Empresária quase fica cega após usar produto da marca Virginia –

Uma cliente da marca Wepink, famosa por seus produtos de beleza, relatou que sofreu queimaduras nas córneas após usar o sérum fortalecedor de cílios e sobrancelhas chamado Wedrop. O caso chamou a atenção nas redes sociais e levantou preocupações sobre a segurança de cosméticos aplicados na área dos olhos.
Lidiane Herculano, a consumidora envolvida, informou que já utilizava outros produtos da marca sem nenhuma reação adversa até experimentar o Wedrop, que recebeu como parte de um kit de produtos. Apesar de ter seguido as instruções de uso – aplicando o produto apenas na parte externa dos fios – ela alegou ter sentido uma ardência durante a aplicação, mas decidiu que não era intensa o suficiente para interromper seu uso.
Na madrugada seguinte, Lidiane acordou com a visão embaçada, como se houvesse uma névoa em seu campo de visão. Após tentar limpar os olhos com soro fisiológico, a situação não melhorou. Ao buscar ajuda médica, foi diagnosticada com queimaduras nas córneas, o que gerou grande preocupação sobre sua visão.
Após a consulta, amigos aconselharam Lidiane a procurar um especialista em oftalmologia. Segundo relatos, o médico mencionou casos semelhantes de irritação ocular causados por produtos cosméticos. Após receber tratamento com colírios prescritos, Lidiane afirmou que não houve melhora em sua condição, e pelo contrário, sua visão se agravou, levando-a a buscar atendimento em um hospital especializado.
Lidiane registrou o fato nas redes sociais e entrou em contato com a Wepink, que respondeu apenas dias depois, quando o caso já havia se tornado viral. Seu marido postou um vídeo compartilhando a experiência, o que levou a outros consumidores a relatar experiências semelhantes de irritação, inchaço e queimaduras causadas pelo mesmo produto na plataforma Reclame Aqui. A Wepink se destacou como uma das empresas com mais queixas nesse site, com milhares de reclamações nos últimos meses.
Em resposta ao caso, a Wepink se manifestou através de um advogado, afirmando que desejava analisar o produto utilizado por Lidiane para investigar seu funcionamento e segurança. No entanto, Lidiane se recusou a entregá-lo, alegando que buscaria a perícia através de um profissional imparcial. A disputas entre as partes prosseguem, com Lidiane planejando mover ação judicial contra a empresa.
A situação atraiu também a atenção de especialistas. A oftalmologista Luciana Pires Zambom alertou que produtos cosméticos perto dos olhos podem causar lesões na córnea e irritação ocular. Ela enfatizou a importância de evitar o contato direto com os olhos e de suspender o uso do produto em caso de qualquer irritação.
O químico Ubiracir Fernandes Lima também comentou que todos os produtos cosméticos podem causar reações alérgicas, dependendo da composição e da sensibilidade da pele de cada pessoa. Ele mencionou ingredientes encontrados no Wedrop que poderiam ser potencialmente irritantes.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que o Wedrop, fabricado pela empresa Athenas Indústria e Tercerização de Cosméticos Ltda Epp, teve suas notificações canceladas. Esse cancelamento ocorreu por conta de irregularidades em relação ao nome e composição do produto, conforme determina a legislação vigente sobre a rotulagem de produtos de saúde e beleza.
Diante dessa situação, o caso de Lidiane levanta questionamentos sobre a segurança de produtos de beleza aplicados na área dos olhos e a responsabilidade das empresas na proteção dos consumidores.