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Trump promete novas cartas de tarifas e adverte BRICS sobre futuro –

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pelo menos sete países receberão cartas sobre tarifas comerciais nesta quarta-feira, aumentando a pressão sobre nações para que firmem acordos com os EUA. Ele afirmou que a nova data limite, marcada para 1º de agosto, não será prorrogada.

O anúncio ocorreu em meio à intenção de Trump de estabelecer uma tarifa de 10% sobre importações do grupo BRICS, que inclui Brasil, Rússia, Índia e China. Além disso, ele planeja implementar uma tarifa de 50% sobre as importações de cobre e ameaçou um imposto exorbitante de 200% sobre produtos farmacêuticos. Esses movimentos renovaram a incerteza em relação à economia global e aos mercados, que já enfrentam meses de volatilidade.

Trump afirma que “um mínimo de sete” avisos de tarifas serão enviados para parceiros comerciais na manhã de quarta-feira e que “um número adicional de países” receberá cartas na parte da tarde. O Secretário de Comércio, Howard Lutnick, informou que entre 15 a 20 cartas devem ser enviadas nos próximos dias.

Na segunda-feira, a Casa Branca já havia enviado a primeira leva de cartas a 14 países, incluindo Japão, Coreia do Sul e África do Sul. As tarifas anunciadas estavam em grande parte alinhadas com as já divulgadas em abril. Trump também assinou uma ordem executiva adiando a data de implementação das tarifas de 9 de julho para 1º de agosto, dando assim mais tempo para negociações.

No entanto, em um tom mais firme, Trump declarou que não haveria uma nova prorrogação do prazo, afirmando radicalmente que “todo o dinheiro será devido a partir de 1º de agosto de 2025 – sem extensões”. Essa mudança de postura contrasta com suas declarações anteriores, onde a data de agosto era considerada “firme”, mas não totalmente definitiva.

A reação global às últimas notícias sobre tarifas foi moderada, especialmente em comparação com a turbulência do mercado provocada pelos anúncios anteriores de tarifas que atingiam diversos parceiros comerciais, feitos em 2 de abril. Até o momento, apenas o Reino Unido e o Vietnã firmaram acordos básicos com os EUA, enquanto a China concordou com uma trégua comercial até 12 de agosto.

Durante uma reunião de gabinete, Trump mencionou que pretende enviar uma carta à União Europeia relativas às tarifas que entrarão em vigor em 1º de agosto, mesmo após progressos nas negociações com o bloco no fim de semana. Ele indicou que “estamos provavelmente a dois dias de enviar a carta” e destacou que uma carta significa um acordo.

Trump também se referiu à União Europeia como estando agora “tratando-nos muito bem”, embora tenha criticado as ações legais e multas que o bloco impôs a empresas de tecnologia americanas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a UE está “trabalhando em estreita colaboração” de “boa-fé” com o governo Trump para chegar a um acordo.

Especificamente sobre o BRICS, Trump anunciou que aplicará uma tarifa de 10% sobre importações desse grupo de países em desenvolvimento. Ele argumentou que essa medida é uma defesa do dólar americano contra possíveis ameaças à sua hegemonia. Em 2023, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva havia levantado a possibilidade de criar uma moeda do BRICS, embora isso não tenha avançado.

Trump afirmou que o BRICS foi criado para prejudicar os Estados Unidos e atacar o dólar americano, alegando que a perda do status do dólar como moeda de reserva mundial seria tão danosa quanto “perder uma guerra, uma grande guerra mundial”.

BRICS é um acrônimo que representa Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e expandiu-se para incluir Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos. Há incertezas sobre a adesão da Arábia Saudita ao grupo, que também conta com 10 países parceiros de menor nível, incluindo o Vietnã.

As declarações de Trump seguem após uma ameaça vaga feita no domingo, onde sugeriu a imposição de uma tarifa adicional de 10% sobre países que se alinham com as “políticas anti-americanas do BRICS”.

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