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Ressaca atinge orla do Rio nesta quarta; saiba como se proteger –

Na terça-feira, 29 de julho, o litoral fluminense enfrentou ondas de ressaca que subiram a mais de quatro metros, causando danos significativos em diversas praias, especialmente no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A previsão é que os efeitos da ressaca persistam até quarta-feira, 30 de julho, com uma redução esperada a partir de quinta-feira, quando o alerta da Marinha ficará ativo até as 21h.

A força do mar comprometeu a infraestrutura à beira-mar, incluindo a danificação de portões em prédios e o deslocamento de caçambas de lixo e equipamentos de ginástica. Essa intensidade de ressaca não é comum e não ocorria há pelo menos dez anos, conforme especialistas. A Avenida Delfim Moreira foi fechada às 15h devido ao risco de novas ondas, e o fechamento se estendeu até a noite, para que trabalhadores pudessem limpar a areia que invadiu a pista.

Os quiosques do Leblon também foram afetados, sendo necessário o fechamento de vários deles para evitar prejuízos. Um dos estabelecimentos, conhecido como Pato com Laranja, decidiu não abrir suas portas em resposta ao alerta de ressaca, uma medida que foi adotada após experiências ruins em 2023. O proprietário, Pedro Tinoco, informou que tomou precauções como a retirada de mesas e cadeiras do local.

Trinta garis, com o apoio de maquinário, ainda trabalhavam na remoção da areia da orla durante a noite de terça-feira. A mudança do tempo também incluiu ventos fortes, resultando no fechamento da Ciclovia Tim Maia, no trecho entre São Conrado e Vidigal, na Avenida Niemeyer. Um sistema de aviso sonoro foi ativado para alertar ciclistas sobre os riscos de ondas.

Segundo meteorologistas, esta ressaca é resultado de um ciclone extratropical associado a uma frente fria, que também trouxe uma queda significativa nas temperaturas, variando de 27ºC durante a madrugada a apenas 12ºC à noite. O alerta de ressaca da Marinha permanecerá em vigor até o final do dia de quinta-feira.

Especialistas analisaram que ressacas dessa magnitude não são comuns e ocorrem a cada dez anos. Fatores como a não ocorrência de novas luas e a urbanização das praias cariocas contribuíram para a intensidade do fenômeno. Ações inadequadas de gestão das praias, que resultaram na perda de areia ao longo dos anos, também são citadas como um fator crítico. A solução para restaurar a praia exigiria a reposição de um volume significativo de areia para garantir a proteção das áreas costeiras.

Ainda segundo especialistas, o avanço do mar afeta áreas como o Leblon de forma mais severa devido à falta de proteções naturais como dunas. Além disso, a urbanização na região compromete a estabilidade e proteção da orla.

Outras regiões do Rio também sofreram com os efeitos da ressaca. Em Barra de Guaratiba, vídeos mostram ondas invadindo o calçadão e atingindo quiosques e ônibus. Em Niterói, na Praia de Itacoatiara, doze pessoas que praticavam canoa havaiana foram arrastadas pelo vento e precisaram ser resgatadas. Maricá também interveio, interditando um mirante devido à força das ondas.

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