Tron: Ares – Análise completa da IGN

Tron: Ares Lança Nova História, Mas Ignora Elementos Clássicos da Franquia
O filme “Tron: Ares” não continua a narrativa deixada por “Tron: Legacy”, lançado em 2010, que aborda o destino da família Flynn e a questão intrigante sobre a interação entre programas do mundo digital e a vida real. Em vez disso, “Ares” parece ignorar completamente a sequência anterior e falha em captar o que fez do filme original um clássico cult.
A franquia “Tron” é peculiar. O filme original, lançado em 1982, não foi um sucesso imediato, mas ganhou seguidores com o tempo. Na época, a produção revolucionou com seus gráficos digitais e com as questões que levantou sobre a tecnologia, algo que a sociedade ainda estava começando a entender. O segundo filme, quase 30 anos depois, seguiu essa linha, mas a nova versão levantou dúvidas sobre a necessidade e o público para um novo filme da série.
“Ares” retoma a luta pelo controle da corporação Encom, com um novo antagonista, Dillinger, e uma nova protagonista, Eve Kim, interpretada por Greta Lee. Enquanto Evan Peters, que faz o papel de Julian Dillinger, parece estar se divertindo no seu papel, a trama se desenvolve de forma previsível, com personagens e enredos que não trazem nada de original à mesa.
O primeiro “Tron” retratava uma narrativa de contraposição, onde Kevin Flynn, um programador talentoso, lutava contra as normas corporativas. No entanto, “Ares” apresenta um conflito claro entre dois bilionários sem o mesmo apelo emocional, dificultando a conexão do público com a história.
A presença de Jared Leto como Ares é central para o filme, mas sua trajetória carece de profundidade. Ares, uma invenção das ambições de Dillinger, é descrito como uma tecnologia imbatível, mas o desenvolvimento do personagem deixa a desejar, e o público não consegue se identificar com ele.
O filme, de forma geral, é uma produção que segue fórmulas já conhecidas e não oferece nada que não tenha sido visto anteriormente. Apesar de trazer o ator Jeff Bridges de volta em uma breve participação, muitos elementos da trama giram em torno da nostalgia, sem um propósito claro ou relevante.
Embora “Tron: Ares” tenha momentos visualmente interessantes, a maior parte da ação ocorre em um novo ambiente digital, que não se conecta com as questões levantadas no filme anterior. A premissa de invasão do mundo real pela tecnologia tem potencial, mas acaba sendo mal aproveitada.
O filme também carece de um desenvolvimento mais ousado. A ideia de discutir se figuras icônicas da cultura pop devem ser reimaginadas para o lucro em vez de serem usadas para o bem da humanidade parece deslocada, especialmente em um momento em que os fãs esperam por inovações mais significativas.
A transição de elementos do “Grid” para o mundo real não é bem construída e ignora a progressão da narrativa anterior. Um terceiro filme poderia ter expandido a partir das bases já estabelecidas, mas “Ares” opta por uma abordagem mais confusa.
Por fim, embora o filme não seja memorável, destaca-se a trilha sonora da banda Nine Inch Nails, que se sobressai e se ajusta ao clima psicológico do filme. Sua música, que é constantemente destacada ao longo da projeção, traz um tom inquietante e curioso, embora isso não consiga salvar “Tron: Ares” de ser uma experiência mediana. O resultado é um filme que parece não saber quem é seu público e que falha em gerar um envolvimento significativo.