Tapiz de Bayeux retorna à Inglaterra no Museu Britânico –

Uma importante novidade nas relações entre França e Reino Unido foi anunciada. O famoso tapiz de Bayeux, uma obra de arte com 900 anos de história, voltará a ser exibido na Grã-Bretanha, após um acordo entre os líderes dos dois países, Emmanuel Macron e Keir Starmer. Este tapiz bordado, que mede 69 metros, retrata a invasão normanda de 1066, incluindo a Bataha de Hastings. Nela, Guilherme, o Conquistador, tomou o trono da Inglaterra de Harold Godwinson. O tapiz é considerado uma das principais obras do arte medieval.
A partir de setembro, a peça será exibida no Museu Britânico, em troca de artefatos anglosaxões que pertencem à França. O acordo foi oficializado durante a visita do presidente francês a Londres. Esta será a primeira vez que o tapiz estará em território britânico.
O tapiz de Bayeux conta com 58 cenas e é amplamente aceito entre estudiosos que foi criado na Inglaterra no século XI, provavelmente encomendado pelo bispo Odo de Bayeux. Sua preservação ao longo dos séculos é considerada uma realização impressionante. Atualmente, ele é exibido regularmente no Museu do Tapiz de Bayeux, localizado na Normandia.
A obra contém uma rica iconografia que inclui 626 personagens, 202 cavalos e mulas, 560 animais, 37 castelos, 37 árvores e 41 barcos. Pesquisas indicam que pode ter sido produzido em locais como Canterbury ou Winchester, onde existiam oficinas de bordado. A obra combina elementos religiosos e seculares, sendo descrita por alguns especialistas como uma das primeiras histórias em quadrinhos da história. A apresentação visual da peça é comparada à técnica de modernas histórias em quadrinhos, usando recursos que aumentam a dramaticidade.
A primeira documentação do tapiz está registrada em um inventário da catedral de Notre-Dame de Bayeux no ano de 1476. Durante a Revolução Francesa, a peça quase foi destruída, pois havia planos de usá-la como material para envolver munições. Napoleão, em uma tentativa de propaganda, fez com que o tapiz fosse levado a Paris em 1803, em preparativo para sua infrutífera invasão ao Reino Unido.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o tapiz foi guardado em segurança no Museu do Louvre, evitando ser confiscado pelos alemães nos momentos finais da ocupação. Um dos painéis notáveis do tapiz mostra pessoas observando um cometa, acompanhado da frase em latim “Isti mirant stella”, referindo-se ao cometa Halley, que passou visível pela Inglaterra em 1066 e foi visto como um presságio negativo para o rei Harold II. A seção que mostrava a rendição dos saxões e a coroação de Guilherme, no entanto, está perdida.