Discurso sobre asilo a Bolsonaro e proteção contra Interpol –

O jornalista brasileiro Paulo Figueiredo, denunciado pela Procuradoria-Geral da República em relação a uma suposta trama golpista, fez declarações polêmicas durante uma transmissão ao vivo na quarta-feira. Ele esteve acompanhado de Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PL de São Paulo. Figueiredo afirmou que o governo dos Estados Unidos perguntou se haveria possibilidade de oferecer asilo a Jair Bolsonaro e a Eduardo, além de proteção contra a Interpol.
Segundo eles, a consulta foi feita em uma reunião no Departamento de Estado, mas a ideia foi rapidamente rejeitada. Figueiredo contou que a proposta estava ligada à possibilidade de um acordo envolvendo a liberdade de Bolsonaro. Desde março de 2024, o ex-presidente está com o passaporte apreendido e, em uma operação recente da Polícia Federal, a Justiça determinou que ele usasse uma tornozeleira eletrônica devido ao risco de fuga.
Durante a live, Figueiredo relatou que havia diversas autoridades do Departamento de Estado presentes, incluindo um membro da Casa Branca, que fez a sugestão de um acordo para garantir que Bolsonaro pudesse viver em liberdade nos Estados Unidos, enquanto livraria Jair e Eduardo das ações da Interpol.
Eduardo Bolsonaro confirmou a proposta americana, mas afirmou que a ideia estava “fora de cogitação”. Figueiredo explicou que a recusa veio em decorrência da busca por uma anistia ampla, que abarcasse o ex-presidente e seus apoiadores que estão sob investigação, principalmente após os eventos de 8 de janeiro e outras ações no Supremo Tribunal Federal.
Além disso, nas últimas horas, o ex-presidente enfrentou novas restrições. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que ele não se aproxime de embaixadas nem se comunique com embaixadores. Esta decisão foi tomada no contexto de um inquérito que investiga Eduardo Bolsonaro por possíveis crimes relacionados à obstrução de Justiça e coação no processo. Durante a operação da PF, foram encontrados cerca de 14 mil dólares na residência de Jair Bolsonaro.
Recentemente, o ex-presidente passou um tempo na embaixada da Hungria em Brasília, país que tem um governo aliado ao seu. Agora, ele também não pode deixar Brasília, se comunicar com Eduardo e tem horários específicos a serem cumpridos em suas atividades.
Essa situação ocorre em meio a uma crescente tensão entre os EUA e o Brasil. O ex-presidente Donald Trump voltou a criticar o sistema judicial brasileiro, chamando-o de “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Na semana passada, ele anunciou um aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros, alegando uma suposta perseguição ao ex-presidente.
Além disso, em uma carta divulgada por Trump, ele expressou seu apoio a Bolsonaro e afirmou que acompanhará de perto os desdobramentos do julgamento que está sendo conduzido pelo STF. Jair Bolsonaro é um dos réus no caso da trama golpista e foi denunciado pela Procuradoria-Geral e indiciado pela Polícia Federal.