Bitcoin tem leve reação a Fomc e declarações de Powell

O bitcoin, principal criptomoeda do mundo, estava sendo negociado a US$ 115.616 logo antes da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto dos Estados Unidos, conhecido como FOMC. Após a decisão do comitê, o valor subiu levemente para US$ 115.893, resultando em uma alta de 0,24% entre os dois momentos.
Essa pequena variação no preço do bitcoin sugere que os investidores estão avaliando as informações do comunicado e do discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. No entanto, nenhum anúncio foi suficiente para provocar uma mudança significativa, como uma nova alta ou uma correção acentuada.
Como se esperava, o FOMC decidiu reduzir as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, estabelecendo a nova faixa entre 4% e 4,25% ao ano. Este é o primeiro corte de juros realizado desde dezembro e também marca o primeiro do segundo mandato do presidente Donald Trump. As previsões do FOMC indicam que outros dois cortes podem ocorrer ainda este ano, levando as taxas a 3,5%.
Na coletiva após a decisão, Powell destacou que essa redução deve ser interpretada como uma medida de “gerenciamento de riscos”. Ele explicou que a desaceleração no mercado de trabalho foi um fator considerado ao definir a nova política monetária. De acordo com o presidente do Fed, os riscos relacionados ao emprego aumentaram, enquanto a inflação continua elevada, criando um cenário desafiador. Ele reiterou que, apesar das dificuldades, as expectativas de inflação a longo prazo permanecem estáveis.
Após essas movimentações, às 17h25, o bitcoin registrou uma leve queda de 0,8% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 115.893, o que equivale a R$ 614.717, conforme dados recolhidos. O ether, que é a criptomoeda da rede Ethereum, apresentou alta de 0,6%, alcançando US$ 4.531.
Entre outras criptomoedas, o XRP, que é utilizado em pagamentos internacionais, caiu 0,5% e estava a US$ 3,04. Em contraste, a Solana (SOL) viu sua cotação aumentar 0,7%, alcançando US$ 240,80, enquanto o BNB, token da Binance Smart Chain, teve uma leve alta de 0,1%, cotado a US$ 957,54.
Atualmente, o valor total de todas as criptomoedas no mundo é de aproximadamente US$ 4,14 trilhões. Segundo Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, é esperado que o bitcoin continue volátil no curto prazo, com uma possível queda imediata entre 5% e 8% devido a realizações de lucros e ajustes de mercado. O suporte pode estar em torno de US$ 104.000 a US$ 110.000.
Apesar das incertezas de curto prazo, muitos analistas mantêm uma visão otimista para o médio e longo prazo. Prado observa que, se o Fed sinalizar novos cortes de juros ou uma orientação menos rigorosa, o bitcoin pode retomar sua trajetória de alta, com potencial para alcançar entre US$ 120.000 e US$ 126.000, conforme algumas estimativas que apontam para novas marcas históricas até o final do ano.
Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, comentou sobre as perspectivas do FOMC, mencionando que o gráfico que prevê apenas dois cortes de juros em 2025 e um em 2026 pode gerar incertezas em um mercado que está apostando em uma política monetária mais favorável. Powell também indicou que o ritmo de 25 pontos é adequado para o momento atual, embora tenha observado que a economia continua forte, mas que o mercado de trabalho está desacelerando, o que alivia algumas pressões inflacionárias.