Notícias Agora

Mudanças no futebol: o Flamengo de Filipe Luís e a posse de bola –

Recentemente, em uma coletiva de imprensa após o jogo entre Flamengo e Bahia, o técnico Filipe Luís e a repórter Raisa Simplicio tiveram uma conversa que gerou repercussão. Ela questionou a razão pela qual Bruno Henrique continuava sendo escalado como titular, mesmo com atuações abaixo do esperado. Filipe respondeu perguntando como foi o jogo dele, ao que Raisa afirmou que Bruno mais uma vez tinha feito uma partida ruim. Filipe, então, comentou que Bruno teve uma atuação “incrível”, destacando seu esforço em campo, embora não tenha conseguido marcar gols.

Durante essa partida, Bruno Henrique jogou por 80 minutos, mas estatísticas mostraram que ele fez apenas 13 ações com a bola, o menor número entre os titulares do Flamengo. Das suas duas finalizações, apenas uma foi em direção ao gol, e ele não criou chances para os outros jogadores. Sua contribuição defensiva também foi limitada, com apenas duas recuperações de bola.

Filipe Luís parece ter usado esse apoio ao jogador como uma forma de motivação, em meio a dificuldades que Bruno enfrentava, incluindo acusações de envolvimento em um esquema de apostas. Essa situação também ressaltou a visão do técnico em relação à importância da participação dos jogadores no jogo sem a bola.

Tradicionalmente, acredita-se que o desempenho de atacantes deve ser julgado por suas ações ofensivas, como finalizações, dribles e velocidade. No entanto, essa avaliação está mudando. Filipe Luís tem se destacado por valorizar o trabalho sem a bola, que é essencial para sua filosofia de jogo. Isso se reflete em suas escolhas, como a contratação de Juninho Vieira, que, apesar de ser pouco conhecido, foi buscado por suas características de pressão.

Outro jogador em destaque é o atacante Pedro, que teve seu espaço reduzido após uma lesão, devido à sua dificuldade de atuar sem a bola. Esta situação se intensificou após o Mundial de Clubes, se tornando um tema central no clube.

Essa abordagem não é exclusiva do Flamengo. No contexto global, treinadores como Jurgen Klopp enfatizam a pressão alta como uma parte vital do futebol moderno. O estilo “Heavy Metal” de Klopp teve sucesso no Liverpool e no Borussia Dortmund, enquanto a ideia de “perde-pressiona” de Tite foi bastante comentada na seleção brasileira.

Equipes vencedoras da última temporada na Europa, como o Paris Saint-Germain sob a direção de Luis Enrique, conseguiram integrar a marcação pressionada na saída de bola do adversário, o que os ajudou a conquistar a Champions League. No entanto, a dificuldade em aplicar essa tática com efetividade na final do Mundial de Clubes, especialmente contra o Chelsea, mostrou que a pressão precisa ser complementada com um bom desempenho com a posse da bola.

O desafio para as equipes brasileiras, incluindo o Flamengo, é não só recuperar a bola, mas saber o que fazer com ela depois. Embora o Flamengo tenha o ataque mais produtivo do Campeonato Brasileiro, ainda há uma necessidade de maior organização coletiva para criar chances de gol. Esse é um ponto crucial que os treinadores brasileiros precisam trabalhar para avaliar o desempenho de atacantes, não apenas pela sua movimentação, mas pela real contribuição em termos de gols e assistências.

Botão Voltar ao topo