Dólar cai com tensões comerciais e apostas em queda de juros

O dólar americano enfrenta dificuldades e está em queda por três dias consecutivos em relação a outras moedas, como o euro, o iene japonês e o franco suíço. Essa situação ocorre em meio a tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, enquanto os investidores analisam declarações de autoridades do Federal Reserve, o banco central dos EUA.
Recentemente, a China acusou os EUA de causar pânico devido ao controle que exerce sobre terras raras e rejeitou um pedido da Casa Branca para reverter essas restrições. Especialistas acreditam que as tensões comerciais ainda são o principal fator que impacta o mercado. Um economista comentou que a China pode estar aumentando a pressão antes de uma reunião esperada entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump no final do mês. O cenário levanta dúvidas sobre se essa ação busca apenas vantagem nas negociações ou se há uma intenção mais séria de romper laços econômicos.
Na última aferição, o dólar teve uma queda de 0,49% em relação ao franco suíço. Além disso, a discussão sobre as taxas de juros nos Estados Unidos avança, com o governador do Federal Reserve, Christopher Waller, apoiando uma nova redução nas taxas. Seu colega, Stephen Miran, também indicou a necessidade de um corte mais agressivo em relação às taxas de juros em 2025.
O “Beige Book” do Federal Reserve, um relatório que fornece uma visão da economia dos EUA, não trouxe boas notícias. O documento aponta sinais de fraqueza econômica, incluindo aumento de demissões e diminuição de gastos por parte das famílias de baixa e média renda. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda em relação a seis outras moedas principais, caiu 0,33%, registrando 98,35 pontos.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA estão em níveis baixos, com o título de 10 anos próximo de 4%, o que também pressiona o dólar. O fechamento do governo, que pode durar quase 40 dias, tem impactos econômicos variados, e as incertezas em torno disso e as tensões com a China complicam o cenário para os traders.
Na França, o primeiro-ministro Sebastien Lecornu conseguiu sobreviver a duas votações de desconfiança no parlamento, garantindo uma pausa temporária para seu governo e a oportunidade de apresentar um orçamento para a segunda maior economia da zona do euro. Lecornu também havia prometido suspender a reforma da previdência controversa proposta pelo presidente Emmanuel Macron. O euro, em resposta a essa situação política, subiu 0,36%, atingindo 1,1688 dólares.
Por outro lado, o dólar australiano caiu 0,48% a 0,6479 dólares, após a divulgação de dados que mostraram que a taxa de desemprego chegou a um pico em quase quatro anos, reforçando a expectativa por cortes nas taxas de juros. A moeda australiana, frequentemente considerada um reflexo da confiança do mercado, depende fortemente das notícias relacionadas à China, dado o impacto que uma guerra comercial pode ter em sua economia.
Analisando a situação do yuan, a moeda chinesa se valorizou, atingindo uma alta de duas semanas em relação ao dólar, após o banco central fixar uma taxa de referência diária mais forte. O yuan subiu 0,09%, alcançando 7,124 por dólar. A moeda da Nova Zelândia, por sua vez, caiu 0,02%, para 0,5722 dólares.
Esses acontecimentos refletem as complexidades e as incertezas que permeiam tanto o mercado financeiro global quanto a dinâmica política entre países importantes.