Rupert Everett afirma que ‘Emily in Paris’ o demitiu sem aviso –

Rupert Everett é um ator britânico conhecido por sua franqueza. Durante sua carreira, ele fez críticas ao sistema de Hollywood, afirmando que já perdeu papéis importantes devido à sua orientação sexual. No Festival Internacional de Cinema de Maratea, na Itália, ele destacou que, embora hoje em dia haja menos estigma relacionado a ser gay, lésbica ou trans, ainda existem desafios. Segundo Everett, personagens homossexuais muitas vezes são retratados de maneira simplista, como se fossem “santos”, o que limita a diversidade de personagens no cinema. Ele comentou que, se um ator interpreta um personagem homossexual, frequentemente não pode desempenhar papéis mais complexos ou negativos, pois isso seria visto como um mau exemplo.
Everett também abordou o que considera um problema atual na indústria do cinema: a política em torno da inclusão. Ele acredita que a necessidade de ser politicamente correto em todos os aspectos, incluindo sexualidade e raça, é uma situação complicada. Para ele, isso cria uma cultura onde todos se sentem como vítimas, ao invés de sobreviventes, e afirma que essa mentalidade pode ser prejudicial.
Falando sobre as novas gerações, Everett expressou preocupação de que os jovens sejam ensinados a seguir seus sonhos sem a necessária preparação e dedicação. Ele lembrou que, em sua juventude, trabalhar duro para realizar um sonho era essencial. Para os jovens atores, ele sugere que observem seus colegas, leiam e assistam a diversas produções, além de se desconectarem um pouco das telas dos smartphones.
A carreira de Everett começou em Londres e se expandiu para o teatro em Glasgow. Ele se sente grato por ter tido tempo para aprender a arte do ato. Em 1984, ele estrelou a peça “Another Country”, que foi adaptação para o cinema e apresentada no Festival de Cannes. Ele também trabalhou com diretores italianos, expressando um desejo de ter começado essa fase da carreira em uma idade mais avançada, citando suas dificuldades iniciais em lidar com o trabalho.
Uma de suas obras mais significativas foi “The Happy Prince”, de 2018, um filme sobre Oscar Wilde, uma figura que, segundo ele, representa a luta pelos direitos homossexuais. Everett considera Wilde um mártir em prol da liberdade de expressão para a comunidade LGBTQ+.
Recentemente, Everett revelou que foi dispensado de sua participação na série “Emily in Paris”. Ele explicou que tinha gravado uma cena e, após esperar um retorno, foi informado que seu personagem não continuaria na trama. Essa situação o afetou profundamente, levando-o a ficar em casa por duas semanas.
Everett recebeu o Prêmio Internacional Basilicata no festival e, apesar dos desafios e mudanças na indústria, continua sua trajetória no cinema.