Box office: ‘Eden’, com Sydney Sweeney, em destaque

O filme “Eden”, dirigido por Ron Howard, chegou aos cinemas neste último fim de semana, após sua estreia mundial no Festival de Cinema de Toronto, realizado há quase um ano. A produção, que conta com estrelas como Ana de Armas e Jude Law, arrecadou cerca de US$ 1 milhão em sua primeira sessão, exibido em 664 salas.
O caminho para a distribuição de “Eden” foi desafiador, levando oito meses até que fosse fechado um contrato com a Vertical, sem um pagamento mínimo garantido. A expectativa era de que a trama, que envolve elementos de sobrevivência e drama psicológico, fosse mais bem recebida. O filme, que possui um elenco de peso, incluindo renomados premiados como Vanessa Kirby e Daniel Brühl, enfrenta um cenário competitivo, especialmente para produções independentes que lutam para serem vendidas no atual mercado pós-pandemia.
Atualmente, “Eden” possui uma classificação de 55% no Rotten Tomatoes devido a críticas mistas. Durante sua estreia no festival, a exibição foi interrompida por uma emergência médica envolvendo um espectador. Caso o filme tivesse obtido críticas mais favoráveis, sua situação poderia ter sido diferente. Após o festival, a AGC Studios, que produziu o filme, buscou um acordo de distribuição que incluísse o gerenciamento de custos de publicidade e lançamento. Embora a Lionsgate tenha demonstrado interesse, também estava investindo em outra produção estrelada por Sydney Sweeney. A Vertical concordou em fazer um compromisso de baixo valor para a divulgação do filme, que será exibido exclusivamente nos cinemas por 30 dias antes de ser disponibilizado em plataformas de vídeo sob demanda.
Ainda há esperança para “Eden”. Apesar dos riscos de bilheteira em alguns países estrangeiros, cerca de metade da distribuição internacional já foi vendida para o Prime Video. Os distribuidores internacionais foram orientados a seguir a estratégia de lançamento da Vertical nos Estados Unidos, apostando que a popularidade do elenco atrairá públicos em suas regiões. No Brasil, por exemplo, onde a competição por telonas é acirrada, o filme tentará ganhar atenção por meio do boca a boca, já que a classificação do público é superior à dos críticos.
Quanto às finanças, o custo total da produção foi de US$ 55 milhões, mas com incentivos fiscais da Austrália, este montante foi reduzido para aproximadamente US$ 35 milhões. A AGC Studios anunciou vendas internacionais que somam cerca de US$ 26 milhões, restando um déficit de US$ 9 milhões. Para cobrir esse vazio, negociações para um acordo de streaming estão em andamento.
A história de “Eden” se baseia em personagens que enfrentam desafios extremos em uma narrativa em que a natureza humana é um dos principais antagonistas. O filme segue um grupo de europeus que fogem da Alemanha pós-Primeira Guerra Mundial para viver em Floreana, uma ilha remota. As tensões aumentam com a chegada de uma mulher determinada a desenvolver um resort, resultando em conflitos que evocam temas de sobrevivência e moralidade.
A entrada de “Eden” no mercado de cinema ocorre em um momento em que os distribuidores estão cautelosos em suas decisões sobre quais filmes vale a pena investir. As plataformas de streaming, por sua vez, têm reduzido suas aquisições, priorizando filmes com uma relação custo-visualizações favorável. Essa realidade torna cada vez mais difícil o financiamento de produções independentes, como “Eden”, em meio às exigências de um mercado seletivo.