Dona Jacira, nascida e criada na zona norte de São Paulo, teve uma vida marcada por desafios. Durante a infância, enfrentou maus-tratos e, na adolescência, casou-se precocemente. A perda do marido e a luta constante contra a pobreza foram parte da sua trajetória.
Ela trabalhou como empregada doméstica durante muitos anos, passando por situações de desrespeito, como não poder compartilhar a mesma mesa ou os mesmos utensílios que seus patrões, além de enfrentar restrições na alimentação.
Foi apenas na maturidade que Dona Jacira se dedicou plenamente à arte, encontrando na criação uma forma de cura e autoconhecimento. Suas obras e escritos revisitam suas raízes, celebrando a cultura negra e a sabedoria popular.
Em abril deste ano, Dona Jacira se pronunciou sobre a separação do filho, o artista Emicida, e seu irmão, Evandro Fióti. Os dois estavam em meio a uma disputa judicial relacionada à Laboratório Fantasma, empresa que fundaram juntos em 2009. Em defesa de Fióti, ela utilizou suas redes sociais para expressar apoio.
Em sua mensagem, ela destacou a importância da tradição oral nas civilizações de matriz africana. Segundo Dona Jacira, essa forma de comunicação é vital para a transmissão de conhecimento, mas também alertou que palavras malditas podem causar grandes danos e injustiças. Ela falou em nome das mulheres que têm estado à frente da empresa e mostrou solidariedade ao filho em um momento de dor compartilhada.
