Carros elétricos não são mais considerados o futuro, já estão presentes, ainda de maneira tímida, nas principais metrópoles do Brasil. E o momento de eleições presidenciais pode ser importante para uma mudança no setor.
A última campanha presidenciável nos Estados Unidos por exemplo, levava em conta os carros elétricos , buscando se antecipar à indústria mundial e produzir carros livres de poluentes no país.
A carta assinada por países, empresas e algumas cidades na COP26, prevê a substituição de carros movidos a combustão por eletrificados até 2035 , e da América do Sul, apenas Chile, Uruguai e Paraguai assinaram a carta, com Rio de Janeiro e São Paulo, sendo as únicas cidades brasileiras a firmarem o compromisso.
Uma eleição presidenciável pode indicar o início de um novo cenário para a indústria de eletrificados no Brasil, então, a Elev, empresa que fornece soluções para o ecossistema de carros elétricos, realizou um levantamento das propostas dos presidenciáveis para o assunto.
Vale ressaltar que 80% dos presidenciáveis possuem medidas que abordam energia sustentável , entretanto, apenas Jair Bolsonado (PL) e Sofia Manzano (PCB) abordam diretamente os carros eletrificados.
Para Ricardo David, sócio-diretor da Elev e engenheiro eletricista, é necessário ficar atento quando se fala sobre energia sustentável e carros elétricos:
“ As estratégias para o setor de energia limpa e carros elétricos devem prever alguns aspectos para serem funcionais, como o investimento na área energética, incentivos do Estado à indústria dos carros elétricos e o planejamento a curto e longo prazo para o setor”, afirma o executivo.
Mas o que os candidatos à presidência do Brasil dizem em seus planos de governo sobre o tema? Os candidatos Lula (PT), Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe D’Ávilla (Novo), Léo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB), Soraya Thronicke (União Brasil), citam propostas sobre a questão energética, e energia sustentável.
Seguindo o posicionamento das mais recentes pesquisas, aqui estão as propostas para a energia sustentável e os carros elétricos dos principais candidatos à Presidência da República :
Lula
Em seu plano de governo, o petista, que está em primeiro lugar nas mais recentes pesquisas, afirma atuar “nos segmentos que se conectam à transição ecológica e energética , como gás, fertilizantes, biocombustíveis e energias renováveis”.
Além de destacar “cuidar de nossas riquezas naturais, produzir e consumir de forma sustentável e mudar o padrão de produção e consumo de energia no país, participando do esforço mundial para combater a crise climática”.
Bolsonaro
O atual presidente é um dos únicos a citar diretamente o setor dos carros elétricos em seu plano de governo, em que destaca que “deverão ser contempladas tecnologias que gerem combustíveis limpos, como é o caso do hidrogênio verde e veículos elétricos e híbridos”.
Além disso, o plano de governo do presidenciável aponta a necessidade de políticas regionais para a sustentabilidade. O presidenciável também destacou a mineração de metais importantes para o setor, como o manganês e o nióbio.
Ciro Gomes
Em seu plano de governo, Ciro Gomes afirma a necessidade de “recuperar e ampliar a capacidade das refinarias, o que nos tornará autossuficientes”. Além disso, o candidato também afirma a necessidade de “desenvolver várias formas de energia limpa, como a eólica (on-shore e off-shore), a solar e a baseada na produção de hidrogênio verde”.
Simone Tebet
A candidata pelo MDB também aponta questões direcionadas para a questão energética sustentável. Tendo em seu plano de governo a previsão de aceleração para a “transição para uma matriz ainda mais limpa, renovável, segura, barata e eficiente de energia de baixo carbono, por meio da competição entre as diferentes fontes energéticas”.
Sofia Manzano
A candidata afirma que irá retomar políticas de proteção à indústria nacional , e “será iniciado um processo transitório da indústria automobilística brasileira para a introdução de motores elétricos para carros e caminhões”.
O momento para a industrialização elétrica no Brasil é o ideal, já que muitas fabricantes desejam estabelecer fábricas de veículos elétricos em países onde consigam os materiais necessários para a fabricação das baterias para esses modelos.
Segundo a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) , o país corre o risco de ver sua indústria se isolar em termos tecnológicos, das grandes tendências globais e acabar perdendo competitividade no parâmetro internacional.
Nos Estados Unidos, por exemplo, há um desconto de até US$ 7.500 (R$ 38.000) para carros elétricos vendidos no país, porém, apenas veículos fabricados no país se qualificam para a bonificação, o que fez Volkswagen e Hyundai/Kia investir grandes quantias em fábricas no país.
