Ação em queda: entenda razões para nova baixa no balanço –

As ações da WEG, uma fabricante brasileira de motores elétricos e equipamentos industriais, sofreram uma queda de mais de 5% logo após a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre. Na manhã desta quarta-feira, as ações da empresa chegaram a ser negociadas a R$ 39,74, com uma desvalorização de 3,82% às 10h50, horário de Brasília.
A companhia anunciou um lucro líquido de R$ 1,592 bilhão para o segundo trimestre, o que representa um crescimento de 10,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, esse resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa um lucro de aproximadamente R$ 1,76 bilhão. O Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda) foi de R$ 2,26 bilhões, um aumento de 6,5% em comparação ao ano anterior, mas, novamente, inferior ao esperado.
A receita líquida da WEG foi de R$ 10,21 bilhões entre abril e junho, marcando um crescimento de 10,1% em relação ao mesmo período em 2024, mas ainda abaixo dos R$ 11,16 bilhões previstos pelas projeções de mercado. A empresa não forneceu informações específicas sobre o impacto potencial das tarifas que serão implementadas pelo governo dos Estados Unidos, embora tenha destacado que a receita da América do Norte representou 48% de sua receita total no exterior.
Desde o início deste ano, os papéis da WEG já apresentaram uma queda de cerca de 20%, reflexo das incertezas causadas pela nova política tarifária. O banco Goldman Sachs indicou que o Ebitda ficou 4% abaixo de suas estimativas. Além disso, o lucro líquido foi 5% inferior ao previsto por eles. A margem Ebitda da empresa foi de 22,1%, um pouco acima das expectativas do mercado.
Os analistas destacam que a alta das taxas de juros no Brasil e a incerteza econômica global estão afetando as entregas de projetos de longo prazo, especialmente na divisão de motores elétricos, que representa cerca de 50% da receita total da empresa deste trimestre. Essa situação pode impactar o crescimento da WEG para o segundo semestre de 2025 e aumentar as incertezas sobre o desempenho futuro da empresa.
O Itaú BBA também mencionou que, embora já projetasse um trimestre fraco para a WEG, os resultados foram cerca de 6% abaixo de suas expectativas em termos de receita e Ebitda. Essa queda foi atribuída ao desempenho econômico menor que o esperado, especialmente em projetos de energia solar.
Os analistas também identificaram aspectos positivos nos resultados, como um aumento de 8% nas receitas do mercado externo, embora ainda aquém das previsões. A margem bruta subiu e a alíquota de imposto efetiva foi menor do que a do ano anterior.
Em termos de recomendações sobre os papéis da WEG, o JPMorgan sugere que a ação está com uma recomendação de compra, enquanto o Itaú BBA vê um potencial de desempenho acima da média do mercado. Por outro lado, o Goldman Sachs recomenda a venda, considerando que as incertezas atuais e as tarifas esperadas devem continuar pesando sobre as ações.
Uma teleconferência está agendada para a próxima quinta-feira, onde a WEG abordará a possível influência dessas tarifas na sua rentabilidade, bem como o pipeline de projetos de energia solar e as perspectivas de crescimento em meio à incerteza econômica global.