O segmento de picapes vem crescendo muito nos últimos anos, em um movimento que não é exclusivo do Brasil. Por aqui, o mercado vem sendo aquecido pela Fiat Toro e pela Strada , que ganharam a nova Chevrolet Montana como uma forte rival entre as picapes multiuso, ou seja, que não são exclusivamente pensadas para o trabalho.
Enquanto a Montana não está nas lojas (chegará no fim de fevereiro), a Strada segue liderando com bastante folga o segmento de picapes no Brasil, vendendo mais do que o dobro da Toyota Hilux .
Fiat Strada – 7.000 unidades
O sucesso da Strada se dá por conta da versatilidade do modelo. Com versões cabine simples e dupla, a picape de entrada da Fiat pode ser utilizada para o trabalho pesado, mas também por uma família que precisa de espaço interno e externo. Apesar do interior da picape ser do Mobi, consegue acomodar 4 pessoas de estatura média tranquilamente.
Quando se pensa em picapes médias no Brasil, a Hilux é uma das mais populares, pela robustez e confiabilidade que a Toyota passa aos consumidores e também pelo nome já consolidado no país. A japonesa está disponível em carroceria Chassi, Cabine Simples e Cabine Dupla, com motores Flex e Diesel.
Fiat Toro – 3.281 unidades
A corresponsável pelo surgimento do nicho de picapes derivadas de SUV/Crossovers no Brasil mantém bons números de vendas, apesar de uma queda de pouco mais de 1.000 unidades em relação ao mês passado.
Após o fim da produção do Gol , a Saveiro é o único modelo da Volkswagen derivado da antiga plataforma que segue em produção. Apesar de ser um projeto antiquado – é a mesma plataforma desde 2010 – a Saveiro resiste ao tempo e ao avanço das rivais Strada, que agora é um utilitário mais multiuso, e Montana , que se tornou uma picape maior, para brigar também com a Toro .
Curiosamente, o ranking da Fenabrave já registra a Nova Montana , que chegará no fim de fevereiro aos concessionários. As 90 unidades emplacadas devem ser reservadas à frota de imprensa e veículos de test-drive dos lojistas ou até mesmo uso interno da Chevrolet.
Outro veículo curioso é o Hummer EV , que emplacou três unidades em janeiro, apesar de não ter carroceria especificada, já que o veículo é oferecido em SUV ou Pick-up . As unidades emplacadas são da versão Edition 1, a topo de linha, que custava 112.595 dólares (R$ 585.403 em conversão direta) no lançamento. Segundo o site da marca, o utilitário está com pedidos suspensos até 2024.
O Hummer EV é a primeira picape 100% elétrica da Hummer e tem funções bem curiosas. O teto é dividido em quatro peças que podem ser removidas, e ainda conta com o “modo de extração”, que eleva a suspensão em 15 cm para ajudar a atravessar obstáculos. A maior curiosidade é o “modo caranguejo”, que permite que as rodas traseiras entrem em ângulo de 10º para permitir o deslocamento diagonal.
Neste último fim de semana fui até o Rio Grande do Sul acompanhar a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica , promovido pela Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. A etapa chama-se Rally dos Vinhedos e é organizada pelo Veteran Car Club dos Vinhedos , sediado no município de Bento Gonçalves , na Serra Gaúcha.
Só o fato de estar em uma região tão bela, tão bem dotada pela natureza, já vale qualquer dificuldade em chegar, visto que fica no extremo sul do país, região que é bem conhecida pelas baixas temperaturas , especialmente no inverno. Mas é justamente isso que faz do lugar um destino tão desejado.
O Rally dos Vinhedos está comemorando sua décima edição, reunindo 129 veículos antigos e clássicos para um passeio cronometrado pelas estradas da região, passando por municípios como Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O mais interessante foi a participação de 13 intrépidos pilotos de motonetas clássicas , que enfrentaram a temperatura de quase zero grau no momento da largada.
