EUA registram déficit com a União Europeia há quase 30 anos –

Os Estados Unidos e a União Europeia firmaram um acordo comercial significativo neste domingo, reconhecendo o desequilíbrio nas relações comerciais entre as duas partes. Nos últimos anos, a Europa tem mantido um superávit com os Estados Unidos que ultrapassa os 200 bilhões de dólares, um padrão que se verifica desde 1997, quando começaram as estatísticas do censo americano.
Esse histórico de déficit americano parece ter influenciado a disposição da União Europeia em aceitar termos do acordo que favorecem mais os Estados Unidos. A discussão sobre esse desequilíbrio foi destacada nas falas de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos.
O novo acordo traz a possibilidade de que os Estados Unidos reavaliem sua abordagem em negociações comerciais com outros países. A Coreia do Sul, por exemplo, já tem um encontro agendado com o secretário de Comércio americano para a próxima semana, o que sugere uma intensificação nas conversas comerciais antes do prazo estipulado para 1º de agosto.
Entretanto, o Brasil está em uma situação distinta. As negociações brasileiras estão paralisadas, principalmente devido a questões políticas que têm maior peso do que os aspectos comerciais no momento.
Especialistas em relações internacionais alertam que o acordo entre os Estados Unidos e a União Europeia pode afetar negativamente as tratativas entre o Mercosul e o bloco europeu. Existe o risco de que esse novo acordo torne as negociações entre o Mercosul e a UE menos prioritárias, comprometendo a urgência para a conclusão até o final do ano.
Além disso, o Brasil pode perder força nas negociações com os Estados Unidos e com a União Europeia. Existe a possibilidade de que produtos brasileiros sejam substituídos por alternativas europeias que apresentem tarifas menores, o que diminuiria a dependência do mercado americano em relação à produção brasileira.