vazamento de óleo no santos dumont: o que ainda falta esclarecer

Na madrugada de terça-feira, um vazamento de óleo na pista principal do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, interrompeu as operações do local por cerca de 12 horas. O incidente causou atrasos e cancelamentos em 162 voos, sendo 80 chegadas e 82 partidas. Além disso, 14 voos tiveram que ser redirecionados para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador. Até o momento, a Infraero não divulgou qual substância foi derramada, nem os procedimentos de limpeza adotados, e não confirmou a abertura de uma investigação sobre o caso.
O vazamento aconteceu durante uma manutenção preventiva noturna, realizada fora do horário comum de operacão, que é das 6h às 23h. De acordo com a Infraero, o acidente ocorreu por conta de um caminhão “desemborrachador”, um veículo especializado na remoção de borracha da pista. Esse procedimento é importante para melhorar a segurança do voo e otimizar as sinalizações. Para limpar a área afetada, equipes usaram desengraxante biodegradável e água em alta pressão.
Com a reabertura do aeroporto na noite de terça-feira, ainda existem muitas perguntas sem resposta sobre o vazamento. Entre as questões a serem esclarecidas estão: qual produto foi derramado e qual protocolo de limpeza foi seguido? Segundo especialistas, a identificação do produto é fundamental, pois cada substância exige um método específico de remoção, conforme as normas de segurança estabelecidas no Brasil. Isso é importante para evitar riscos como incêndios ou contaminação ambiental.
Outro ponto que precisa ser esclarecido é se houve falha no equipamento ou se o caminhão foi mal mantido, o que poderia ter causado o vazamento. É essencial investigar se as técnicas de limpeza utilizadas foram apropriadas para o tipo e a quantidade de óleo que vazou.
O incidente teve impactos significativos em outros aeroportos. No Aeroporto de Congonhas, por exemplo, 18 voos foram cancelados, incluindo 13 chegadas e cinco partidas. Além disso, o funcionamento do Aeroporto de Brasília também foi afetado, com quatro voos cancelados pela manhã.
Os passageiros enfrentaram grandes dificuldades devido ao fechamento do Santos Dumont. Maria Freire, de 23 anos, e Louise Gomes, de 40 anos, estavam viajando com uma equipe em um voo que deveria partir às 6h50 para São Paulo, mas acabaram perdendo uma importante reunião devido ao atraso. Outro passageiro, Lohran de Oliveira, tinha um voo marcado para Brasília onde precisaria supervisionar uma obra urgente. Marcelo Gomes, um engenheiro em viagem de trabalho, também enfrentou atrasos significativos, sendo reprogramado para voar horas depois do horário original.
Esses incidentes geram um efeito cascata que não afeta apenas os passageiros, mas também a operação de empresas e organizações no país. Os passageiros reclamaram da falta de estrutura e preparo da Infraero e das companhias aéreas para lidar com situações de emergência como essa.