Ex-presidente do Banco Central diz que pix supera pagamentos dos EUA –

Henrique Meirelles Defende o Pix e Aborda Tarifas dos EUA
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, comentou em uma recente entrevista sobre o sistema de pagamentos brasileiro, o Pix, lançado em novembro de 2020, durante o governo de Michel Temer. Ele descreveu o Pix como um método “rápido e eficiente”, afirmando que é superior ao sistema de pagamentos americano, que é dominado por grandes empresas de tecnologia como Google, Apple e Meta.
Meirelles acredita que a competitividade do Pix com essas plataformas é uma das razões pelas quais o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incluiu o Brasil em seu foco de investigação comercial. De acordo com Meirelles, Trump considera que o Pix está prejudicando o sistema de pagamentos das empresas americanas. Ele afirma que a eficiência do sistema brasileiro é inegável e que mais de 100 milhões de brasileiros utilizam o Pix regularmente.
O ex-ministro também contestou alegações dos EUA de que o Brasil oferece vantagens tarifárias a países como México e Índia, enquanto prejudica a América. Ele argumentou que o Brasil adota taxas generalizadas para proteger seus mercados e que não vê benefícios exclusivos a outros países.
Meirelles sugeriu que o Brasil deveria considerar revisar a recente tarifa de 50% proposta por Trump, e que poderia ser necessário abrir mão de algumas taxas atualmente aplicadas contra os Estados Unidos, desde que isso não comprometesse aspectos judiciais, principalmente as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele deixou claro que as decisões do STF são “inegociáveis” e que o governo brasileiro não deve negociar em nome do Judiciário.
Embora reconheça a importância de dialogar com os EUA, Meirelles acredita que um enfoque cuidadoso é fundamental. Ele destacou que retaliar com aumentos de tarifas pode ter consequências inflacionárias e que é preciso avaliar como essa abordagem impactaria a economia brasileira.
Ademais, ele enfatizou a importância de diversificar os mercados de exportação do Brasil, citando o aumento das parcerias comerciais com a China e países asiáticos como alternativas viáveis para reduzir a dependência econômica dos Estados Unidos.
Em suma, Meirelles vê desafios significativos para negociar com os EUA neste momento, mas ressalta a importância de uma estratégia equilibrada que proteja a economia brasileira enquanto busca oportunidades de crescimento em novos mercados.