E mais, diferentemente dos automóveis, que têm um piloto e um navegador, que além de lhe fornecer a velocidade ideal para cada trecho também indica o caminho a ser seguido, no scooter o piloto faz sozinho todos os trabalhos.
Claro, sendo um rally de veículos antigos , essas motonetas, que atualmente são conhecidas por scooters , são de época, de um tempo quando ainda não tinham esse apelido.
Dos 13 participantes, 11 deles pilotavam Vespa nacionais dos anos 80, que eram fabricadas em Manaus, AM, pela Piaggio . Os outros dois pilotavam Lambretta Li 150 , fabricadas nos anos 60. Vespa e Lambretta eram (e são) eternos rivais nesse segmento dos veículos de duas rodas.
Um rally de regularidade , que também pode ser chamado de passeio cronometrado, avalia a capacidade do piloto em manter as médias de velocidade pré-estabelecidas, que figuram na planilha com o roteiro. Quanto mais próximo o tempo de passagem pelos vários pontos de controle distribuídos pelo percurso, menos pontos o participante perde. No final, quem perder menos pontos, de acordo com um regulamento complexo, vence a prova.
Entre as motonetas, o vencedor foi André Sain, de Bento Gonçalves, pilotando (e navegando) a Vespa PX 200 1986 de número 21. André teve 78 pontos perdidos nessa etapa.
Em segundo lugar chegou Daniel Orso, também de Bento Gonçalves, com a Vespa PX 200 Elestart 1987 de número 24, com 84 pontos perdidos. Em terceiro lugar ficou Rodrigo Nenini, de Garibaldi, com a Vespa PX 200 1986 de número 22, com 123 pontos perdidos.
A Volkswagen tem uma história muito interessante. Como sabemos, ela começou na Alemanha da década de 30 produzindo aquele que seria um dos carros mais icônicos do planeta: o Fusca. Naquela época, Ferdinand Porsche criou a ideia de um motor boxer com refrigeração a óleo e manutenção muito simples.
Após o final da Segunda Guerra Mundial, a marca retomou a produção do besouro e, na década seguinte, percebeu que o seu público consumidor buscava algo diferente. Na metade dos anos 50, nasceu o Karmann-Ghia , o modelo com linhas clássicas e esportivas utilizando a mesma mecânica confiável.
Na década seguinte, a Volkswagen ampliou a sua gama de modelos com versões diferentes. No Brasil, a grande mudança ocorreu nos anos 70 quando a matriz deu liberdade para que as suas filiais criassem modelos diferentes de acordo com o público consumidor. O Brasil foi um deles e a genialidade e capacidade de nossos projetistas marcou a história.
Nesse sentido, nasceu o Brasília, em 1973. O projeto da equipe de Márcio Piancastelli conseguiu sanar os problemas clássicos do Fusca e aprimorar a ideia desse projeto tão versátil. Nascia ali um modelo que agradou em cheio o consumidor, trazendo resistência e um estilo muito marcante para as famílias brasileiras.
O modelo comemorou 50 anos este ano com muita festa por parte da montadora. Algumas de suas versões chamaram atenção, trazendo mais acessórios e mais equipamentos. É o caso desse exemplar LS , de 1980, que pertence a Leandro Coelho , mecânico e que também possui um canal popular no YouTube .
O exemplar está extremamente bem conservado com todas as características originais da época. Os destaques vão para o lavador elétrico do vidro, frisos laterais e o interior monocromático. Os bancos com encosto de cabeça também fazem parte desse pacote juntamente com o motor de 1.584 cm³ cilindrada.
Dirigir o Brasília é uma grande satisfação. Realmente o acerto do projeto em relação ao Fusca é notável. Vale destacar a sua estabilidade, o conforto dos assentos e a mesma simplicidade mecânica que acompanhou toda essa história fantástica desses 70 anos da Volkswagen no Brasil .