Neste final de semana, a cidade de São Paulo se prepara para mais uma edição do Coala Festival, um dos eventos mais destacados da música brasileira contemporânea. Desde sua primeira realização em 2014, o festival se tornou um ponto de encontro entre diferentes gerações de artistas. Lendas que influenciaram a Música Popular Brasileira (MPB) se apresentam ao lado de novos talentos, promovendo uma rica troca cultural.
O Coala Festival surgiu de um desejo de celebrar uma cena musical vibrante que, durante anos, ficou à margem do grande público. Com o passar do tempo, o festival evoluiu e hoje se consolidou como um ecossistema cultural conhecido como Coala Music, que inclui o selo Coala Records e colaborações internacionais. O foco permanece na renovação da música brasileira, buscando sempre criar novos clássicos e reforçar sua importância cultural dentro e fora do Brasil.
A edição deste ano do Coala Festival está marcada para os dias 5, 6 e 7 de setembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Para falar sobre a trajetória do festival e sobre a evolução da música brasileira, o fundador e curador Gabriel Andrade compartilhou suas experiências e desafios.
Nascido em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo, Gabriel sempre teve uma forte conexão com a música. Sua educação musical começou com a MTV e com as poucas opções disponíveis em sua cidade. Mudou-se para os Estados Unidos em 2007, onde frequentou shows em Seattle, e ao voltar para o Brasil, estabeleceu-se em São Paulo, onde teve a oportunidade de descobrir novos artistas em locais como Estúdio SP. A proposta do Coala surgiu após a extinção desse espaço, impulsionando Gabriel a criar uma plataforma que valorizasse a música emergente.
Como curador, Gabriel enfrenta o desafio de equilibrar artistas consagrados com novos talentos. Ele enfatiza a importância de dar espaço a músicos em início de carreira, buscando sempre olhar para aqueles que têm potencial para deixar sua marca na música brasileira. A curadoria do festival reflete uma diversidade de gêneros e estilos, promovendo um diálogo entre gerações e respeitando as tradições da música nacional.
Além do festival, o Coala também tem se expandido internacionalmente, promovendo edições em Portugal e colaborações com artistas de outros países. Gabriel tem se esforçado para fortalecer a música brasileira no cenário global, convencido de que o país possui um grande potencial que deve ser explorado e reconhecido.
Gabriel aspira que o Coala Festival seja lembrado como um projeto pioneiro na nova cena musical brasileira, assim como outras gravadoras e casas de show que tiveram um papel significativo na cultura do país. Ele expressa o desejo de continuar contribuindo para a música, fomentando novos talentos e reforçando a rica herança musical do Brasil.
A programação deste ano promete um equilíbrio entre grandes nomes e novos artistas, refletindo as transformações do cenário musical. No contexto atual, a adaptação é fundamental. Gabriel acredita que os festivais devem buscar novas sonoridades e experiências, sem depender apenas dos ícones do passado. Essa abordagem é parte fundamental da missão do Coala: celebrar a diversidade musical e garantir que a tradição brasileira continue se reinventando.
