Saúde

Lesão de tendão flexor: como é o tratamento cirúrgico da mão

Saiba o que esperar antes, durante e depois da cirurgia para recuperar a função e reduzir cicatrizes após uma lesão de tendão flexor: como é o tratamento cirúrgico da mão.

Uma lesão de tendão flexor na mão muda a rotina rapidamente. Um corte, uma queda ou até um vidro podem impedir você de dobrar um dedo. A boa notícia é que, na maioria das vezes, há tratamento cirúrgico eficaz que devolve função e força. Neste texto vou explicar de forma clara o passo a passo: quando operar, como é a cirurgia, o que acontece na reabilitação e quais cuidados evitar para não comprometer a recuperação.

Se você sofreu uma lesão ou está cuidando de alguém, vai encontrar informações práticas, exemplos do dia a dia e sinais que indicam urgência. O objetivo é que você saia daqui sabendo exatamente o que perguntar ao médico e como se preparar para a cirurgia e para a fase de recuperação.

O que é uma lesão de tendão flexor

Conforme destaca o Dr. Henrique Bufaiçal, ortopedista em Goiânia e especialista em mão reconhecido no Brasil pelas técnicas minimamente invasivas, os tendões flexores são cordões que ligam os músculos do antebraço aos dedos.

Eles permitem que você dobre os dedos e feche a mão. Quando esses tendões são cortados ou rompidos, o dedo fica esticado, sem conseguir dobrar na articulação afetada.

Lesões abertas por lâminas ou vidro são comuns. Luxações e traumas por força excessiva também podem romper o tendão. O diagnóstico precoce faz grande diferença para o resultado do tratamento cirúrgico.

Sinais e diagnóstico

Os sinais que devem ligar o alerta são claros. Incapacidade de flexionar o dedo, dor local, hematoma ou ferida aberta. Às vezes o dedo ainda se mexe parcialmente, então a suspeita pode passar despercebida.

O diagnóstico é clínico. O médico pede testes simples de movimento e, se necessário, ultrassom ou ressonância para confirmar o rompimento e avaliar retração do tendão e lesões associadas.

Quando a cirurgia é indicada

A cirurgia é a escolha na maioria das lesões completas dos tendões flexores. Lesões parciais podem ser tratadas sem operar em alguns casos, mas a decisão depende da extensão e da função residual.

Operar o quanto antes, idealmente nas primeiras 1 a 2 semanas, aumenta as chances de reparo direto e reduz a necessidade de reconstrução complexa.

Como é o tratamento cirúrgico

A cirurgia tem objetivos simples: aproximar as extremidades do tendão, restaurar o deslizamento dentro das bainhas e reparar estruturas associadas, como ligamentos e nervos.

Preparação

Antes da cirurgia, você recebe orientações sobre jejum, medicações e cuidados com a ferida. Em feridas limpas e sem contaminação, o reparo pode ser feito em caráter eletivo. Em feridas contaminadas, primeiro trata-se a infecção.

Anestesia

Geralmente a anestesia pode ser regional ou geral. A anestesia regional (bloqueio do braço) permite que o paciente não sinta dor e, em muitos casos, facilita a mobilização controlada durante o procedimento.

Técnica cirúrgica

  1. Abertura cuidadosa da ferida: exposição do tendão e avaliação do dano.
  2. Limpeza e retirada de debris: importante para reduzir risco de infecção.
  3. Sutura do tendão: técnicas com pontos reforçados que equilibram resistência e deslizamento.
  4. Reparos associados: nervos, vasos ou bainha do tendão quando necessário.

O cirurgião avalia se o reparo primário é possível ou se será necessário um enxerto tendíneo em casos crônicos ou muito retraídos.

Pós-operatório imediato

Imediatamente após a cirurgia a mão é imobilizada em uma tala funcional. O posicionamento mantém os dedos levemente flexionados para proteção do reparo.

O controle da dor e a prevenção de infecção são prioridades. O curativo é trocado conforme orientação e o retorno ao cirurgião é marcado para avaliação.

Reabilitação e fisioterapia

A reabilitação é tão importante quanto a cirurgia. Programas específicos de mobilização precoce aumentam a chance de recuperação de movimento e diminuem aderências.

  1. Fase inicial: proteção com movimentos passivos supervisionados para evitar tensão no reparo.
  2. Fase intermediária: aumento gradual da amplitude com exercícios ativos assistidos.
  3. Fase final: fortalecimento e retorno das atividades diárias e profissionais.

Seguir as orientações do fisioterapeuta reduz o risco de rigidez e melhora o resultado funcional.

Complicações possíveis

Nenhuma cirurgia é isenta de riscos. As complicações mais comuns são rigidez, aderências entre tendão e bainha, falha do reparo e infecção. Nervo lesado pode causar dormência temporária ou permanente.

Detecção precoce e tratamento adequado das complicações melhoram o prognóstico.

Tempo de recuperação e prognóstico

A recuperação varia com a lesão, idade e adesão à fisioterapia. Em geral, ganhos importantes de movimento surgem nas primeiras 3 a 6 meses, mas a melhora pode continuar até um ano.

Recuperar força total pode levar mais tempo. Mãos que precisam de destreza fina, como músicos, exigem reabilitação rigorosa e expectativas realistas.

Cuidados práticos no dia a dia

  • Proteção inicial: mantenha a tala enquanto orientado.
  • Evite molhar o curativo: água pode aumentar risco de infecção.
  • Movimente dentro do permitido: siga o protocolo de fisioterapia para evitar rompimento.
  • Retorno ao trabalho: avaliado caso a caso, tarefas leves podem voltar antes que atividades com carga.

Quando procurar um especialista

Procure atendimento imediatamente em caso de corte que impeça o movimento do dedo. Mesmo feridas aparentemente pequenas podem atingir o tendão.

Para avaliação e planejamento do tratamento, consulte um cirurgião de mão e punho que explique a melhor abordagem para o seu caso.

Perguntas frequentes rápidas

Quanto tempo após a lesão devo operar?

Se possível, dentro de duas semanas para facilitar reparo direto. Lesões atrasadas podem exigir técnicas mais complexas.

A cirurgia dói muito?

Controle da dor é eficaz. A anestesia garante conforto durante o procedimento e analgésicos no pós operatório ajudam na recuperação.

Vou recuperar totalmente a função?

Grande parte dos pacientes recupera boa função, especialmente com reabilitação adequada. O resultado depende da gravidade e do cumprimento das orientações.

Se você ou alguém que conhece sofreu uma lesão na mão, anote os sinais, procure avaliação rápida e siga o plano cirúrgico e de reabilitação. Lesão de tendão flexor: como é o tratamento cirúrgico da mão envolve cirurgia, proteção e fisioterapia, e com cuidados certos a chance de voltar às atividades é alta. Agende a avaliação e comece a aplicar as dicas desde já.

Produção Editorial

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