Trump ameaça taxar Rússia em 100% e gera reviravolta –

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou sua insatisfação em relação à Rússia nesta segunda-feira, 14 de julho de 2025. Durante uma reunião no Salão Oval da Casa Branca, Trump afirmou que, caso não ocorra um acordo de cessar-fogo na guerra com a Ucrânia dentro de 50 dias, ele pretende implementar tarifas de 100% sobre produtos russos.
Trump avisou que as tarifas serão impostas como uma resposta direta à falta de progresso nas negociações. Ele também anunciou a intenção de enviar armas avançadas à Ucrânia através da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, estava presente na reunião e mencionou que a decisão de enviar armas tem como objetivo fortalecer a defesa da Ucrânia contra a Rússia. Ele confirmou que os países europeus irão arcar com os custos dessas armas.
Essas declarações acontecem em um contexto de crescente tensão entre Ocidente e Rússia, com Trump reiterando seu descontentamento com os desenvolvimentos na guerra. Durante sua campanha eleitoral, ele havia prometido que colocaria fim ao conflito em apenas 24 horas, mas essa promessa não se concretizou. Em abril, ele acabou admitindo que as negociações para a paz estavam sendo mais difíceis do que esperava e que havia brincado sobre o encerramento rápido do conflito.
Trump também elogiou os países da Otan pelo aumento das contribuições financeiras para defesas, que devem passar de 2% para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2035. Após suas declarações, a bolsa de valores de Moscou teve uma alta significativa, possivelmente sinalizando uma expectativa de que as medidas contra a Rússia poderiam ser menos severas do que se pensava.
Embora as tarifas de 100% tenham sido estabelecidas, rumores apontavam a possibilidade de uma elevação das tarifas para até 500%. Trump desconsiderou esses rumores afirmando que o valor das tarifas não importa tanto, desde que elas sejam eficazes. Ele também mencionou que a imposição dessas tarifas pode ser feita sem a necessidade da aprovação do Congresso.
Em resposta às ameaças de Trump, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, evitou críticas diretas, destacando a importância de continuar as negociações. Peskov afirmou que as expectativas dependem principalmente do enviado presidencial dos EUA, Keith Kellogg, em sua interação com o governo ucraniano.
As recentes declarações de Trump marcam uma mudança na sua abordagem em relação à Rússia, que anteriormente teve um posicionamento mais brando. Esta nova postura reflete sua frustração crescente com a resistência russa nas negociações de paz.
Analistas observam que, apesar das ações e ameaças mais duras de Trump, o Kremlin pode ainda ter espaço para apresentar propostas que evitem sanções. A situação continua a ser monitorada de perto, com a possibilidade de que novas ações possam ocorrer na região nos próximos dias, à medida que a guerra avança.