Jacob Elordi é apresentado como o monstro de Frankenstein –

O novo filme de Guillermo del Toro, que traz sua interpretação de “Frankenstein”, aborda temas profundos como a relação entre pais e filhos e a busca por respostas diante da dor e do sofrimento. No centro da história está Dr. Frankenstein, vivido por Oscar Isaac, que enfrenta um dilema intenso ao criar sua criatura. Embora o filme tenha uma atmosfera pesada, o diretor mexicano insere um toque de humor entre os personagens, especialmente através de diálogos em espanhol, que tornam a produção ainda mais pessoal e íntima para Isaac, que tem raízes guatemaltecas.
Del Toro contrasta o tema sombrio da história original de Mary Shelley, que frequentemente é vista como uma crítica à ciência sem limites, com uma narrativa que explora dinâmicas familiares complicadas. A relação entre pais e filhos é central, especialmente a conexão entre o cientista e seu “filho” artificial. O que realmente se destaca é o choque entre as expectativas dos pais e as necessidades dos filhos. Isaac observa que esse filme reflete não apenas a experiência de um homem criando outra vida, mas também as dificuldades e o peso emocional que isso acarreta.
Del Toro, que tem um forte background na cultura católica, faz referências sutis à fé e à busca por significado nas adversidades. A famosa cena em que a criatura é criada tem uma forte conotação, como se estivesse em uma crucificação, simbolizando a luta da criatura para entender seu lugar no mundo. Além disso, o cineasta aponta que sua obra se relaciona com a história de Jó, que questiona a dor e as desgraças que recaem sobre pessoas boas. O diálogo que se estabelece entre a criatura e seu criador é carregado de emoções, onde cada um busca entender seus papéis e as tristezas que enfrentam.
O relacionamento entre Dr. Frankenstein e sua criação se transforma em um conflito violento e destrutivo, revelando como essas relações familiares podem se deteriorar. O filme examina a conexão entre o criador e a criação enquanto eles lutam em um caminho de autodescoberta e confrontos dolorosos. Isso culmina em uma jornada sombria em que ambos se veem perdidos, imersos em um ambiente frio e desolador.
A obra de del Toro promete levantar questionamentos sobre a natureza da vida, a busca por respostas e as complexas relações que moldam quem somos e como lidamos com a dor e a solidão.