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Itália impede prisão de Zambelli, afirma advogado da deputada –

O pedido de extradição da deputada Carla Zambelli foi formalizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, no dia 11 de junho. Esse pedido foi enviado ao Ministério da Justiça da Itália pela embaixada do Brasil em Roma. A Polícia Federal do Brasil já localizou Zambelli, que está em Roma, e comunicou à polícia italiana sobre seu paradeiro.

Entretanto, a situação complica-se pela legislação italiana, que impede a prisão de Zambelli sem uma ordem judicial local, mesmo sendo uma foragida internacional com um mandado de prisão expedido no Brasil. Ela possui cidadania italiana e pretende solicitar a possibilidade de cumprir sua pena no país europeu.

Atualmente, o processo de extradição está em andamento na Itália, mas não há uma previsão para que a Justiça italiana tome uma decisão sobre o pedido brasileiro. Fontes próximas ao caso afirmam que o trâmite está acontecendo internamente, mas Zambelli não é procurada pela polícia italiana, sendo apenas alvo da Interpol, que emite uma difusão vermelha sem garantia de cumprimento imediato.

Na terça-feira, o advogado de Zambelli devolveu as chaves do apartamento funcional que ela ocupava na Câmara dos Deputados, onde sua mãe e seu filho permaneceram após sua saída do país. Zambelli deixou o Brasil em 25 de maio, cruzando a fronteira para a Argentina, e seguiu para os Estados Unidos, de onde anunciou sua fuga.

A parlamentar foi condenada a dez anos de prisão e perdeu seu mandato devido à sua participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça, em parceria com o hacker Walter Delgatti. Essa condenação a tornou inelegível por um período de oito anos.

Embora tenha mencionado a intenção de fazer uma campanha contra o Supremo Tribunal Federal na Europa, ela não tem conseguido se manifestar publicamente desde que seu nome foi incluído na lista vermelha da Interpol. A prisão preventiva foi decretada por Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República, permitindo que Zambelli pudesse ser detida, mesmo com seu passaporte italiano. Contudo, sem uma autorização legal, as autoridades italianas não agiram até o momento.

Embora haja precedentes de brasileiros com cidadania italiana que foram extraditados para o Brasil, como o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, esses processos costumam ser longos. Pizzolato, por exemplo, foi capturado um ano após a fuga e, mesmo após solicitar o cumprimento da pena na Itália, acabou sendo extraditado em 2015. A expectativa é que o processo de Zambelli siga um caminho parecido, mas ainda há a possibilidade dela tentar cumprir pena na Itália se for capturada.

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