa de João Arcanjo Ribeiro. — Foto: Ruberlei Siqueira/TVCA
A Operação Mantus foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e pela GCCO. As ordens judiciais foram cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e em mais 5 cidades do interior do Estado.
As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões.
Por André Souza, G1 MT