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Brasil deve negociar tarifas, afirmam emissários do governo Trump –

Brasil deve negociar com EUA sobre tarifas

O Brasil será convocado para discutir com o governo dos Estados Unidos a questão das tarifas sobre produtos brasileiros. O cronograma para essas negociações ainda não foi definido, segundo informações de representantes do governo norte-americano para empresários dos EUA.

Recentemente, o Brasil foi um dos países mais afetados por novas tarifas, com exceção da China, que enfrentou tarifas superiores a 100%. No entanto, as tarifas sobre os produtos brasileiros foram suspensas por 90 dias para que possam ocorrer tratativas bilaterais. Isso coloca o Brasil em uma posição mais atrasada na fila, pois os Estados Unidos estão priorizando mercados com os quais mantêm superávit comercial.

Diferente do que foi indicado em um comunicado de Donald Trump no início de julho, que anunciava uma sobretaxa de 50%, o Brasil tem um histórico de déficit comercial com os EUA. Para contextualizar, os dados mostram que, em 2024, os EUA tiveram um superávit de 253 milhões de dólares em relação ao Brasil.

Os empresários americanos informaram que os acordos que estão sendo firmados pelo governo dos EUA têm se concentrado em países onde os norte-americanos têm déficits comerciais, como a União Europeia, Japão e Indonésia. A estratégia de negociação foi compartilhada por autoridades do governo dos EUA, mas há um aspecto político que não pode ser ignorado.

Na ordem executiva sobre as tarifas, Trump exigiu que o Brasil tome ações em relação ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e que o governo brasileiro se alinhe aos interesses dos Estados Unidos. Na declaração, Trump menciona uma “emergência nacional” no Brasil e aponta ações do governo brasileiro como potenciais ameaças à segurança e economia dos EUA.

Ainda que a publicação de uma lista com 694 itens, que poderia isentar alguns produtos do tarifaço, tenha trazido um certo alívio, o governo brasileiro permanece cauteloso. Há uma percepção de que as ações comerciais tomadas até agora têm motivações políticas, não econômicas. Essa novela do tarifaço, que teve início em abril, gera preocupações no Palácio do Planalto sobre a natureza unilateral das decisões americanas.

A expectativa inicial do governo brasileiro era negociar diretamente a tarifa geral de 50% e o prazo de entrada em vigor das novas taxas, mas a publicação da lista de exceções acabou surpreendendo as autoridades. Há temores sobre a imprevisibilidade das ações do presidente Trump, e, ao mesmo tempo, há esperança de que as iniciativas tomadas até agora possam resultar em resultados positivos nas negociações.

Dentre as estratégias adotadas pelo governo brasileiro estão as reuniões entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e representantes de senadores em Washington, além do encontro do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também na capital americana. Ações como essas são vistas como passos importantes em um cenário complicado e dinâmico nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

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