Trump reduz prazo para paz na Ucrânia – o Kremlin se importará? –

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou impaciência em relação ao Kremlin, reduzindo o prazo que havia estabelecido para a Rússia negociar um acordo de paz com a Ucrânia. Durante uma fala em seu resort de golfe em Turnberry, na Escócia, onde estava acompanhado pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, Trump anunciou que seu prazo de 50 dias agora será de apenas 10 a 12 dias.
Trump afirmou que não vê razão para esperar mais e que quer ser generoso, mas está frustrado com a falta de progresso nas negociações. Ele repetiu a pressão sobre a Rússia, ameaçando implementar tarifas e sanções severas caso não haja uma resposta positiva. No entanto, não ficou claro por que ele decidiu aguardar mais tempo antes de agir.
A retórica de Trump sobre a guerra na Ucrânia, que anteriormente variava entre críticas a Kyiv e a Moscovo, parece ter se tornado mais consistente, gerando um tom crítico em relação ao presidente russo, Vladimir Putin. Trump lamentou que, apesar das tentativas de negociação, Putin ainda realiza ataques, como o recente bombardeio em Kyiv.
O presidente americano reitera suas ameaças de tarifas e sanções, questionando se o Kremlin mudará de posição. A expectativa de que a Rússia se rendesse a tais pressões parece ilógica, dado que o Kremlin já deixou claro que não finalizará a guerra até alcançar seus objetivos, que incluem o controle de grande parte do território ucraniano e a imposição de limitações à política militar e externa da Ucrânia.
As ameaças de novas sanções, em um país que já é um dos mais sancionados do mundo, têm pouca chance de persuadir a Rússia. Muitos especialistas veem as sanções propostas por Trump como ineficazes, uma vez que a troca comercial entre os EUA e a Rússia é muito reduzida.
Entre as ameaças mais sérias de Trump estão as tarifas pesadas sobre países que continuam a comprar petróleo russo, sendo que os principais importadores são a China e a Índia. No caso de uma possível resistência desses países em interromper a compra, o impacto econômico global poderia ser significativo, provocando um aumento nos preços do petróleo.
Antes mesmo das declarações recentes de Trump, figuras do Kremlin já estavam ironizando suas ameaças. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, criticou os prazos que Trump havia estipulado, fazendo analogias com prazos anteriores que não se concretizaram. Esse novo prazo de 10 a 12 dias provocou reações ainda mais negativas na Rússia.
Um analista político russo comentou que a resposta de seu país às ameaças de Trump permaneceria a mesma de sempre: ignorar. Afirmou que o Kremlin não se intimidaria com ultimatos, reiterando que a postura da Rússia diante de pressões externas permaneceria firme e decidida.