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Jaclyn Corin critica a procuradora Pam Bondi em protesto –

Em 14 de fevereiro de 2018, Jaclyn Corin, hoje com 24 anos, se abrigou em uma sala de aula enquanto um ex-aluno atirava e matou 17 pessoas na Marjory Stoneman Douglas High School, incluindo sua amiga de 14 anos, Jaime Guttenberg, deixando outras 17 feridas. Após essa tragédia, Corin, que era estudante do terceiro ano e presidente de turma, organizou uma viagem de dois dias para 100 estudantes até a capital da Flórida, Tallahassee, para pressionar autoridades por reformas na segurança das armas. Junto com outros jovens, ela co-fundou a organização March For Our Lives. No dia 24 de março de 2018, cerca de 800 mil pessoas participaram da primeira marcha em Washington, D.C., enquanto outras 800 manifestações ocorreram em todo o país.

Desde então, Corin se formou em Harvard e Oxford, estagiou na Casa Branca durante a administração Biden e teve uma breve experiência como consultora de gestão. Neste ano, foi nomeada diretora executiva da March For Our Lives. Em uma conversa, ela comentou sobre as mudanças no lobby das armas e nos movimentos de resistência, além dos planos da organização para uma campanha de mídia social, petições e anúncios em resposta ao que chamam de “Parkland Pam”, em referência à Promotora Geral dos Estados Unidos, Pam Bondi.

Corin destacou que o movimento pela prevenção da violência armada evoluiu desde 2018. Mais de 300 leis de segurança sobre armas foram aprovadas em nível estadual, a NRA enfrentou sérios problemas financeiros e os jovens passaram a considerar como prioritária a questão da prevenção da violência armada. No entanto, à medida que a urgência diminuiu aos olhos do público, a situação da violência armada se agravou. O lobby das armas se adaptou, adotando uma estratégia mais silenciosa, mas igualmente perigosa, focada na erosão da aplicação da lei e na manipulação de comunidades vulneráveis.

Ela comentou sobre sua experiência com Pam Bondi, que era procuradora-geral da Flórida durante o tiroteio em Parkland. Uma semana após a tragédia, Corin se reuniu com Bondi e alguns amigos, ouvidos prometendo apoio à causa, mas ficou desapontada ao ver a conversa mudar para questões de segurança escolar e não se manter focada nas armas. Bondi, publicamente, chegou a apoiar algumas medidas como as leis de “bandeira vermelha”, mas depois pareceu recuar em suas promessas.

Corin tentou contatar Bondi recentemente para discutir as mudanças em sua postura sobre a legislação de armas, mas ainda não obteve resposta. Iniciaram uma campanha para destacar o que consideram hipocrisia na mudança de posição da ex-procuradora. Ela também mencionou que Bondi anunciou apoio a cortes orçamentários na ATF, que é responsável pela fiscalização de armas e que já tinha prometido não eternizar a impunidade entre os revendedores de armas.

A situação se torna ainda mais preocupante com a postura do governador da Flórida, Ron DeSantis, que manifestou interesse em revogar as leis de “bandeira vermelha”. Em resposta a essa ameaça, a March For Our Lives convocou um grupo de sobreviventes do massacre de Parkland e da Universidade Estadual da Flórida que, por coincidência, também enfrentaram uma situação semelhante, para assinar uma carta pedindo que DeSantis vetasse qualquer legislação que tentasse reverter os avanços conseguidos.

Corin manifestou a sua frustração com as promessas não cumpridas e mencionou que sua geração está desiludida com a política americana, especialmente considerando a influência duradoura de figuras como Donald Trump. Ela acredita que muitos jovens se sentem como se seus esforços não dessem frutos, mas a motivação para liderar a March For Our Lives vem da esperança de reenergizar sua geração.

Em relação ao futuro, Corin expressou um desejo de continuar lutando pela causa, ao lado de outros sobreviventes, mantendo a conexão com eles. A pressão e os ataques não são novidade para ela, que chegou a receber ameaças de morte, mas decidiu seguir adiante na defesa de mudanças significativas.

Ela também compartilhou que, após ter se formado em universidades de destaque como Harvard e Oxford, percebeu que a consultoria não trazia um propósito maior, levando-a a se dedicar à March For Our Lives, onde sente que é possível fazer a diferença.

Ao refletir sobre os últimos anos, Jaclyn Corin reconhece que, mesmo diante do cansaço e do desânimo, a luta pela prevenção da violência armada continua, assim como os esforços para proteger as futuras gerações do impacto devastador das armas.

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