EUA podem bloquear satélites de GPS no Brasil? Entenda o sistema –

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a revogação do visto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para entrada no país. Esta medida está relacionada a um alegado “perseguimento” ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaristas afirmaram que receberam informações de membros do Departamento de Estado dos EUA, indicando que essa revogação é apenas o início de novas sanções.
Entre as punições discutidas, está o aumento de tarifas de importação de produtos brasileiros de 50% para 100%, punições em parceria com a Aliança Militar da Otan e até um possível bloqueio do uso de satélites e do sistema de GPS no Brasil.
O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é essencial em muitos dispositivos, como celulares, carros, aeronaves e até tornozeleiras eletrônicas. Criado no final do século XX para fins militares, o GPS permite que a localização de um ponto na superfície terrestre seja determinada com rapidez e precisão. O sistema é composto por 24 satélites em órbita, que transmitem sinais de rádio com informações sobre sua posição. Um receptor no solo utiliza esses sinais para calcular a localização.
O funcionamento do GPS depende da recepção de sinais de pelo menos quatro satélites, o que torna difícil para um país bloquear o sinal sem afetar outros locais adjacentes. Um especialista em telecomunicações analisou essa situação, afirmando que, na prática, bloquear o GPS de um país exigiria uma alteração significativa no sistema de transmissão, o que seria inviável em um curto período.
Embora seja possível interferir localmente nos sinais de GPS, técnicas como o “jamming” (bloqueio de sinal) exigem a presença física de dispositivos emissores de radiofrequência, o que não seria uma ação prática ou viável para um governo em larga escala.
Técnicas de interferência já foram utilizadas em conflitos, como o uso de sistemas eletrônicos para bloquear sinais em áreas estratégicas. Por exemplo, no conflito da Ucrânia, foram usados dispositivos para afetar a navegação de drones e mísseis guiados.
Alternativas ao GPS já existem e incluem sistemas como o russo GLONASS, o chinês BeiDou e o europeu Galileo. Mesmo que o GPS fosse restrito, outros sistemas de posicionamento ainda estariam disponíveis. A maioria dos dispositivos modernos é projetada para funcionar em conjunto com múltiplas constelações de satélites, garantindo que serviços essenciais, como navegação e telecomunicações, não sejam interrompidos, mesmo diante de dificuldades com o GPS.