Vale (VALE3) registra lucro de US$ 2,12 bi no 2º trimestre –

A Vale, uma das maiores mineradoras do Brasil, divulgou seus resultados financeiros do segundo trimestre de 2025 nesta quinta-feira, 31 de julho. A empresa registrou um lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,12 bilhões, marcando uma queda de 24% em relação ao mesmo período do ano passado.
No mesmo anúncio, a Vale aprovou o pagamento de aproximadamente R$ 1,90 por ação em juros sobre capital próprio, uma maneira de recompensar os acionistas.
A receita líquida da mineradora foi de US$ 8,8 bilhões, representando uma queda de 11% em comparação com o ano anterior. As expectativas do mercado eram um pouco mais modestas, com estimativas de US$ 8,81 bilhões, que ficavam em linha com os números apresentados pela Vale. O Ebitda ajustado, que mede o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, foi de US$ 3,4 bilhões, também abaixo de 14% em relação ao mesmo trimestre de 2024. Porém, esse resultado foi superior à expectativa do mercado, que era de US$ 3,32 bilhões.
A utilizacão do Ebitda proforma, opção adotada pela Vale, foi explicada pela ausência de recorrências, como pagamentos realizados. Este indicador, no entanto, é usado no cálculo de dividendos.
A mineradora destacou que o bom desempenho nas áreas de cobre e níquel, assim como a redução nos custos de extração do minério de ferro, ajudaram a compensar a queda nos preços das commodities. O preço médio dos finos de minério de ferro foi de US$ 85,10 por tonelada, uma diminuição de 6% em relação ao trimestre anterior e de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, refletindo a queda nos preços de referência.
Os custos totais de operação do minério de ferro foram mantidos dentro da expectativa, com uma queda de 10%, agora em US$ 55,30 por tonelada. No caso do cobre, o custo total caiu 60% para US$ 1.450 por tonelada, enquanto o níquel teve uma redução de 30%, custando US$ 12.396 por tonelada. A companhia revisou o forecast para os custos do cobre, que agora varia de US$ 1.500 a US$ 2.000 por tonelada, uma mudança impulsionada por um sólido desempenho operacional.
A Vale também informou que o desempenho e os custos melhoraram em todos os seus segmentos de negócios. As vendas de cobre aumentaram 17%, alcançando 12,9 mil toneladas, e as de níquel subiram 21%, totalizando 7 mil toneladas. Contudo, os embarques de minério de ferro tiveram uma redução de 3%, conforme parte da estratégia de otimização do portfólio da empresa.
No que se refere à dívida líquida expandida da Vale, ela atingiu US$ 17,4 bilhões em 30 de junho, uma diminuição de US$ 0,8 bilhões em relação ao trimestre anterior. A expectativa da empresa é que a dívida fique entre US$ 10 e US$ 20 bilhões, e quanto maior a distância do limite superior, maior a possibilidade de dividendos extraordinários.
Entre os destaques do trimestre, a Vale mencionou o primeiro embarque do projeto Capanema, que foi concluído e contribuirá para as metas de produção de 2025. O programa de reparação da Samarco também foi incluído nas informações divulgadas, com um total investido de R$ 60 bilhões até o final de junho. Além disso, a mineradora afirmou que o Acordo de Reparação Integral de Brumadinho está progredindo, com cerca de 77% dos compromissos cumpridos até o final do segundo trimestre, e já foram pagos R$ 3,9 bilhões em indenizações individuais desde 2019.