Thiago Monteiro: de jogador cearense a técnico da seleção de tênis de mesa –

Foto: FCO FONTENELE
Até os 12 anos, Thiago também jogava futebol de salão e chegou a ser bicampeão cearense de futsal
Treinar a seleção brasileira de tênis de mesa não era um plano ou sonho para Thiago Monteiro, mesatenista cearense de 44 anos. A decisão de voltar à equipe surgiu após um período difícil em sua carreira, quando ficou fora da seleção que considera o pior momento de sua trajetória como atleta. Acostumado a competir, ele não esperava retornar ao ambiente do esporte com tanta ênfase.
Thiago descreve seu reencontro com as cores verde e amarelo como um privilégio, embora tenha sido pautado mais pela determinação e trabalho do que pelo romantismo. Ele afirma que sua origem cearense é uma parte importante de sua identidade, e que seu sotaque permanece mesmo após tantas vivências fora do Brasil. Com um comprometimento notável, ele se dedicou ao treinamento e agora assume a responsabilidade de preparar a equipe.
Antes de ser treinador, Thiago já era um atleta renomado. Ele participou de três Olimpíadas, conquistou oito medalhas em Jogos Pan-Americanos, sendo quatro delas de ouro, e constantemente figurou entre os 60 melhores do mundo. Sua história inclui 15 medalhas de ouro em competições sul-americanas e latinas-americanas. Criado em um lar de atletas, Thiago foi incentivado pelos pais, sendo sua mãe professora e seu pai um entusiasta do esporte.
Em 2025, ele aceitou o desafio de comandar a seleção brasileira e ajudou Hugo Calderano, um dos maiores nomes do tênis de mesa nas Américas, a conquistar a Copa do Mundo em abril. Apesar do orgulho, ele admite que a emoção não é a mesma que sentia quando competia, especialmente nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008.
Em uma entrevista, Thiago compartilha suas lembranças de infância no Ceará, o suporte familiar que recebeu e como se interessou pelo tênis de mesa. Ele relata que cresceu em um ambiente propício ao esporte e, desde cedo, buscou o sonho de participar das Olimpíadas. A escolha de se dedicar ao tênis de mesa, em detrimento do futebol, se deu com metas claras e um esforço contínuo.
Com apenas 15 anos, ele começou a treinar fora de casa, uma decisão que trouxe preocupação para sua família, mas também a certeza de que estava se destacando. Thiago percebeu que o tempo para se tornar um atleta era limitado e que precisava aproveitar cada oportunidade para se desenvolver.
As dificuldades também apareceram em sua trajetória, como a lesão no pulso que o afastou das competições por mais de 16 meses. Isso foi um duro golpe, especialmente após seu desempenho nas Olimpíadas. O retorno ao esporte foi complicado, e ele percebeu que a concorrência havia aumentado enquanto ele estava fora.
Quanto à transição para o papel de treinador, Thiago admite que não planejava isso. Ele sempre desejou prolongar sua carreira como atleta, mas, devido a lesões, acabou assumindo a função. Inicialmente, trabalhou com um atleta equatoriano e acabou sendo convidado para ser treinador da seleção do Brasil.
Thiago destaca seu esforço para ser transparente com seus atletas, buscando evitar as experiências negativas que viveu durante sua carreira como jogador. Ele se coloca no lugar de seus pupilos e procura oferecer uma condução diferente na relação com a equipe.
A reflexão sobre o crescimento do tênis de mesa no Brasil é outro ponto importante em sua fala. Com a ascensão de Hugo Calderano, Thiago vê um aumento na procura pelo esporte, mas ainda ressalta a necessidade de melhorias na formação de profissionais e na infraestrutura para atender a demanda crescente.
Em resumo, Thiago Monteiro é um exemplo de resiliência e compromisso com o esporte. Agora, como treinador da seleção brasileira, ele dedica-se a transmitir seus conhecimentos e experiências para as novas gerações, em busca de um futuro mais promissor no tênis de mesa brasileiro.