não permanece em São Paulo nem no Distrito Federal

Nova Lima, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, é atualmente a cidade com a maior renda do Brasil. Esse dado foi revelado pelo Censo 2022, conforme anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nova Lima é conhecida por sua forte presença na mineração e por abrigar bairros residenciais de alto padrão, que atraem profissionais que trabalham na capital mineira.
No extremo oposto, Uiramutã, situada em Roraima, é a cidade com a menor renda do país. Essa localidade, que possui uma população predominantemente indígena, é marcada por desafios socioeconômicos. Os números do Censo mostram que o rendimento domiciliar em Nova Lima é 15 vezes superior ao de Uiramutã, refletindo as profundas desigualdades regionais existentes no Brasil.
Desde a recuperação econômica após a pandemia de Covid-19, o mercado de trabalho tem demonstrado sinais de melhora. No entanto, essas mudanças são mais evidentes em dados nacionais ou estaduais e não capturam completamente as desigualdades que persistem em nível municipal. Dados do Censo indicam que em 520 municípios, que correspondem a 9,3% do total no Brasil, a renda média do trabalho fica abaixo de um salário mínimo. Em contraste, apenas 19 cidades têm rendimentos médios superiores a quatro salários mínimos.
Em média, 75,5% da renda domiciliar no Brasil é proveniente do trabalho, enquanto 24,5% vem de outras fontes, como aposentadorias e programas sociais. No entanto, em Uiramutã, essa porcentagem é de apenas 51,9%. Essa cidade também se destacou em levantamentos anteriores por sua elevada porcentagem de habitantes indígenas, com 96,6% da população pertencendo a grupos como Ingarikó e Macuxi.
Além das discrepâncias entre as cidades, o mercado de trabalho é aquecido em regiões que têm forte atuação no agronegócio, como em Mato Grosso, onde muitas cidades registram altas taxas de renda provenientes do trabalho. Em Nova Lima, esses ganhos do trabalho também são significativos, representando 84,5% da renda total das famílias.
Embora o panorama do emprego tenha melhorado desde 2022, especialistas alertam que ainda há muito a ser feito para reduzir as desigualdades regionais. O mercado de trabalho reflete as condições socioeconômicas mais amplas e não é a causa das disparidades existentes. As taxas de desemprego continuam a variar de maneira considerável entre estados, com Santa Catarina apresentando os menores índices, enquanto Pernambuco enfrenta os mais altos.
O Censo 2022 é um retrato detalhado da população brasileira e de suas desigualdades, evidenciando tanto os avanços quanto os desafios que o país enfrenta no campo social e econômico.