O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data importante para refletir sobre a luta, a resistência e as contribuições da população negra na história do Brasil. O dia foi escolhido em homenagem a Zumbi dos Palmares, um símbolo de resistência contra a escravidão e de busca pela liberdade. Em 2023, a data passou a ser oficialmente reconhecida como feriado nacional, após a sanção da Lei 14.759/2023 pelo Presidente Lula. Esse reconhecimento reforça a importância do Dia da Consciência Negra na promoção da igualdade racial e no combate ao racismo estrutural.
Neste 20 de novembro, alguns servidores da Presidência da República foram convidados a compartilhar suas experiências como pessoas negras no Brasil e no serviço público. Vivenciar a negritude no espaço público é um ato diário de resistência. Esses servidores destacam os desafios que enfrentam e suas conquistas, refletindo trajetórias que lidam com barreiras sociais e profissionais, mas que também celebram identidade e orgulho.
Andréia Amorim, Coordenadora-Geral de Monitoramento das Demandas da Sociedade, enfatiza a coragem necessária para afirmar a presença negra em um ambiente que muitas vezes busca invisibilizar. Cada conquista, para ela, é um esforço coletivo que abre espaço para que outros ocupem lugares com dignidade.
Outro depoimento é de Agnaldo Filho, assessor na Secretaria de Administração. Ele ressalta que ser negro no Brasil é um combate contínuo a um legado de desigualdade e segregação. Seu trabalho é uma forma de expressar orgulho pela ancestralidade e buscar representatividade nas decisões. Ele reforça que o desafio não é apenas acessar o poder, mas também lidar com questionamentos sobre a capacidade negra.
Cecília Bizerra Sousa, Gerente de Projeto, fala sobre carregar um histórico de violações enquanto reafirma a humanidade e a capacidade de transformação diante das dificuldades. Para ela, as políticas de reserva de vagas e a regularização fundiária quilombola são avanços, mas ainda enfrentam o racismo institucional que desmerece tais iniciativas. Ela acredita que a colaboração é essencial para o sucesso das políticas públicas voltadas para a igualdade racial.
Manoel Matos, Secretário Adjunto para Análise de Atos de Pessoal, destaca a continuidade das assimetrias nas instituições públicas, resultado de uma história longa de exclusão. Ele observa que a promoção da igualdade é um desafio atual e deve ser um compromisso contínuo, refletindo a diversidade da população brasileira.
Por fim, Tamires Sampaio, Assessora Especial, lembra que o Dia da Consciência Negra deve ser visto como uma oportunidade de reafirmar o compromisso com políticas públicas que promovam a equidade racial. Apesar das conquistas recentes, ela ressalta que o racismo ainda afeta diariamente a vida da população negra e que todos os servidores públicos devem trabalhar para que a igualdade racial seja uma realidade concreta.
Atualmente, cerca de 1.867 servidores negros ocupam cargos na Presidência da República. Embora haja avanços com uma porcentagem significativa ocupando cargos de liderança, ainda é necessário aumentar a presença de pessoas negras, especialmente em posições decisórias. A diversidade no serviço público é essencial para refletir uma sociedade mais justa e igualitária.
