Notícias Agora

Reino Unido tem primeira mulher à frente da Igreja Anglicana

Sarah Mullally foi nomeada, no dia 3 de novembro, como a nova arcebispa de Canterbury, tornando-se a primeira mulher a assumir esse cargo na história de 1.400 anos da Igreja Anglicana. Com essa nomeação, ela também se torna a líder cerimonial de aproximadamente 85 milhões de anglicanos em todo o mundo. Essa situação pode intensificar divisões teológicas, especialmente entre os ramos mais conservadores da igreja, que estão presentes em várias nações africanas.

A possibilidade de uma mulher ocupar o cargo de arcebispo foi viabilizada por reformas que ocorreram há 11 anos. Ao assumir como a 106ª arcebispa de Canterbury, Mullally representa uma mudança significativa em uma das últimas áreas da vida pública britânica que ainda era dominada por homens.

Mullally, que tem 63 anos, é ex-enfermeira e chegou a ser chefe de enfermagem no início dos anos 2000. Ela defende a criação de um ambiente aberto e transparente nas igrejas, que permita a diversidade de opiniões e o respeito por discordâncias.

Em entrevista, ela comparou sua experiência na enfermagem com a atuação como sacerdote, destacando a importância de estar presente na vida das pessoas durante momentos difíceis. O anúncio de sua nomeação foi feito pelo gabinete do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, com a aprovação formal do rei Charles III. Como governante supremo da Igreja Anglicana, Charles tem um papel que remonta ao século 16, quando o rei Henrique VIII estabeleceu essa conexão ao romper com a Igreja Católica.

Desde a renúncia de Justin Welby, em novembro do ano anterior, a Igreja Anglicana estava sem um líder. Welby deixou o posto após um escândalo relacionado a acobertamentos de abuso infantil. Mullally destacou que sua prioridade será melhorar a proteção de vítimas de abuso, afirmando seu compromisso em ouvir os sobreviventes e promover uma cultura de segurança e bem-estar.

Em seu discurso na catedral, ela abordou os desafios da atualidade, marcada por um contexto de incertezas e tribalismo, e por questões morais e políticas complexas, como a migração. Ela enfatizou a necessidade de a Igreja lidar com a questão do abuso de poder, especialmente em face dos escândalos que marcaram a instituição recentemente. Mullally também se manifestou contra o antissemitismo após um ataque a uma sinagoga em Manchester, queresultou na morte de duas pessoas.

Antes de sua nomeação, como bispa de Londres desde 2018, Mullally já havia defendido a bênção de casais do mesmo sexo, um tema controverso dentro da Comunhão Anglicana mundial. Em uma entrevista, ela reconheceu que a Igreja Anglicana enfrenta questões difíceis e que essas não serão resolvidas de forma rápida.

Mullally expressou sua intenção de ajudar todos os ministérios a prosperar, independentemente de suas tradições. Ao assumir esse novo papel, ela citou o sentimento de responsabilidade que carrega, e afirmou que sua fé em Deus lhe traz paz e confiança.

Ela descreveu sua resposta ao chamado de Cristo para esse novo ministério como uma continuidade do seu espírito de serviço aos outros, que a acompanhou desde sua adolescência. Mullally ressaltou que, ao longo de sua trajetória, tanto na enfermagem quanto no ministério cristão, aprendeu a ouvir as pessoas e a buscar união para oferecer esperança e cura.

Produção Editorial

Conteúdo desenvolvido pela equipe de produção editorial e parceiros.
Botão Voltar ao topo