Notícias Agora

A história por trás da foto do bebê faminto em Gaza –

Muhammad é um bebê que atualmente vive em uma situação crítica na Faixa de Gaza. Ele e sua mãe, Hedaya al-Muta’wi, foram deslocados de sua casa no norte da região devido ao conflito. A família enfrenta a dura realidade da desnutrição, comum entre muitos que habitam Gaza.

Recentemente, um fotógrafo chamado Ahmed al-Arini tirou imagens de Muhammad para chamar a atenção do mundo sobre a grave fome que afeta crianças nesta área. Ele observa que a tenda onde mãe e filho estão vivendo é completamente vazia, descrevendo-a como “um túmulo”. A escassez de ajuda humanitária e o aumento dos preços tornaram produtos básicos inacessíveis para muitos.

No último relatório do Ministério da Saúde de Gaza, foi informado que apenas nas últimas 24 horas, nove pessoas morreram de desnutrição. Desde o início do conflito, 122 pessoas, incluindo 83 crianças, perderam a vida por falta de alimentos.

Hedaya relata a situação do filho, que atualmente pesa apenas 6 quilos, bem abaixo do que era antes, quando chegava a 9 quilos. A desnutrição grave de Muhammad não é apenas um problema de peso; ele também apresenta curvatura nas costas e hipotonia, dificultando seu desenvolvimento. Hedaya trabalha arduamente para fornecer o mínimo necessário, mas se sente exausta e sozinha nesse esforço.

O diretor médico do hospital al-Shifa, Hassan al-Shaer, alertou que o número de desnutridos em Gaza está aumentando rapidamente. Embora inicialmente o problema afetasse principalmente crianças, agora está se alastrando para todas as idades. A falta de suprimentos essenciais dificulta ainda mais o tratamento.

Dados da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) indicam que uma em cada cinco crianças na Cidade de Gaza está desnutrida, e a situação só tende a piorar. O Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, fez uma declaração chocante, afirmando que as pessoas em Gaza estão “nem vivas nem mortas”; elas são “cadáveres ambulantes.”

Mais de 100 organizações internacionais de ajuda e grupos de direitos humanos alertaram sobre a situação, pedindo ação imediata dos governos. Israel, que controla a entrada de suprimentos em Gaza, nega que haja um cerco e culpa o Hamas pela situação de desnutrição.

A ONU reconheceu que a ajuda recebida é irregular, e a crise alimentar nunca foi tão grave na região. Frente a essa realidade, a ajuda humanitária aérea está sendo considerada, com países como Jordânia e Emirados Árabes Unidos se preparando para realizar lançamentos de suprimentos sobre Gaza. Entretanto, métodos anteriores de entrega mostraram-se perigosos e insuficientes.

Diante do agravamento da situação, a comunidade internacional está pressionando por um cessar-fogo imediato e pela libertação de reféns. Recentemente, líderes do Reino Unido, França e Alemanha pediram que todas as partes envolvidas no conflito dessem prioridade ao pobre acesso da população civil a alimentos e água.

Além disso, o presidente da França anunciou que o país reconhecerá oficialmente o Estado palestino, enfatizando a necessidade de um cessar-fogo e uma assistência humanitária significativa. Essa decisão foi saudada por autoridades palestinas, mas criticada por líderes israelenses.

A situação em Gaza permanece crítica e requer ações urgentes para aliviar o sofrimento da população, especialmente das crianças, que estão sendo as mais afetadas pela falta de alimentos e suprimentos essenciais.

Botão Voltar ao topo