A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fez críticas nesta terça-feira à chamada “guerra tarifária” promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra diversos países. Durante sua fala na 5ª Conferência Global de Clima e Saúde, que ocorre em Brasília, Marina ressaltou a importância de o mundo se concentrar nas mudanças climáticas e nos problemas de saúde que elas acarretam.
Recentemente, os Estados Unidos decidiram aumentar em 50% as tarifas sobre exportações de produtos brasileiros. Essa medida deve entrar em vigor a partir de sexta-feira e coincide com as negociações do governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca alternativas para lidar com essa situação. Uma comitiva de senadores brasileiros está nos Estados Unidos para tratar do assunto.
Marina Silva destacou que a verdadeira luta deve ser contra os problemas de saúde e as mazelas sociais, ao invés de conflitos bélicos ou econômicos. Ela enfatizou que a chamada “guerra silenciosa” causada pelas mudanças climáticas já está levando a mortes, especialmente entre crianças e idosos. Segundo a ministra, mais de 500 mil pessoas em todo o mundo perdem a vida anualmente devido a ondas de calor e outras consequências climáticas, que também estão sobrecarregando os sistemas de saúde.
A ministra estava acompanhada do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que acabou fazendo uma crítica direta a Trump, sem mencionar as tarifas especificamente. Ele comentou sobre os surtos de sarampo que estão afetando o Hemisfério Norte, atribuindo parte do problema ao desmonte de políticas de vacinação, o que inclui ações tomadas pelos Estados Unidos.
Na abertura do evento, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, também abordou a relação entre a crise climática e a saúde pública, ressaltando que a crise climática é, de fato, uma crise de saúde.
