Câmara aprova moção de louvor a Trump em Brasília –

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A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou uma moção de louvor ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma reunião realizada na quarta-feira. O documento, que tem um caráter simbólico, foi proposto pelo deputado Sóstenes Cavalcante, do PL do Rio de Janeiro. Na moção, Trump é destacado como um exemplo a ser seguido na promoção de uma democracia moderna e justa.
O texto menciona os primeiros cem dias de governo de Trump e faz referência ao “perdão” concedido por ele a pessoas envolvidas na invasão do Capitólio em 2021. Nesse dia, uma multidão de apoiadores de Trump tentou interromper a certificação da vitória de Joe Biden na eleição presidencial. O episódio, que resultou na morte de cinco pessoas, é lembrado como um marco significativo na história recente dos EUA.
A ligação com esse evento é notável, pois atualmente está em discussão no Congresso a proposta de anistia para os envolvidos em um incidente similar que ocorreu no Brasil em janeiro de 2023. Esse contexto destaca a relevância das discussões sobre a legalidade e a moralidade de ações políticas em momentos de crise.
Após a aprovação da moção, houve repercussão nas redes sociais. No início da semana, Trump expressou apoio ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, descrevendo as ações que o levaram a ser processado judicialmente como uma “caça às bruxas”. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a defesa da democracia no Brasil é um assunto que deve ser tratado pelos próprios brasileiros, enfatizando a soberania do país.
Lula, por sua vez, também tem um histórico de interferências em questões políticas de outros países. Recentemente, ele se manifestou ao visitar a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que se encontra sob prisão domiciliar, e apareceu em uma foto segurando um cartaz pedindo sua liberdade.
Além da moção de louvor a Trump, a comissão também aprovou moções de repúdio à visita de Lula à Argentina e um requerimento para convocar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para explicar o encontro do presidente brasileiro com Cristina Kirchner.
Em suas redes sociais, Bolsonaro comemorou a manifestação de apoio de Trump, afirmando que recebeu a notícia com alegria. Ele qualificou o processo ao qual está respondendo como uma “aberração jurídica” e uma clara perseguição política, ressaltando que atualmente se encontra inelegível pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral.
A Comissão de Relações Exteriores, liderada pelo deputado Filipe Barros, do PL do Rio de Janeiro, tem sido uma plataforma para a oposição ao governo de Lula, criticando a política externa do atual presidente em temas que interessam ao seu eleitorado, como as relações do Brasil com os Estados Unidos, Israel e Venezuela. Neste ano, a comissão já havia aprovado uma moção de louvor ao deputado Eduardo Bolsonaro, que se licenciou de seu cargo, alegando perseguição pelo Supremo Tribunal Federal.