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Pioneiros de cripto negociam mais de US$ 50 bilhões em bitcoins –

Uma transferência silenciosa de controle está alterando o mercado de bitcoin, que atualmente vale cerca de 2,1 trilhões de dólares. As grandes corporações e investidores institucionais estão aumentando suas compras da criptomoeda, enquanto vendedores conhecidos como “baleias” estão reduzindo suas posições. Essas baleias incluem mineradores, fundos offshore e carteiras anônimas, e têm vendido grandes quantidades de bitcoin, o que está ajudando a atender à crescente demanda.

Nos últimos doze meses, esses grandes detentores venderam mais de 500 mil bitcoins, que, com os preços atuais, totalizam mais de 50 bilhões de dólares. Esse volume de vendas é comparável ao que foi captado por fundos de investimento em bitcoin, conhecidos como ETFs, desde que foram aprovados no mercado. Essas vendas ocorrem em um momento em que as instituições financeiras estão adquirindo bitcoins a um ritmo acelerado, o que está transformando a imagem da criptomoeda de um ativo volátil para um mais estável.

Historicamente, algumas dessas baleias fazem parte do primeiro ciclo de crescimento do bitcoin, onde as transações eram muito menores. Agora, muitos estão trocando seus ativos por ações de empresas, evitando o mercado tradicional. Atualmente, cerca de 25% do total de bitcoins em circulação é controlado por instituições, um aumento significativo em relação ao que era observado no passado. Em 2020, estimativas indicavam que apenas 2% das contas anônimas controlavam 95% do bitcoin, mas essa dinâmica está mudando rapidamente.

Rob Strebel, chefe de gestão de relacionamento em uma empresa de negociação, observa que o cenário das criptomoedas está se consolidando como uma classe de ativo legítima. Essa mudança de percepção pode levar a uma redução na volatilidade, que já está sendo notada. Um índice de volatilidade específico do bitcoin caiu para seu nível mais baixo em cerca de dois anos, indicando um maior controle dos preços.

Nos últimos doze meses, instituições, incluindo ETFs, absorveram quase 900 mil bitcoins, o que coloca seu total em posse em cerca de 4,8 milhões de moedas de um total de aproximadamente 20 milhões em circulação. No entanto, essa mudança também levanta preocupações. Especialistas alertam que, ao facilitar a saída para os grandes detentores, as instituições podem deixar os pequenos investidores em uma posição vulnerável se o mercado sofrer uma queda.

É importante considerar que a intenção de muitos investidores institucionais tem sido tornar o bitcoin um ativo mais atrativo, permitindo que grandes vendedores se retirem com liquidez. Após dois anos de crescimento expressivo, o preço do bitcoin ainda está em níveis próximos aos do início do ano, em parte devido ao suporte regulatório do governo.

Previsões atuais apontam que a valorização do bitcoin pode ser limitada a 10% a 20% ao ano, contrastando com o aumento explosivo de quase 1.400% observado em 2017. Isso sugere que o ativo pode se comportar mais como uma ação estável ao longo do tempo, gerando retornos consistentes, embora menores.

Ainda assim, o cenário permanece volátil, uma vez que nem todas as atividades dos grandes detentores são facilmente visíveis. Se esses investidores começarem a vender em grandes quantidades novamente, e a demanda institucional não conseguir acompanhar, isso pode resultar em quedas significativas de preço.

Nesse contexto, o equilíbrio no mercado é crucial. Se as baleias decidirem vender enquanto o fluxo institucional estagnar, o mercado poderá enfrentar momentos difíceis, como já aconteceu em anos anteriores. A expectativa de especialistas é que a atual dinâmica de mercado poderá ser sustentável por um longo período, mudando de forma a garantir uma maior estabilidade para o bitcoin no futuro.

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