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Carl Lewis critica nova geração do atletismo

Carl Lewis, um dos maiores atletas da história do atletismo, possui dez medalhas olímpicas, sendo nove delas de ouro, conquistadas em quatro edições dos Jogos Olímpicos. Ele foi eleito o atleta do século 20 pelo Comitê Olímpico Internacional e se destacou nas provas de 100 e 200 metros rasos, além do salto em distância, muito antes do surgimento das redes sociais.

Atualmente com 64 anos e atuando como treinador na Universidade de Houston, Lewis compartilhou suas reflexões sobre o impacto das mídias sociais na vida dos atletas durante um evento do Comitê Olímpico do Brasil em São Paulo. Segundo ele, as redes sociais podem ser uma ferramenta positiva, desde que os atletas saibam utilizá-las de forma adequada. Lewis mencionou que gostaria de ter experimentado a pressão da competição atual, que é amplificada pela presença das redes sociais.

Ele explicou que o uso das mídias deve ser encarado como um complemento ao desempenho dos atletas. Lewis destacou que ter muitos seguidores não é relevante se não há resultados nas competições. Para ele, o mais importante é focar na performance atlética. Ele advertiu que os atletas não devem deixar as redes sociais dominarem suas vidas. Em sua visão, essas plataformas podem ser extremamente úteis, mas é essencial que os atletas mantenham a prioridade nas suas atividades e treinamentos.

Na Universidade de Houston, Lewis implementa uma regra que proíbe o uso de celulares durante os treinos. Essa medida visa evitar distrações e garantir que os atletas estejam plenamente focados em melhorar suas habilidades e performances nas provas. Ele observou que falta dedicação entre os jovens atletas em comparação com as gerações anteriores, e acredita que isso pode ser um fator que impede a quebra de recordes antigos.

Lewis afirmou que os jovens de hoje precisam se esforçar mais nos treinamentos, especialmente quando se trata de disciplinas que exigem maior técnica, como o salto em distância. Ele ressaltou que existe habilidade e talento, mas é necessário motivar os atletas a enfrentarem desafios mais difíceis, buscando a excelência.

O ex-atleta mencionou que o recorde do salto em distância, que é de 8,95 metros e foi estabelecido por Mike Powell em 1991, ainda está de pé após 34 anos. Lewis expressou seu desejo de ver alguém quebrar esse recorde, afirmando que adoraria presenciar tal feito.

Além disso, ele está empolgado com a possibilidade de retornar aos Jogos Olímpicos de 2028 em Los Angeles, dessa vez como treinador. Lewis relembrou seus próprios Jogos Olímpicos de 1984, quando conquistou quatro medalhas de ouro, e falou sobre a expectativa de ajudar a nova geração de atletas a atingir resultados similares.

Na Olimpíada de Paris, dois dos atletas que treinou, o sul-africano Shaun Maswanganyi e o britânico Louie Hinchliffe, conquistaram medalhas no revezamento 4 x 100 metros. Para Lewis, ver o sucesso dos jovens atletas lhe traz satisfação e emoção, especialmente por lembrar da felicidade de sua família durante sua própria jornada olímpica.

Por fim, ele revelou que sua medalha mais especial é a primeira, conquistada na prova dos 100 metros. Lewis explicou a importância dessa vitória, já que era a primeira chance de conquistar quatro medalhas de ouro. Felizmente, ele pôde ver seus familiares torcendo por ele durante essa disputa. A medalha foi enterrada junto de seu pai, que faleceu em 1987, enquanto as demais foram doadas ao Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, em Washington.

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