Neste último fim de semana fui até o Rio Grande do Sul acompanhar a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica , promovido pela Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. A etapa chama-se Rally dos Vinhedos e é organizada pelo Veteran Car Club dos Vinhedos , sediado no município de Bento Gonçalves , na Serra Gaúcha.
Só o fato de estar em uma região tão bela, tão bem dotada pela natureza, já vale qualquer dificuldade em chegar, visto que fica no extremo sul do país, região que é bem conhecida pelas baixas temperaturas , especialmente no inverno. Mas é justamente isso que faz do lugar um destino tão desejado.
O Rally dos Vinhedos está comemorando sua décima edição, reunindo 129 veículos antigos e clássicos para um passeio cronometrado pelas estradas da região, passando por municípios como Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O mais interessante foi a participação de 13 intrépidos pilotos de motonetas clássicas , que enfrentaram a temperatura de quase zero grau no momento da largada.
E mais, diferentemente dos automóveis, que têm um piloto e um navegador, que além de lhe fornecer a velocidade ideal para cada trecho também indica o caminho a ser seguido, no scooter o piloto faz sozinho todos os trabalhos.
Claro, sendo um rally de veículos antigos , essas motonetas, que atualmente são conhecidas por scooters , são de época, de um tempo quando ainda não tinham esse apelido.
Dos 13 participantes, 11 deles pilotavam Vespa nacionais dos anos 80, que eram fabricadas em Manaus, AM, pela Piaggio . Os outros dois pilotavam Lambretta Li 150 , fabricadas nos anos 60. Vespa e Lambretta eram (e são) eternos rivais nesse segmento dos veículos de duas rodas.
Um rally de regularidade , que também pode ser chamado de passeio cronometrado, avalia a capacidade do piloto em manter as médias de velocidade pré-estabelecidas, que figuram na planilha com o roteiro. Quanto mais próximo o tempo de passagem pelos vários pontos de controle distribuídos pelo percurso, menos pontos o participante perde. No final, quem perder menos pontos, de acordo com um regulamento complexo, vence a prova.
Entre as motonetas, o vencedor foi André Sain, de Bento Gonçalves, pilotando (e navegando) a Vespa PX 200 1986 de número 21. André teve 78 pontos perdidos nessa etapa.
Em segundo lugar chegou Daniel Orso, também de Bento Gonçalves, com a Vespa PX 200 Elestart 1987 de número 24, com 84 pontos perdidos. Em terceiro lugar ficou Rodrigo Nenini, de Garibaldi, com a Vespa PX 200 1986 de número 22, com 123 pontos perdidos.
A Volkswagen tem uma história muito interessante. Como sabemos, ela começou na Alemanha da década de 30 produzindo aquele que seria um dos carros mais icônicos do planeta: o Fusca. Naquela época, Ferdinand Porsche criou a ideia de um motor boxer com refrigeração a óleo e manutenção muito simples.
Após o final da Segunda Guerra Mundial, a marca retomou a produção do besouro e, na década seguinte, percebeu que o seu público consumidor buscava algo diferente. Na metade dos anos 50, nasceu o Karmann-Ghia , o modelo com linhas clássicas e esportivas utilizando a mesma mecânica confiável.
Na década seguinte, a Volkswagen ampliou a sua gama de modelos com versões diferentes. No Brasil, a grande mudança ocorreu nos anos 70 quando a matriz deu liberdade para que as suas filiais criassem modelos diferentes de acordo com o público consumidor. O Brasil foi um deles e a genialidade e capacidade de nossos projetistas marcou a história.
Nesse sentido, nasceu o Brasília, em 1973. O projeto da equipe de Márcio Piancastelli conseguiu sanar os problemas clássicos do Fusca e aprimorar a ideia desse projeto tão versátil. Nascia ali um modelo que agradou em cheio o consumidor, trazendo resistência e um estilo muito marcante para as famílias brasileiras.
O modelo comemorou 50 anos este ano com muita festa por parte da montadora. Algumas de suas versões chamaram atenção, trazendo mais acessórios e mais equipamentos. É o caso desse exemplar LS , de 1980, que pertence a Leandro Coelho , mecânico e que também possui um canal popular no YouTube .
O exemplar está extremamente bem conservado com todas as características originais da época. Os destaques vão para o lavador elétrico do vidro, frisos laterais e o interior monocromático. Os bancos com encosto de cabeça também fazem parte desse pacote juntamente com o motor de 1.584 cm³ cilindrada.
Dirigir o Brasília é uma grande satisfação. Realmente o acerto do projeto em relação ao Fusca é notável. Vale destacar a sua estabilidade, o conforto dos assentos e a mesma simplicidade mecânica que acompanhou toda essa história fantástica desses 70 anos da Volkswagen no Brasil .